sábado, 31 de março de 2012

Quadrilha de Cachoeira mantinha relações com a imprensa

Não era apenas com políticos influentes, como o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que a quadrilha do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, mantinha estreitas relações. O vazamento de trechos do inquérito que resultou na deflagração da Operação Monte Carlo, pela Polícia Federal (PF), mostra que a organização criminosa também contava com o apoio da imprensa para viabilizar suas atividades ilícitas. 

Najla Passos e Vinicius Mansur, Carta Maior

O vazamento de trechos do inquérito que resultou na deflagração da Operação Monte Carlo, pela Polícia federal (PF), em fevereiro, mostra que, além de corromper agentes públicos e manter estreitas relações com políticos influentes como o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a organização criminosa chefiada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, também contava com o apoio da imprensa para viabilizar suas atividades ilícitas.

Na denúncia encaminhada à 11ª Vara da Justiça Federal em Goiás para solicitar a prisão de 81 membros da quadrilha, os procuradores da República Daniel de Resende Salgado, Léa Batista de Oliveira e Marcelo Ribeiro de Oliveira comprovam que Lenine Araújo de Souza, o principal braço operacional de Cachoeira, mantinha contato com jornalistas, com o propósito de plantar matérias, mediante pagamento, que favorecessem as atividades criminosas da quadrilha.

Exemplo é um diálogo gravado pela PF, por meio de escutas telefônicas autorizadas, entre Lenine e o jornalista Wagner Relâmpago, repórter do programa DF Alerta, da TV  Brasília/Rede TV. Na conversa, Relâmpago promete criticar as autoridades que tentavam coibir os jogos clandestinos no entorno do Distrito Federal, uma das áreas de atuação da quadrilha. Em troca, Lenine lhe oferece dinheiro.”
Artigo Completo, ::Aqui::

Não deu no Jornal Nacional: Veja defende "empresário" Cachoeira desde 2004

Antes mesmo do mensalão, Policarpo Júnior já atuava em sintonia com CarlinhosCachoeira, a quem chamava de "empresário  de jogos" na revista; filmes gravados ilegalmente foram usados à época contra deputados do Rio; na Monte Carlo, há 200 ligações entre eles

Brasil 247

A parceria entre o jornalista Policarpo Junior, editor-chefe e diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, e o contraventor Carlinhos Cachoeira é anterior e vai além dos 200 telefonemas entre eles, grampeados pela Polícia Federal, feitos no período de 2008 a 2010. Sob o título de Sujeira para Todo Lado, reportagem assinada por Policarpo em 3 de novembro de 2004, na edição 1.878, teve como efeito prático criar um clima político adverso à prisão de Carlos Cachoeira, cujo pedido neste sentido havia sido feito pela unanimidade dos 58 deputados estaduais do Rio de Janeiro. Eles aprovaram o relatório final da CPI da Loterj, mas a reportagem de Veja, feita com base em conversas gravadas por auxiliares de Cachoeira entre eles próprios e o então deputado federal pelo Rio de janeiro André Luiz, trata de cercar de suspeitas a atuação da própria Comissão. No texto se diz que Cachoeira só teve seu pedido de prisão requerido porque foi vítima de extorsão e se recusou a pagar R$ 4 milhões para sossegar os ânimos dos deputados estaduais. Uma vítima, portanto, e não um réu, como era o caso.”
Matéria Completa, ::Aqui::

Agripino também vai para o inferno?

Por Altamiro Borges

Depois de Demóstenes Torres, o falso moralista do DEM flagrado em negociatas com o mafioso Carlinhos Cachoeira, agora é a vez do senador José Agripino Maia, presidente nacional dos demos. O Ministério Público do Rio Grande do Norte acaba de enviar à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de investigação sobre a sua ligação com a máfia da inspeção veicular no Estado.

A solicitação foi feita com base num depoimento do empresário José Gilmar de Carvalho Lopes, preso pela Operação Sinal Fechado da Polícia Federal. Ele denunciou o repasse de R$ 1 milhão ao senador e a Carlos Augusto Rosado, marido da governadora Rosalba Ciarlini, também do DEM. O repasse ilegal, feito em dinheiro, ocorreu durante a campanha de 2010 e a grana não foi declarada na Justiça Eleitoral.

terça-feira, 27 de março de 2012

Os desenhos hiperrealistas de Paul Cadden

Da BBC Brasil

Desenhos que podem ser confundidos com fotografias são a especialidade do artista hiperrealista escocês Paul Cadden, que é parte de uma exposição em uma galeria de Londres.
Com lápis e papel, Cadden faz desenhos ricos em detalhes e expressões.

As imagens estão sendo expostas na galeria londrina Plus One (www.plusonegallery.com), especializada em hiper-realismo.

p>A exposição engloba 16 artistas hiper-realistas. Mas as obras de Cadden ficarão permanentemente no local, ou até que sejam vendidas – algumas chegam a custar até 5 mil libras, ou quase R$ 15 mil.

Na opinião de Cadden, suas obras "intensificam o normal".
Segundo o jornal britânico The Daily Mail, o artista leva em torno de três a seis semanas para produzir cada obra.

Um porta-voz da galeria disse ao jornal que, à primeira vista, as imagens parecem mesmo com fotografias. "Mas, vendo-as ao vivo, de perto, você percebe que é um desenho. Os detalhes são incríveis".
Re: Fotos, charges e tirinhas
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Os caminhos que conduzem ao desastre

Fidel Castro

Esta Reflexão poderá ser escrita hoje, amanhã ou qualquer outro dia sem risco de equívoco. Nossa espécie se defronta com problemas novos. Quando expressei há 20 anos, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, que uma espécie estava em perigo de extinção, tinha menos razões do que hoje para advertir sobre um perigo que via talvez à distância de 100 anos.

Então uns poucos líderes dos países mais poderosos dirigiam o mundo. Aplaudiram por mera cortesia minhas palavras e continuaram placidamente cavando a sepultura de nossa espécie.

Parecia que em nosso planeta reinava o senso comum e a ordem. Há tempos que o desenvolvimento econômico apoiado pela tecnologia e a ciência parecia ser o Alfa e o Ômega da sociedade humana.

Agora tudo está muito mais claro. Verdades profundas foram abrindo caminho. Quase 200 Estados, supostamente independentes, constituem a organização política à qual teoricamente corresponde a tarefa de reger os destinos do mundo.

Cerca de 25 mil armas nucleares em mãos de forças aliadas ou antagônicas dispostas a defender a ordem em mutação, por interesse ou por necessidade, reduzem virtualmente a zero os direitos de bilhões de pessoas.

Não cometerei a ingenuidade de atribuir à Rússia ou à China a responsabilidade pelo desenvolvimento desse tipo de armas, depois da monstruosa matança de Hiroshima e Nagasaki, ordenada por Truman, após a morte de Roosevelt.

Tampouco cairia no erro de negar o holocausto que significou a morte de milhões de crianças e adultos, homens e mulheres, principalmente judeus, ciganos, russos e de outras nacionalidades, que foram vítimas do nazismo. Por isso, repugna a política infame dos que negam ao povo palestino seu direito a existir.

Alguém pensa por acaso que os Estados Unidos serão capazes de atuar com a independência que o preserve do desastre inevitável que os espera?

Em poucas semanas os US$ 40 milhões que o presidente Obama prometeu arrecadar para sua campanha eleitoral só servirão para demonstrar que a moeda de seu país está muito desvalorizada e que os Estados Unidos, con sua insólita e crescente dívida pública que se aproxima dos US$ 20 trilhões, vive do dinheiro que imprime e não do que produz. O resto do mundo paga o que eles dilapidam.

Ninguém crê tampouco que o candidato democrata seja melhor ou pior que seus adversários republicanos: chame-se Mitt Romney ou Rick Santorum. Anos-luz separam os três de personagens tão relevantes como Abraham Lincoln ou Martin Luther King. É realmente inusitado observar uma nação tão poderosa tecnologicamente e um governo ao mesmo tempo tão órfão de ideias e valores morais.

O Irã não possui armas nucleares. Acusa-se o país de produzir urânio enriquecido que serve como combustível energético ou componente de uso médico. Queira-se ou não, sua posse ou produção não é equivalente à produção de armas nucleares. Dezenas de países utilizam o urânio enriquecido como fonte de energia, mas este não pode ser empregado na confecção de uma arma nuclear sem um processo prévio e complexo de purificação.

Contudo, Israel, que com a ajuda e a cooperação dos Estados Unidos fabricou o armamento nuclear sem informar nem prestar contas a ninguém, até hoje sem reconhecer a posse destas armas, dispõe de centenas delas. Para impedir o desenvolvimento das pesquisas em países árabes vizinhos, atacou e destruiu os reatores do Iraque e da Síria. E declarou o propósito de atacar e destruir os centros de produção de combustível nuclear do Irã.


segunda-feira, 26 de março de 2012

o esquema Veja-Cachoeira-Demóstenes


Luis Nassif

Está na hora de se começar a investigar mais a fundo a associação da Veja com o crime organizado. Não é mais possível que as instituições neste país - Judiciário, Ministério Público - ignorem os fatos que ocorreram.
Está comprovado que a revista tinha parceria com Carlinhos Cachoeira e Demóstenes. É quase impossível que ignorasse o relacionamento entre ambos - Demóstenes e Cachoeira.

No entanto, valeu-se dos serviços de ambos para interferir em inquéritos policiais (Satiagraha), para consolidar quadrilhas nos Correios, para criar matérias falsas (grampo sem áudio).

Até que a Polícia Federal começasse a vazar peças do inquérito, incriminando Demóstenes, a posição da revista foi de defesa intransigente do senador (clique aqui), através dos mesmos blogueiros das quais se valeu para tentar derrubar a Satiagraha.

Aproveitando a falta de coragem do Judiciário, arvorou-se em criadora de reputações, em pauteira do que deve ser denunciado, em algoz dos seus inimigos, valendo-se dos métodos criminosos de aliados como Cachoeira. Paira acima do bem e do mal, um acinte às instituições democráticas do país, que curvam-se ao seu poder.

O esquema Veja-Cachoeira-Demóstenes foi um jogo criminoso, um atentado às instituições democráticas. Um criminoso - Cachoeira - bancava a eleição de um senador. A revista tratava de catapultá-lo como reserva moral, conferindo-lhe um poder político desproporcional, meramente abrindo espaço para matérias laudatórias sobre seu comportamento. E, juntos, montavam jogadas, armações jornalísticas de interesse de ambos: do criminoso, para alijar inimigos, da revista para impor seu poder e vender mais.

Para se proteger contra denúncias, a revista se escondeu atrás de um macartismo ignóbil, conforme denunciei em "O caso de Veja".

Manteve a defesa de Demóstenes até poucas semanas atrás, na esperança de que a Operação Monte Carlo não conseguisse alcança-lo (clique aqui). Apenas agora, quando é desvendada a associação criminosa entre Cachoeira e Demóstenes, é que resolve lançar seus antigos parceiros ao mar.

A revista Veja e o crime organizado

Bomba: gravações ligam o bicheiro ao jornalista Policarpo Júnior (dir.), que chefia a publicação em Brasília; 247 já havia alertado para a prisão do araponga Jairo Martins (esq.), fonte contumaz de Veja em grandes escândalos, como no Mensalão

Brasil 247

Uma informação bombástica acaba de ser postada no blog do jornalista Luís Nassif: a de que há mais de 200 ligações trocadas entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o redator-chefe da revista Veja, Policarpo Júnior. Duas semanas atrás, 247 foi o primeiro veículo a alertar para a prisão do araponga Jairo Martins, fonte contumaz da revista Veja em grandes escândalos, inclusive o do Mensalão. Outro jornalista que passou por Veja, Alexandre Oltramari, trabalhou na campanha para o governo de Goiás de Marconi Perillo, em 2010. Atuou em conjunto com o sargento Dadá, que, assim como Jairo, também está preso.

Leia, abaixo, o texto de Nassif:

Não haverá mais como impedir a abertura das comportas: a Operação Monte Carlo da Polícia Federal, sobre as atividades do bicheiro Carlinhos Cachoeira, chegou até a revista Veja.

As gravações efetuadas mostram sinais incontestes de associação criminosa da revista com o bicheiro. São mais de 200 telefonemas trocados entre ele e o diretor da sucursal de Brasilia Policarpo Jr.

Cada publicação costuma ter alguns repórteres incumbidos do trabalho sujo. Policarpo é mais que isso.

Depois da associação com Cachoeira, tornou-se diretor da sucursal da revista e, mais recentemente, passou a integrar a cúpula da publicação, indicado pelo diretor Eurípedes Alcântara. Foi um dos participantes da entrevista feita com a presidente Dilma Rousseff.

Nos telefonemas, Policarpo informa Cachoeira sobre as matérias publicadas, trocam informações, recebe elogios.

Há indícios de que Cachoeira foi sócio da revista na maioria dos escândalos dos últimos anos.

sábado, 24 de março de 2012

Ratos abandonam navio Demóstenes



Eduardo Guimarães
Blog da Cidadania

Há anos que Demóstenes “30%” Torres vem sendo cultuado pela mídia, apesar de as suas relações perigosas com o crime organizado de Goiás serem do conhecimento até da Procuradoria-Geral da República e de toda a grande imprensa desde 2009.

Sempre foi enorme o prestígio de Demóstenes entre os mais bravios pit-bulls da imprensa golpista, que, depois de a porta ter sido arrombada, assumem ares de isenção ao divulgarem o que já não haveria mais como esconder.

O simbolismo que as relações escandalosas do senador do DEM de Goiás com o crime organizado encerram, é arrasador. Não houve dia, na última década, em que ele não aparecesse em destaque na Globo, na Veja, na Folha ou no Estadão acusando adversários ou sendo incensado.

Figurinha fácil nos blogs de Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes ou Ricardo Noblat, entre outros, era sempre usado para atacar “a corrupção do PT” ou as cotas étnicas nas universidades, das quais, ao lado do sociólogo Demétrio Magnoli, é considerado o maior carrasco.

Agora, todo mundo acordou. Sabendo que a bomba estava para estourar, Globos, Folhas, Vejas, Estadões e seus blogueiros amestrados tiveram que expor o seu ex-darling em seus noticiários.
Até o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sempre pronto a abrir investigações contra membros do governo do PT, só agora anuncia que pedirá abertura de inquérito ao STF. Por que não fez isso em 2009? Diz que aguardava o “resultado de outra investigação”…

Assessores de Aécio Neves no Senado recebem jetom em estatais mineiras

Fábio Fabrini, de O Estado de S. Paulo

Auxiliares do tucano engordam rendimentos em até 46% na função de conselheiros de empresas

BRASÍLIA - Assessores do gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG) estão engordando seus contracheques graças a cargos em estatais mineiras. Três servidores comissionados recebem, além do salário do Senado, remunerações por integrar conselhos de empresas do Estado, governado pelo tucano de 2003 a 2010 e agora sob o comando do aliado Antônio Anastasia (PSDB). Assim, turbinam os rendimentos em até 46%. Ninguém é obrigado a bater ponto no Senado e, nas estatais, são exigidos a ir a no máximo uma reunião por mês.  

Nomeado assessor técnico de Aécio em fevereiro de 2011, o administrador Flávio José Barbosa de Alencastro recebe R$ 16.337. No Conselho de Administração da Companhia de Abastecimento de Minas (Copasa), ele tem direito a até R$ 5.852 por mês, totalizando R$ 22.190. A política de remuneração da Copasa, enviada à Comissão de Valores Mobiliários, diz que em 2011 foram reservados R$ 632.100 para o pagamento dos nove conselheiros. Metade é paga como parcela fixa mensal e o restante, conforme a participação nas reuniões. Alencastro foi eleito para o conselho em 15 de abril, menos de um mês após a nomeação no Senado.

Reuniões. Também assessora de Aécio, com salário de R$ 16.337, a jornalista Maria Heloísa Cardoso Neves recebe jetons de R$ 5 mil por mês da Companhia de Desenvolvimento Econômico de MG (Codemig) para participar, obrigatoriamente, de três reuniões anuais do Conselho de Administração. E, por vezes, de encontros extraordinários. Em 2011, foram três. Heloísa foi indicada em 2004, pelo então governador Aécio, e admitida pelo Senado em 2011. Ela diz que sua atribuição é, sobretudo, cuidar de estratégias de comunicação e projetos ligados à área.

Assistente parlamentar do senador, Maria Aparecida Moreira, trabalha como atendente no escritório político do tucano na capital, com salário de R$ 3.202 pago pelo Senado. A Companhia de Habitação (Cohab-MG) lhe garante R$ 1.500 mensais por integrar o Conselho de Administração. Segundo o órgão, os integrantes participam de “até uma reunião ordinária mensal”. A assessora está no conselho desde 2003 e no Senado desde agosto de 2011.

Demóstenes, um fósforo queimado da “ética”

 Demóstenes, um fósforo queimado da “ética” Foto: Divulgação

Senador foi abandonado pelos aliados; em grampo, ele tramava CPIs contra adversários, como o PT


24 de Março de 2012

247 – O senador Demóstenes Torres, realmente, chegou ao fundo do poço. Antigo príncipe da ética, ele terminou abandonado por velhos aliados. Na sexta-feira, foi alvo do jornal O Globo, do Jornal Nacional e até do blogueiro Reinaldo Azevedo. Neste fim de semana, o site da revista Veja destaca reportagem de Rodrigo Rangel sobre a Operação Monte Carlo, onde o senador e o bicheiro demonstram intimidade e até tramam CPIs contra adversários políticos, como o PT. Leia:

Novos trechos de conversas gravadas pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo, que investigou um esquema de exploração ilegal de jogos com sede em Goiás e negócios em Brasília e outros estados da federação, dão mostras da intimidade entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de ser o chefe da quadrilha. Os diálogos, aos quais VEJA teve acesso, revelam novos favores do contraventor ao senador de oposição. Num deles, gravado em maio do ano passado, Cachoeira avisa ao senador: “Não esquece do avião, não, tá aí esperando, tá?”. Em outro telefonema, também do ano passado, ao ouvir de Demóstenes a queixa de que seu tablet iPad acabara de quebrar, Cachoeira é diligente na solução: diz que vai mandar alguém entregar um aparelho novo ao senador.

A conversa em que Cachoeira se refere ao avião é datada de 20 de maio de 2011, uma sexta-feira, e foi registrada nos relatórios da Polícia Federal sob o título “Carlinhos oferece aeronave para Demóstenes”:

Demóstenes - Fala, professor.

Cachoeira - Não esquece do avião não, tá aí esperando, tá?

Demóstenes - Já liguei pra ele, tô indo lá, dei uma enrolada aqui.

O diálogo em que Cachoeira diz que providenciará um tablet novo para o senador se deu duas semanas depois, em 4 de junho. Num dos relatórios da operação, a PF resumiu assim a conversa: “Demóstenes reclama que seu iPad deu pau, Carlinhos diz que vai mandar alguém entregar um novo”. No mesmo telefonema, Demóstenes diz a Cachoeira que está se dirigindo ao aeroporto “para buscar o Toffoli”. De acordo com fontes ligadas à investigação, trata-se do ministro José Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.

Em 11 de agosto de 2011, Cachoeira e Demóstenes conversam sobre o que seria, na avaliação do senador, “um tiro direto” no PT. Demóstenes fala em em abrir uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o partido do governo:

Cachoeira – Eu vi, eu vi as cenas lá, hein?

Demóstenes – É... Isso é bom, hein. Isso é bom que dá um tiro direto neles aí né, a gente faz a CPI do PT.

Cachoeira – Exatamente. Beleza.

Demóstenes – Falou mestre, um abraço.

Cachoeira – Outro, doutor. Tchau.

Em outra conversa, Cachoeira fala com a mulher de Demóstenes, Flávia, que comemora a obtenção de sua carteira da Ordem dos Advogados do Brasil e trata com o contraventor da possibilidade de o senador se transferir para o PMDB. Cachoeira se mostra favorável à mudança de partido – e também confiante de que um dia seu amigo Demóstenes possa se tornar ministro da Suprema Corte.
Flávia – Tô com a vermelha no bolso, 32.650, pode arrumar cliente aí pra mim (...) Tô com a vermelhaça no bolso (...)

Cassação, renúncia ou cadeia?

Senador goiano Demóstenes Torres recebia comissão de até 30% sobre negócios do esquema de Cachoeira.

A situação do Senador Demóstenes Torres (DEM-GO) está cada vez mais complicada. Cerca de um mês depois que a PF apontou ligações do senador com o bicheiro preso na operação Monte Carlo, até os grandes meios de comunicação não conseguem mais esconder a amizade criminosa entre os dois.

Acostumado a posar de ético e moralista, o senador, sempre protegido pela mídia, parece que ficou agora sem “eira nem beira”. Ontem (23/03) o jornal O Globo publicou que o político goiano pediu dinheiro para o criminoso.

Segundo o jornal, o relatório com as gravações e outros graves indícios foi enviado à Procuradoria Geral da República em 2009, mas o chefe da instituição, Roberto Gurgel, não tomou qualquer providência para esclarecer o caso. O jornal ainda afirma: "O relatório escancara os vínculos entre Demóstenes e Cachoeira".

Em um dos trechos do relatório, os investigadores informam que o senador fez "confidências" a Cachoeira sobre reuniões reservadas que teve no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. "Parlamentar influente, Demóstenes costuma participar de importantes discussões, sobretudo aquelas relacionadas a assuntos de segurança pública".

O relatório revela ainda que desde 2009 Demóstenes utilizava um rádio Nextel, "habilitado nos Estados Unidos", para manter conversas secretas com Cachoeira. Segundo a polícia, os contatos entre os dois eram "frequentes". Esta informação reapareceu nas investigações da operação Monte Carlo. "Para autoridades que acompanham o caso de perto, esse é mais um indicativo de que as relações do senador com Cachoeira foram mantidas mesmo depois da primeira investigação criminal".

Hoje, o jornalista Leandro Fortes, da Carta Capital revelou que a Polícia Federal tem conhecimento, desde 2006, das ligações Carlinhos Cachoeira, com o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás.

Segundo a reportagem, “três relatórios assinados pelo delegado Deuselino Valadares dos Santos, então chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (DRCOR), da Superintendência da PF em Goiânia, revelam que Demóstenes tinha direito a 30% da arrecadação geral do esquema de jogo clandestino, calculada em, aproximadamente, 170 milhões de reais nos últimos seis anos”.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Não vai dar no Jornal Nacional: MP investigará repasses do governo de Minas para rádio de Aécio Neves

Aécio dirigia um Land Rover da Rádio Arco-Íris quando foi parado em blitz no Rio de Janeiro - Ed Ferreira/AE - Arquivo
do Estadão
 
 
Aécio dirigia um Land Rover da Rádio Arco-Íris quando foi parado em blitz no Rio de Janeiro


BELO HORIZONTE - O Ministério Público Estadual (MPE) de Minas Gerais instaurou inquérito civil para investigar repasses feitos pelo governo do Estado à Rádio Arco-Íris entre 2003 e 2010, época em que o tucano comandou o Executivo mineiro. Além de Aécio, também consta no inquérito civil MPMG-0024.12.001113-5, o nome de sua irmã, Andrea Neves, atual presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) e coordenadora do Núcleo Gestor de Comunicação Social do governo, responsável pelo controle do gasto com comunicação, inclusive a publicidade oficial, durante a gestão do irmão.

A propriedade da rádio por parte de Aécio e Andrea veio a público em abril do ano passado, quando o senador teve a carteira de habilitação - vencida - apreendida e foi multado em R$ 1.149,24 após se recusar a fazer o teste do bafômetro ao ser parado em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro. Ele dirigia o Land Rover placas HMA-1003, comprado em novembro de 2010 em nome da emissora, que detém uma franquia da Rádio Jovem Pan FM em Belo Horizonte.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Denúncia do Fantástico complica Serra

O programa Fantástico da TV Globo (de 18/3/2012), montou uma reportagem onde um repórter se passava por gestor de compras do hospital de pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (com autorização do hospital), e emitiu cartas-convite para contratação de serviços a algumas empresas.

O repórter gravou reuniões com representantes das empresas onde eles combinam resultados de licitações superfaturadas, pagando propina sobre os contratos......

O Fantástico não falou, mas as empresas foram escolhidas a dedo pela produção por já estarem envolvidas em escândalos de corrupção anteriormente (o que não invalida a reportagem).
 Cortina de fumaça... que deu errado......

A denúncia montada atende ao interesse público e é válida a iniciativa do2m O"OJ* em desmascarar empresas corruptas, só cabe estranhar a TV Globo levar ao ar essa matéria sobre corrupção que não se consuma (pois era uma encenação), e não noticiar os casos de corrupção consumados da semana, como as relações do "professor"-bicheiro Carlinhos Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (DEM/GO) e com o governo de Marconi Perillo (PSDB/GO).....

Parece até cortina de fumaça para encobrir o escândalo Carlinhos Cachoeira. A suspeita se reforça quando o Jornal Nacional reeditou a notícia na segunda-feira, acrescentando a informação de que a oposição ao governo federal fala em pedir uma CPI da saúde para investigar. O problema é que a fumaça vai toda em direção a José Serra. Outro esquema Sanguessuga? A base governista deve assinar em peso essa CPI, pois será mais um capítulo da Privataria Tucana, misturado com sanguessuga 2.

E a primeira convocação deve começar pelas raízes do esquema, convocando José Serra (PSDB/SP) para explicar os contratos assinados entre o Ministério da Saúde (quando Serra era ministro), e a empresa Toesa Service Ltda. (uma das denunciadas pelo Fantástico), para oferecer serviços de ambulância terceirizados aos hospitais federais no Rio de Janeiro. Eis alguns contratos firmados pela TOESA com o Ministério da Saúde, durante a gestão de José Serra:Diário Oficial da União de 11/01/2000
http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=27&data=11/01/2000 Diário Oficial da União de 10/09/1999
http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=19&data=10/09/1999  Diário Oficial da União de 13/12/1999
http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=41&data=13/12/1999 Os contratos acima são apenas uma amostra. Num levantamento completo aparecem bem mais contratos. A pergunta que não quer calar é: as negociações desses contratos quando Serra era ministro foram daquele jeito que o Fantástico mostrou? Quando Serra assumiu a prefeitura de São Paulo, a Toesa foi atrás Bastou José Serra ocupar a prefeitura de São Paulo em 2005, para a Toesa Service inaugurar filial em São Paulo, atendendo "já de início a Prefeitura" (nas palavras da própria empresa): http://www.toesa.com.br/quem-somos.html E continuou contratada pela prefeitura na gestão de Gilberto Kassab:  Ministério Público investiga empresa no mensalão do DEM Depois de atender José Serra, a Toesa também abriu filial no Distrito Federal para atender o ex-governador José Roberto Arruda (ex-DEM) e de seu então secretário de saúde Augusto Carvalho (PPS). Estava envolvida no esquema do mensalão do DEM. Arruda e Carvalho gastaram por mês com a Toesa (sem licitação) mais do que gastaram com o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, apoiado pelo Ministério da Saúde) no ano todo de 2009. http://www.jusbrasil.com.br/diarios/6731240/dodf-secao-03-13-11-2009-pg-73/pdfView A Toesa também responde processo no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, está envolvida emirregularidades em Natal (RN) e é investigada pelo Ministério Público de Goiás
"Se você não cuidar, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo." Malcolm X
 Por Zé Augusto

terça-feira, 20 de março de 2012

Mais educação para quem vive no campo


Quem vive no campo terá mais oportunidades de estudar daqui para frente. Hoje, a presidenta Dilma Rousseff lançou, no Palácio do Planalto, o Programa Nacional de Educação no Campo (Pronacampo) para melhorar a qualidade da educação na área rural. O investimento anual do programa será de R$ 1,8 bilhão.

“Dentro da nossa estratégia de combate à miséria, junto com o Bolsa Família, a nossa busca ativa, este programa é um dos eixos estratégicos porque aposta não só em retirar as pessoas das condições de miséria a que foram condenadas durante décadas, mas implica sobretudo em garantir que as gerações futuras terão um outro tipo de horizonte de oportunidades à sua frente”.

Segundo a presidenta, o Pronacampo, juntamente com outras programas do governo, tornará o campo um lugar com qualidade para os agricultores criarem seus filhos. “Estamos apostando sobretudo que uma outra geração também se beneficiará com tudo isto que fazemos nesta, mudando a feição do campo brasileiro e garantindo que ele será um lugar digno, de qualidade para se morar e se criar os filhos. Eu acho que esse papel do Pronacampo é estratégico, sem isso, nós não teremos de fato condições de transformar o Brasil numa grande nação”, afirmou

Ao lançar o Pronacampo, a presidente disse estar orgulhosa por poder implementar um programa que dará aos jovens a possibilidade de realizar seus sonhos. “Este é um daqueles momentos em que a gente tem orgulho de ser presidente da República. Não é um orgulho qualquer, porque a mim me gratifica como presidenta aplicar, implementar um programa que vai levar, sobretudo à população jovem deste país, um outro destino, a possibilidade de outros de sonhos e de mais realizações”, disse.

Durante o lançamento do Pronacampo, Dilma recebeu de Antônia Vanderlucia de Oliveira, que representava os movimentos sociais, um Dicionário de Educação no Campo. Segundo o Ministério da Educação, no campo, 23,18% da população com mais de 15 anos são de  analfabetos, e 50,95% não concluiram o ensino fundamental.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Incêndio em Paracatu: Cáritas inicia mobilização para recuperar a Coopercicla

Na noite de domingo, 11 de março, um incêndio, considerado criminoso, destruiu o galpão da Coopercicla (Cooperativa dos Catadores e Recicladores do Noroeste de Minas), em Paracatu.

Os catadores e catadoras atuam no município desde 1999. Atualmente, eles recolhem, em média, 75 toneladas de material reciclável por mês, em parceria com a Prefeitura Municipal e empresas locais. O trabalho com a reciclagem beneficia direta e indiretamente 45 famílias, sendo que, para a maioria delas representa a única fonte de renda.

O incêndio destruiu todos os materiais recicláveis que se encontravam no galpão, causou danos ao maquinário, como balanças, prensas, dentre outros. A estrutura física do galpão também foi comprometida.

Em uma reunião, realizada no dia 12 de março, pela manhã, com a presença de parceiros e poder público municipal, definiu-se um planejamento emergencial, em que os catadores decidiram dar continuidade aos trabalhos. A coleta seletiva continuaria e o material coletado seria depositado em locais alternativos.

Infelizmente, não foi possível cumprir o planejamento por parte do poder público municipal e os trabalhos estão paralisados. Os catadores e catadoras aguardam a perícia para liberação do acesso ao galpão, que precisa de intervenção na estrutura, possibilitando, assim, um acesso seguro ao local, onde se encontram os equipamentos.

Para recuperação de toda a infraestrutura, a cooperativa, apoiada pela Cáritas Diocesana,  lançou uma campanha para angariar fundos para as necessidades mais urgentes. Quem puder colaborar de alguma forma, entre em contato com a Coopercicla pelo telefone (38) 3671-8852 ou com a Cáritas Diocesana de Paracatu (38) 3671-4421 ou ainda, através dos e-mails: cooperciclaptu@bol.brcaritasdeparacatu@gmail.com.


quinta-feira, 15 de março de 2012

Deputado do PSDB é acusado de racismo contra servidor

Rosa Costa, Estadão.com.br


O deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) foi acusado nesta quarta-feira, 14, de racismo praticado dentro do Congresso. A Polícia do Senado vai investigar a ocorrência, que teve como alvo um servidor público.
O boletim de ocorrência informa que o Leréia chamou o policial de pele negra de "macaco" e que mandou que ele "procurasse um pau para subir", antes de se dirigir do plenário para o cafezinho dos senadores.
A ofensa, de acordo com o documento, começou quanto o policial, que trabalha no Senado e não na Câmara, pediu ao deputado que se identificasse. Irritado, Leréia respondeu que o servidor deveria saber quem era ele ou que, então, "procurasse na Internet porque ele não iria se identificar".
E repetiu a sugestão de "procurar um pau para subir", ofensa testemunhada de perto por dois senadores. Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) pediu ao policial que "não retornasse mais a falar com o cidadão que se dizia deputado"."Foi feio, o segurança usou a prerrogativa, mas ele não quis se identificar", lembrou Valadares.
Já o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) entendeu que o policial falou com o deputado num tom elevado de voz e com o dedo em riste. "Eu teria dado voz de prisão" (contra o servidor), disse o senador peemedebista.
O boletim de ocorrência registra que não foi esse o primeiro envolvimento de Carlos Alberto Leréia numa ocorrência no plenário do Senado. Na ocasião anterior, ele teria mandado outro policial "tomar no c...".

Senador Demóstenes Torres tinha rádio exclusivo para falar com Cachoeira

O bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, habilitou em Miami 15 aparelhos de rádio, da marca Nextel, e os distribuiu entre pessoas de sua mais estrita confiança. De acordo com a Polícia Federal, o propósito de Cachoeira era evitar que escutas telefônicas, legais ou ilegais, captassem suas conversas com os comandantes de uma rede de exploração ilegal de máquinas caça-níqueis em Goiás e na periferia de Brasília. Nos relatórios da investigação, o grupo contemplado com os rádios é chamado de “14 + 1”. Entre os 14, há foragidos e os que foram presos com Carlinhos Cachoeira durante a Operação Monte Carlo, da PF. O “1” é o senador Demóstenes Torres (GO), líder do Democratas no Senado Federal.


Nesta quarta-feira, Época ouviu o senador Demóstenes, em seu gabinete no Senado. Ele estava acompanhado de seu advogado Antonio Carlos Almeida Castro, o Kakay. Indagado se havia recebido um aparelho de rádio para conversas exclusivas com Cachoeira, Demóstenes pediu licença para ter uma conversa reservada com seu advogado antes de responder à pergunta. Cinco minutos depois, disse à reportagem que, por recomendação do advogado, não faria declarações sobre o assunto. A interlocutores, no entanto, o senador goiano confirmou que recebeu o aparelho de Cachoeira, que foi usado exclusivamente em conversas entre os dois. Segundo Demóstenes, nos quase 300 diálogos com Cachoeira, gravados pela Polícia Federal com ordem judicial, não há nada que o comprometa. “São conversas entre amigos, só há trivialidades.” Foi por meio dessas escutas que os investigadores descobriram que Cachoeira deu a Demóstenes uma geladeira e um fogão importados como presente de casamento, como Épocarevelou em primeira mão há duas semanas.

De acordo com a investigação, Carlinhos Cachoeira resolveu habilitar os 15 rádios Nextel em Miami porque arapongas lhe asseguraram que, assim, eles escapariam de grampos telefônicos. Segundo o Ministério Público Federal, Cachoeira seguiu orientação do delegado da Polícia Federal Fernando Byron e do ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, também presos na Operação Monte Carlo. “Para azar deles e sorte da sociedade, a Polícia Federal conseguiu realizar a interceptação telefônica. E isso mudou todo o rumo da investigação”, afirmou o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, na decisão judicial (trecho abaixo) que autorizou a operação Monte Carlo.- Da Revista Época

Rede Cáritas define prioridades e objetivos para os próximos quatro anos

Como parte das atividades que ocorreram durante o Fórum Nacional da Cáritas Brasileira, o Plano Quadrienal (2012-2015) para a entidade, que começou a ser debatido no 4º Congresso da instituição em novembro do ano passado, foi concluído nesta terça-feira, dia 13. Participaram do encontro agentes Cáritas de todo Brasil.

Diferente dos últimos quatro anos, a Rede Cáritas definiu como diretriz geral de ação seu comprometimento com a construção do Desenvolvimento Solidário Sustentável e Territorial, na perspectiva de um projeto popular de sociedade democrática.

Para isto, três prioridades, que orientarão as ações da rede nos próximos quatro anos, foram estabelecidas. A partir de cada prioridade, objetivos específicos também foram construídos pelos participantes.

A “promoção e o fortalecimento de iniciativas locais e territoriais de desenvolvimento solidário e sustentável” será a primeira prioridade da rede. Seus objetivos são: promover a crítica e a denúncia sobre o modelo de desenvolvimento capitalista e seus efeitos socioambientais; reafirmar a construção do Projeto Popular para o Brasil a partir das experiências locais e territoriais; contribuir para o desenvolvimento de estratégias de convivência com os biomas e seus ecossistemas, preservando e defendendo os territórios dos povos e comunidades tradicionais; promover e fortalecer iniciativas de soberania e segurança alimentar e nutricional; e fortalecer o desenvolvimento e a articulação de iniciativas de economia popular solidária.

Como Prioridade II, a Rede Cáritas terá a “defesa e promoção de direitos, mobilizações e controle social das políticas públicas”. Para esta prioridade foram definidos quatro objetivos, sendo eles: promover e apoiar iniciativas de defesa de direitos de populações em situação de vulnerabilidade, risco social e emergências; fortalecer a mobilização social e a capacidade de incidência em políticas públicas; fortalecer a articulação da Rede Cáritas com organizações da sociedade civil e movimentos sociais; e articular ações da Rede Cáritas no espaço urbano na perspectiva do direito à cidade.


quarta-feira, 14 de março de 2012

Ajude a denunciar Alckmin ao Tribunal Penal Internacional pela barbárie do Pinheirinho

Você pode ajudar a levar ao banco dos réus no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade, os carrascos do Pinheirinho, encabeçados pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB/SP).

Basta assinar a petição on line lançada por Carlos Lungarzo, da Anistia Internacional, requerendo do promotor geral do Tribunal Penal Internacional, Luis Moreno Ocampo, o julgamento internacional dos cinco maiores responsáveis pela barbárie:

o governador Geraldo Alckmin;
o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori;
o secretário de Segurança do estado de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto;
o prefeito da cidade de São José dos Campos, Eduardo Pedrosa Cury; e
a magistrada interveniente da comarca de SJC, Márcia Faria Mathey Loureiro.

É importante que o documento chegue às mãos de Ocampo com o endosso de um grande número de brasileiros inconformados com a volta às práticas da ditadura militar.

Lungarzo faz um extenso e impecável levantamento dos crimes e abusos cometidos no extermínio do Pinheirinho, com um comentário antológico em um parágrafo:

"Não lutamos com inimigos normais. Estamos nas mãos de psicopatas, místicos e racistas, e é um preconceito pensar que eles são mais humanos que os da Gestapo, da Falange, do Fascio, da Ustasha, do stalinismo. Afinal, alguns dentre eles são comprovadamente discípulos do Opus Dei, a forma ideológica mais tortuosa e patológica do fascismo espanhol. Outros se nutriram no Integralismo, a versão mais irracional do fascismo italiano, que foi amplamente popular em São Paulo".

Acesse a petição pública aqui

O mundo encantado de Ricardo Teixeira

Por Fernando Vives, na CartaCapital:

Quem assistiu ao Jornal Nacional na segunda-feira 12 não teve propriamente uma surpresa, mas talvez tenha dado boas gargalhadas ao ver a reportagem sobre a queda de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. Como muitos disseram no Twitter na manhã do dia seguinte, o espaço dado ao cartola parecia mais o Arquivo Confidencial do Faustão do que propriamente uma reportagem jornalística.

A introdução de Patricia Poeta já dava as proporções: “Ao longo de uma gestão de mais de duas décadas, a seleção tricampeã se tornou penta. Teixeira colecionou vitórias, mas também desafetos. E enfrentou denúncias”.

Ou seja: as denúncias ficariam entaladas em apenas 22 segundos no final da reportagem, que teve ao todo 3:39 minutos. E com todas as ressalvas: “Ao longo da carreira, Ricardo Teixeira foi alvo de denúncias. Diante de todas elas, Teixeira sempre disse que as acusações eram falsas e tinham caráter político”, afirmou o Jornal Nacional.

E prosseguiu: “A denúncia mais contundente foi a de que ele e um grupo ligado à Fifa teriam recebido dinheiro de forma irregular nas negociações de uma empresa de marketing esportivo, em 1999. Viu os processos serem arquivados pela Justiça.”

Neste trecho, a reportagem omite um detalhe (risos) importantíssimo: é verdade, sim, que o processo do caso da empresa de marketing esportivo, a ISL, foi arquivado pela Justiça suíça. Porém, segundo a BBC britânica, o arquivamento só ocorreu porque Teixeira e os outros envolvidos, seu ex-sogro João Havelange e o atual presidente da Fifa Joseph Blatter, assumiram terem cobrado a propina e devolveram parte do valor. É uma maneira válida de arquivamento de processo para a Justiça suíça – o que não pode, em hipótese alguma, ser um salvo-conduto de inocência para Ricardo Teixeira, como pareceu na reportagem.

terça-feira, 13 de março de 2012

Juventude rechaça mentiras da SKY

Governo vai colocar TV digital na casa dos mais pobres

Há mais de quatro anos no Brasil, a TV digital começará em 2012 a ser testada pelos brasileiros.

Segundo o superintendente de Suporte da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), André Barbosa, ainda neste semestre os set-boxes serão disponibilizados para a população de baixa renda experimentar e entender a que veio o digital.

“A ideia geral é que a gente possa fazer uma prova de conceito, transmitir o sinal da TV Brasil, distribuir set top box [conversores] na casa das pessoas, principalmente de baixa renda, que estejam integradas a um dos programas do governo. Para fazer uma medição real se eles vão usar o serviço ou não, se realmente vão saber usar. Com essa medição, mostrar para as autoridades para que se possa fazer disso uma política tão importante de Estado como é o Programa Nacional de Banda Larga”, disse Barbosa, em entrevista à Agência Brasil.

O projeto está sendo formatado pela EBC e será levado em breve aos ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, e Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, para depois passar pela avaliação da presidenta Dilma Rousseff.

A aposta é que a intimidade da população com a televisão possa facilitar o uso dos serviços que serão oferecidos com a interatividade, como a marcação de consultas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o acesso a programas do governo, como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, serviços previdenciários e serviços bancários.

“Todos os programas do Estado estarão dentro da casa da pessoa, em um veículo que a maioria da população brasileira já tem familiaridade há mais de 50 anos. Isso é muito diferente do que introduzir uma tecnologia nova”, avalia o superintendente, comparando a TV com a internet.


segunda-feira, 12 de março de 2012

Protógenes, o deputado de duas CPIs

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Quando o conheci, ele era apenas o “Dr. Queiroz”: delegado da PF, com fama de incorruptível e incontrolável. Sempre teve boas relações com jornalistas. Foi responsável pelas investigações contra Paulo Maluf e contra o chinês Law (preso por contrabando). Mais tarde, ficaria conhecido como o “Delegado Protógenes” – o homem que peitou (e pediu a prisão de) Daniel Dantas.

Hoje, Protógenes Queiroz é o “Deputado Protógenes”. Eleito pelo PCdoB, conseguiu um prodígio: em primeiro mandato, é autor de dois pedidos de CPI na Câmara: um para investigar a “Privataria Tucana” (a partir das denúncias contidas no livro de Amaury Ribeiro Jr.), outra sobre o caso Carlinhos Cachoeira/Demostenes Torres.

No último fim-de-semana, conversei com Protógenes durante duas horas num café, no bairro dos Jardins, em São Paulo.

CPI do Cachoeira

Protógenes diz que já recolheu 136 assinaturas. Promete que até quarta-feira chegará a 200. Com isso, vai protocolar o pedido pra investigar as relações de Cachoeira com políticos importantes.

“A CPI será um ponto de apoio para a investigação da Polícia Federal; eu sei o que é investigar gente poderosa; sem apoio político às vezes o delegado perde as condições de seguir investigando”, diz o deputado. Ele lembra que o delegado Paulo Augusto Moreira (hoje na PF de Goiás), um dos responsáveis por prender Cachoeira, esteve na equipe da Operação Satiagraha.

Pergunto se Protógenes não ficou desanimado com as cenas de “solidariedade” a Demóstenes Torres, no Senado (muitos senadores, inclusive do PT, deram apoio ao político do DEM). “Olha, isso mostra que muita gente se banhou naquela cachoeira, mais gente usou aquela cozinha”, ironiza, lembrando a cozinha de 45 mil reais que Demóstenes recebeu de presente do amigo Cachoeira.

Em Brasília, ele me conta, chovem boatos e ameaças. O contraventor teria mandado espalhar que tem vídeos comprometedores contra políticos de vários partidos. Um deles, contra Rubens Ottoni (PT-GO), já foi divulgado. Mas há outros. Protógenes mesmo já recebeu recados: “a turma dele mandou me avisar que eu teria encontrado Cachoeira em eventos de que participei em Goiás; nunca me reuni com ele, não me reúno com bandido”, diz. E como a guerra é pesada, colunista da “Veja” traz hoje insinuações contra Protógenes - veja aqui.

O deputado do PCdoB acha que – apesar das ameaças – será mais fácil instalar a CPI do Cachoeira do que a da Privataria, que já teve o pedido protocolado no fim de 2011, e aguarda decisão da presidência da Câmara para ser instalada.

“A CPI do Cachoeira mexe com financiamento de muita gente no Congresso; mas a da Privataria é pior, ali é a estrutura dos crimes financeiros que seria exposta, gente muito mais poderosa”.

CPI da Privataria

“Essa eu tenho impressão que só sai depois da eleição; o PT não quer instalar agora, pra não parecer que está apelando contra o Serra, pra ganhar a eleição em São Paulo”.

Mas, depois de novembro, o presidente da Câmara terá interesse de instalara a CPI da Privataria?

“Olha, o Marco Maia (presidente da Câmara) não tem como não instalar; entreguei número regimental de assinaturas; se não instalar, há a possibilidade de ir ao STF pra obrigar a instalar”, avisa Protógenes. Ele acha que não é o caso de apelar pro Judiciário “ainda”.

Passada a eleição, afirma, existem dois cenários. Se Serra perder a Prefeitura, perde força “e aí a CPI pode vir como pá de cal na carreira dele”. Se ganhar a Prefeitura, pode negociar com a Dilma: “o que se diz no Congresso é que Serra poderia sair do PSDB, ir pro PSD, e em vez de apoiar Aécio em 2014, apoiaria a Dilma; em troca, o PT engavetaria a CPI”.

Você acha possível isso acontecer, deputado? Ele dá uma risada e baixa o olhar. “Possível, tudo é; mas vou brigar até o fim pela CPI”.

Maluf e a feijoada

Protógenes diz que Paulo Maluf (a quem mandou prender, quando era delegado) costuma desviar o olhar quando cruza com ele pelos corredores do Congresso. A assessora dele, que acompanha a conversa no café paulistano, duvida: “ah, deputado, menos, vai! Maluf é cara de pau, não tem vergonha de nada”.

Protógenes ri… E lembra que Maluf anda por baixo. “Toda quarta, ele organiza uma feijoada em Brasília, e convida um monte de deputado; mas parece que ninguém vai”.

Se não tivesse pedido a prisão de Maluf, Protógenes iria? “Eu não! Feijoada, quarta à noite já é pesado. Na casa do Maluf, então, é congestão”.

Protógenes ri discretamente, de novo. E pede uma salada.

O Pibinho dos Neves

Do site Minas sem Censura 
Crescimento? Entre Minas e o Brasil

Era esperado. Os rabiscos de Aécio (FSP, 12/03/2012) acusaram o valor “pífio” do PIB nacional. Ousa ele chamá-lo de “pibinho”. Se o crítico fosse qualquer outra pessoa, a crítica poderia ter até alguma legitimidade. Sendo Aécio, não.
A revista “Mercado Comum” há muito desmente a autoridade de Aécio Neves para falar em “pibinho”. É que a média do PIB mineiro, de 2003 a 2009, foi 3,3%, enquanto que a nacional foi 3,5%. Mesmo num quadro de exportações favoráveis de minério, Minas cresceu menos que o Brasil. Em 2010, quando festejaram o “PIB chinês” nas Gerais, foi o crescimento da demanda por ferro, na China, que puxou o tal crescimento. Ou seja, nem o subsolo do estado, nem a dinâmica da economia mineira dependiam da “mão de Midas” do pífio senador mineiro.
Saiu da FIEMG, em fevereiro de 2011, um diagnóstico dramático sobre a economia mineira. Reprimarização, ausência de infraestrutura estadual, de qualificação profissional, de política creditícia orientada estrategicamente e muito mais. Ou seja, os tucanos não fizeram – mais uma vez – o dever de casa.
Justiça seja feita: ele nunca se jactou da condição de diplomado em economia. E nem pode. Permanece o mistério sobre suas notas em seu histórico escolar e sobre sua frequência no curso. Mas, mesmo para alguém indigente em termos de teoria econômica, ao analisar o desempenho do PIB nacional, deveria citar o quadro de recessão e quebradeira na Europa, as dificuldades da China, do Japão, dos EUA etc.
Nesse sentido, não vamos polemizar com o besteirol de seus rabiscos hodiernos.
Apresentamos aqui um exemplo de ausência de projeto industrial e de desenvolvimento no estado pelo qual ele foi eleito governador e senador. Seu sucessor, diante de uma herança maldita (um estado quebrado e endividado), criou uma dita Taxa de Controle, Monitoramento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários (TFRM) para financiar projetos de recuperação ambiental nas áreas de mineração, monitorar e fiscalizar a atividade minerária.