sábado, 3 de março de 2012

Bicheiro foi preso em casa que era de Marconi Perillo

“Carlinhos Cachoeira, que mandava na segurança pública de Goiás, foi detido numa residência que já pertenceu ao atual governador do Estado; ligações com Marconi Perillo, do PSDB, e Demóstenes Torres, do DEM, são íntimas, mas assunto continua ignorado por veículos como Globo, Folha, Estado, Veja e até pelos que se intitulam progressistas; por que será?
Brasil 247
 
A prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira, que administrava uma série de cassinos ilegais em Goiás e nas cercanias de Brasília, cada um com faturamento mensal na casa de R$ 3 milhões, tem provocado um verdadeiro tsunami político em Goiás, estado administrado por Marconi Perillo, que vinha sendo apontado como um possível presidenciável do PSDB. Até agora já se sabe que:

1) o mafioso Cachoeira nomeava delegados e pagava mesada a policiais de Goiás (leia mais aqui)

2) o mafioso Cachoeira distribuía presentes ao senador Demóstenes Torres (DEM/GO) (leia mais aqui)

3) o mafioso Cachoeira indicava parentes até para a Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás (leia mais aqui)



Agora, mais uma revelação estarrecedora. Ele foi preso na sua residência, em Goiânia. Uma casa que, até 2010, pertencia a quem? Ao governador Marconi Perillo. Leia, abaixo, reportagem de hoje publicada pelo jornal O Popular, o principal de Goiás:

Marconi Perillo (PSDB) disse ontem ao POPULAR que vendeu sua casa no Residencial Alphaville Ipês, onde morou por quatro anos – de 2007 a 2010 –, para Walter Paulo Santiago, proprietário da Faculdade Padrão, no início de 2011, em um negócio intermediado pelo ex-vereador Wladmir Garcêz. A casa é a mesma onde o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso quarta-feira pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, na Rua Cedroarana, Quadra G-3, Lote 11.

Marconi disse que não sabia que Cachoeira morava na casa, que foi vendida por R$ 1,4 milhão, dividido em três parcelas, segundo o governador. “Foi um negócio normal, fechado há um ano e já devidamente declarado no Imposto de Renda deste ano. Essa pergunta (sobre o morador) tem de ser feita ao proprietário da casa”, afirmou.

A casa consta na declaração de bens apresentada por Marconi à Justiça Eleitoral na campanha de 2010, ao valor de R$ 417.816,13.

O tucano contou que Wladmir o procurou mostrando-se ele próprio interessado na compra. “Isso a gente espalha para os amigos, pede ajuda. Aí o Wladmir entrou em contato. Quando fui passar a escritura, ele me informou que seria Walter Paulo o comprador. Eu nem falei com ele (Walter). O dono do cartório trouxe os documentos para eu assinar e depois levou ao comprador.

Recebi os três cheques e fui fazendo os depósitos como combinado”, disse.
Reportagem da revista Época, divulgada ontem no site, informa que as investigações apontaram relações políticas de Cachoeira em Goiás (leia reportagem abaixo). Segundo o texto, as gravações da PF mostraram que Wladmir trocou “dezenas de torpedos” pelo celular com o governador.
Marconi atribuiu a troca de torpedos à negociação sobre a venda da casa e à relação política que tem com o ex-vereador. “Eu o conheço há 20 anos, desde que ele era da Legião Brasileira de Assistência (LBA), onde foi superintendente. Ele assessorou a Lúcia Vânia, o Henrique Meirelles, e apoiou minha eleição, foi presidente da Câmara de Goiânia. Depois ele saiu da política daquele jeito que todos sabem e reduzimos o contato. Mas ele e a irmã me ajudaram novamente nas eleições”, disse, admitindo que o ex-vereador indicou nomes para cargos no governo. “Ele me levou uma lista e alguma coisa foi atendida, mas não sei quem são as pessoas.”

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