sexta-feira, 10 de junho de 2011
O Machadinho era assim...
Udelton da Paixão Espírito Santo
Hoje acordei com o canto da saracura.
Ontem foi com o barulho da água que vem da serra caindo na terra e correndo pelo pomar.
Ao meio dia tem música ao vivo, é o canto dos pássaros-pretos no meio das tabocas, pereiros, ipês, jatobás, capitães, carvoeiros, juremas.
Tem um veado campeiro que nos visita pertinho da casa.
Tem tucano aos bandos,
Sofreu,
Jandaias...
...Cuidado!
Tem até onça na serra,
Conta-se, que certa vez, acuou um menino com seu cachorro na serra, que o fez subir na árvore e gritar por socorro.
Tem cavalgada, tem quermesse, São João, Tem gente da cidade que vem pro pouso de folia, hêta festa boa!.
Tem menino e gente grande pescando traíra no córrego.
É terra de vão. Tem cultura, tem cerrado, tem nascente d`água na serra e na baixa, tem grota que guarda segredos, tem rego de “mestre de campo”, tem fogo na serra, queimando lenha seca, mato verde, é bicho correndo pra sobreviver, é gente correndo pra consertar cano d`água.
Tem poeira na estrada, de gente que vem e que vai, tocando boiada, vaca leiteira, gente que vem passear.
Tem pequi de montão, araticum, fruta de cera, araçá, mangaba e muito mais...
O machadinho sempre foi vida! biodiversidade, equilíbrio de vida humana, com a natureza.
Ana Julia e Matheus alí nasceram, amam aquele lugar, ali viram tudo isso.
Ouro, porém, ali eles nunca viram.
Os homens aprendem a habitar outros lugares, mesmo que tristes e com saudade, a flora e a fauna, acuados não resistem e viram somente lembranças na memória de quem isso viveu.
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Ai Udelton, me deu uma grande nostalgia e revolta.
ResponderExcluirSaber que nada fazemos e tudo está sendo destruído. Meu poeta... ficou lindo.
Zezinho, parabéns pelo blog.
Companheiros, parabens para todos!..
ResponderExcluirAproveito para convocá-los para hoje, dia 12/06 às 16:00 horas comparecerem ao ato público das comunidades-bairros confrontantes da mina da kinross. Será no Bairro Alto da Colina já próximo do barranco da mina. Lá realmente poderemos dar um apoio e orientação consciente e serena para aquele povo poder ter os seus direitos garantidos. Conversei com o Mauro que está à frente da Central de Associações de Bairro, colocando que vou participar mas com a intenção de influir para as soluções dos problemas, sem radicalização mas colocando um pouco de racionalidade nessa emoção dos que estão sendo diretamente prejudicados. A exemplo das exasperações do Dani, muito radicalismo e barulho podem adiantar pouco. Vamos colocar mais propostas concretas para buscar soluções.
Abraços,
Jueli Cardoso