quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O transformismo perigoso de uma toga

Saul Leblon, Carta Maior / Blog das Frases

“O desequilíbrio emocional do relator Joaquim Barbosa na sessão desta 4ª feira do STF escancara o papel híbrido - e temerário - assumido por ele desde o início desse julgamento. Barbosa ora veste a toga de relator, ora de acusador; faz as vezes de juíz e de Ministério Público, ao mesmo tempo e com igual intensidade. Alterna-se nesse trasformismo à sua conveniência e arbítrio. Causa constrangimento seu descontrole. Acima de tudo, preocupa os riscos dessa escalada.

A espiral ascendente desenha uma linha de colisões que atropela os limites e a liturgia da função, desrespeita a presunção de inocência dos réus e agride os demais membros do Supremo. Sobretudo o revisor, no seu papel sagrado de contemplar um segundo olhar sobre cada linha do processo, tem sido alvo da intolerância dessa toga que se evoca uma suficiência ubíqua estranha ao Direito - exceto em um tribunal de exceção.

Em qualquer sociedade onde impera o Estado de Direito, comportamento assemelhado autorizaria arguir se os extremos dessa conduta já não teriam resvalado a fronteira do impedimento. Não basta apenas conhecimento jurídico fascicular. A missão de relator pede serenidade, equilíbrio e grandeza histórica.

Foi esse o sentido da advertência figurativa feita pelo cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, quando declarou a Carta Maior: "A cabeça de um juiz não pode pensar como a de um taxista" (leia a íntegra nesta pág).

A figura algo caricata que vai se delineando sob a toga híbrida pode dar razão aos temores mais pessimistas de segmentos democráticos e ecumênicos da sociedade brasileira, signatários de um manifesto de ampla adesão nos meios artísticos e culturais.

A volúpia condenatória ameaça a isenção e o contraditório. São esses os requisitos que diferenciam um julgamento de um linchamemto, mutação abertamente encorajada por certa mídia, mas que não pode contagiar o relator, a ponto de ser capturado como personagem desfrutável de um simulacro de Justiça.”

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Mensalão: Artistas e intelectuais pedem ao STF a defesa da legalidade

 

:
Leia a Carta Aberta ao Povo Brasileiro, assinada por personalidades como Oscar Niemeyer, Fernando Morais, José de Abreu, Hildegard Angel, Antonio Grassi, Antonio Pitanga, Eugenio Staub, Hugo Carvana, Emir Sader, Emiliano José, Antonio Abujamra, Bresser Pereira, João Carlos Martins, Alceu Valença, Tisuka Yamasaki e Luís Carlos Barreto, entre outros, que defende a presunção de inocência e condena a transformação em espetáculo do julgamento da Ação Penal 470

sábado, 22 de setembro de 2012

“Privataria tucana” e o Prêmio Jabuti

Do blog da Geração Editorial:

O livro-reportagem mais polêmico e vendido do ano, A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Junior, está entre os finalistas do Prêmio Jabuti, na categoria Reportagem. Esse é o prêmio mais prestigiado da literatura brasileira.

Para Geração Editorial, com 20 anos de polêmicas e honrando o seu slogan, uma editora de verdade, este livro-reportagem ou livro-denúncia tem uma satisfação especial: a obra trouxe – com provas robustas e documentos inéditos – à tona para a sociedade brasileira mais um caso emblemático de corrupção e lavagem de dinheiro público que lesou milhares brasileiros, na chamada Era das Privatizações. Os desvios aconteceram durante o governo Fernando Henrique Cardoso, por intermédio de seu ministro do Planejamento, ex-governador de São Paulo, José Serra.

A Geração Editorial acreditou no excepcional trabalho jornalístico do premiado jornalista Amaury Ribeiro Junior, vencedor das maiores honrarias da imprensa brasileira, como por exemplo, três prêmios Esso e quatro prêmios Vladimir Herzog.

O furacão A Privataria Tucana vendeu no dia do seu lançamento; nada menos que 15 mil exemplares, sucesso inquestionável de aceitação. Em dois meses foram mais de 100 mil cópias e permaneceu por mais de quatro meses em diversas listas de livros mais vendidos do país.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Por que eles têm medo do Lula?


 
Emir Sader

Lula virou o diabo para a direita brasileira, comandada por seu partido – a mídia privada. Pelo que ele representa e por tê-los derrotado três vezes sucessivas nas eleições presidenciais, por se manter como o maior líder popular do Brasil, apesar dos ataques e manipulações de todo tipo que os donos da mídia – que não foram eleitos por ninguém para querer falar em nome do país – não param de maquinar contra ele.

Primeiro, ele causou medo quando surgiu como líder operário, que trazia para a luta política aos trabalhadores, reprimidos e super-explorados pela ditadura durante mais de uma década e o pânico que isso causava em um empresariado já acostumado ao arrocho salarial e à intervenção nos sindicatos.Medo de que essa política que alimentava os superlucros das grandes empresas privadas nacionais e estrangeiras – o santo do chamado “milagre econômico” -, terminasse e, com ela, a possibilidade de seguirem lucrando tanto às custas da super-exploração dos trabalhadores.

Medo também de que isso tirasse as bases de sustentação da ditadura – além das outras bases, as baionetas e o terror – e eles tivessem que voltar às situações de incerteza relativa dos regimes eleitorais.

Medo que foi se acalmando conforme, na transição do fim do seu regime de ditadura militar para o restabelecimento da democracia liberal, triunfavam os conservadores. Derrotada a campanha das diretas, o Colégio Eleitoral consagrou um novo pacto de elite no Brasil, em que se misturavam o velho e o novo, promiscuamente na aliança PMDB-PFL, para dar nascimento a uma democracia que não estendia a democracia às profundas estruturas econômicas, sociais e midiáticas do país.

Sempre havia o medo de que Lula catalizasse os descontentamentos que não deixaram de existir com o fim da ditadura, porque a questão social continuava a arder no país mais desigual do continente mais desigual do mundo. Mas os processos eleitorais pareciam permitir que as elites tradicionais retomassem o controle da vida política brasileira.

Aí veio o novo medo, que chegou a pânico, quando Lula chegou ao segundo turno contra o seu novo queridinho, Collor, o filhote da ditadura. E foi necessário usar todo o peso da manipulação midiática para evitar que a força popular levasse Lula à presidencia do Brasil, da ameaça de debandada geral dos empresários se Lula ganhasse, à edição forjada de debate, para tentar evitar a vitória popular.

O fracasso do Collor levou a que Roberto Marinho confessasse que eles já não elegeriam um presidente deles, teriam que buscar alguém no outro campo, para fazê-lo seu representante. Se tratava de usar de tudo para evitar que o Lula ganhasse. Foram buscar ao FHC, que se prestou a esse papel e parecia se erigir em antidoto permanente contra o Lula, a quem derrotou duas vezes.

Como, porém, não conseguem resolver os problemas do país, mas apenas adiá-los – como fizeram com o Plano Real -, o fantasma voltou, com o governo FHC também fracassando. Tentaram alternativas – Roseana Sarney, Ciro Gomes, Serra -, mas não houve jeito.

Trataram de criar o pânico sobre a possibilidade da vitória do Lula, com ataque especulativo, com a transformação do chamado “risco Brasil” para “risco Lula”, mas não houve jeito.

Alivio, quando acreditaram que a postura moderada do Lula ao assumir a presidência significaria sua rendição à politica econômica de FHC, ao “pensamento único”, ao Consenso de Washington. Por um lado, saudavam essa postura do Lula, por outro incentivavam os setores que denunciavam uma “traição” do Lula, para buscar enfraquecer sua liderança popular. No fundo acreditavam que Lula demoraria pouco no governo, capitularia e perderia liderança popular ou colocaria suas propostas em prática e o país se tornaria ingovernável.

Quando se deram conta que Lula se consolidava, tentaram o golpe em 2005, valendo-se de acusações multiplicadas pela maior operação de marketing político que o pais ja conheceu – desde a ofensiva contra o Getúlio, em 1954 -, buscando derrubar o Lula e sepultar por muito tempo a possibilidade de um governo de esquerda no Brasil. Colocavam em prática o que um ministro da ditadura tinha dito: Um dia o PT vai ganhar, vai fracassar e aí vamos poder governar o país sem pressão.”

Chegaram a cogitar um impeachment, mas tiveram medo do Lula, da sua capacidade de mobilização popular contra eles. Recuaram e adotaram a tática de sangrar o governo, cercando-o no Parlamento e através da mídia, até que, inviabilizado, fosse derrotado nas eleições de 2006.

Fracassaram uma vez mais, quando o Lula convocou as mobilizações populares contra os esquemas golpistas, ao mesmo tempo que a centralidade das políticas sociais – eixo do governo Lula, que a direita não enxergava, ou subestimava e tratava de esconder – começava a dar seus frutos. Como resultado, Lula triunfou na eleições de 2006, ao contrário do que a direita programava, impondo uma nova derrota grave às elites tradicionais.

O medo passou a ser que o Brasil mudasse muito, tirando suas bases de apoio tradicionais – a começar por seus feudos políticos no nordeste -, permitindo que o Lula elegesse sua sucessora. Se refugiaram no “favoritismo” do Serra nas pesquisas – confiando, uma vez mais, na certeza do Ibope de que o Lula não elegeria sua sucessora.

Foram de novo derrotados. Acumulam derrota atrás de derrota e identificam no Lula seu grande inimigo. Ainda mais que nos últimos anos do seu segundo mandato e na campanha eleitoral, Lula identificou e apontou claramente o papel das elites tradicionais, com afirmações como a de que ele demonstrou “que se pode governar o Brasil, sem almoçar e jantar com os donos de jornal”. Quando disse que “não haverá democracia no Brasil, enquanto os políticos tiverem medo da mídia”, entre outras afirmações.
 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O implacável Joaquim empurra mensalão tucano

 

:
Futuro presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa já decidiu que não irá relatar o mensalão tucano, que nasceu no governo de Eduardo Azeredo; processo recomeçará do zero e será relatado por ministro a ser indicado pela presidente Dilma Rousseff para o lugar de Ayres Britto, que se aposenta em novembro; ou seja: ficará para as calendas

19 de Setembro de 2012

Aécio tem 110 razões para ter cautela com mensalão

Edição 247:

Presidenciável tucano disse ontem que “quem agiu com irresponsabilidade, quem utilizou o mandato, o poder público para benefícios pessoais ou partidários, deve pagar”. Na lista do mensalão mineiro, ele aparece como receptor de R$ 110 mil pagos por Claudio Mourão, tesoureiro do ex-governador Eduardo Azeredo, para sua campanha

19 de Setembro de 2012 às 05:08

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Um julgamento de exceção – Íntegra do artigo de Wanderley Guilherme dos Santos

 
Não sei se José Dirceu é inocente ou se, como outros, cometeu algum crime à sombra do ilícito caixa 2. Os autos devem esclarecer isso. Há algo que não depende dos autos, todavia: será um julgamento de exceção se condenado por não haver provas contra ele.
 
Alguns magistrados do Supremo estão prontos a contorcionismos chineses para escapar à evidência de que a legislação eleitoral é causa eficiente do caixa 2 e que este proporciona a oportunidade para diversos crimes que nada têm a ver com tal ilícito.
 
Comentários antecipando votos condenatórios com base em provas nos autos preparam o caminho para condenações sem provas. A premissa de que chefes de quadrilha não deixam rastros – interpretação peculiar da tese do domínio do fato – pode ser defensável, mas requer comprovação sem sombra de dúvida e, até, agora, nenhuma condenação se apoiou em tal tese ou na versão mais amena de que quanto mais elevado nas hierarquias de poder, maior a possibilidade de que criminosos eliminem os indícios. As condenações por corrupção passiva de João Paulo Cunha e de Henrique Pizzolato são exemplos de que os discursos são para outros.
 
João Paulo Cunha foi condenado com fundamento na prova de que os recibos que explicariam os 50 mil recebidos por sua mulher foram forjados. Enquanto as falas do procurador e do ministro revisor só apontavam indícios a que atribuíam hiperbólica significação, a ministra Rosa Weber revelou que os recibos possuíam numeração seriada, embora supostamente preenchidos em datas afastadas no tempo. Com isso, a ida da mulher de João Paulo Cunha ao banco para retirar o dinheiro em espécie deixou de ser um comportamento esdrúxulo, sem dúvida, mas não criminoso, e muito menos da conta de ministros do Supremo, para se tornar um indício poderoso da ilegalidade do recebimento. Até porque os comentários dos juízes eram contraditórios: para Carmem Lucia fazendo sua mulher descontar o cheque à luz do dia era manifestação solar de arrogância de poder de João Paulo, indicativo seguro de que se sentia impune; para Rosa Weber, disfarce, dissimulação, sombra; para César Peluso, garantia de que chegaria em casa e não seria apropriado por outrem (esse comentário é interessante em outro contexto). Comentários diversos e contraditórios, mas o fundamento do voto foi o mesmo: a seriação dos recibos falsos. Ora, o presidente da Câmara é terceiro na linha de sucessão do poder executivo e os próprios magistrados exaltaram sua posição para melhor revelar como o crime merecia ainda mais forte repulsa. Não obstante, apesar desta posição hierárquica elevada, joão paulo deixou rastros toscos, elementares. Não foi porque, dada sua posição elevada, João Paulo não deixou pistas e foi condenado assim mesmo. Rosa Weber e todos os que o condenaram o fizeram com base nas provas toscas que deixou. A tese abstrata de Rosa Weber e do procurador é contrária aos fatos aqui.
 
O mesmo em relação a Henrique Pizzolato. Ele foi condenado porque não apresentou a pessoa que, segundo sua explicação, seria o destinatário final do pacote cujo conteúdo alegava desconhecer. Alegação tosca e rude que, não sendo provada, prova o seu oposto, isto é, que ficou com o dinheiro indevido. Membro do corpo mais elevado da administração do Banco do Brasil, deixou, não obstante, rastros que permitiram aos juízes do Supremo o condenarem. Ele deixou rastros e foi condenado por eles, não porque tenha faltado provas. Outro exemplo em que o discurso abstrato sobre o domínio do fato nada tem com o voto real, sendo apenas preparatório para o momento em que não houver mesmo prova alguma e os juízes condenarem assim mesmo, configurando um julgamento de exceção.
 
João Paulo Cunha e Henrique Pizzolato não foram condenados em virtude de pertencerem a algum esquema diabólico efetivamente comprovado, como querem o procurador e o ministro relator, mas justamente porque não conseguiram comprovar que os ilícitos que cometeram resultaram da participação no ilícito caixa 2. Eram corrupção passiva mesmo. Assim como o ilícito de Marcos Valério, que no contrato com a Visanet cometeu apropriação indébita, via corrupção ativa, e Pizzolato corrupção passiva, via adiantamento de pagamentos. Do mesmo modo, Marcos Valério não foi condenado por se mostrar um elo de mirabolantes enredos, mas por se apropriar indevidamente dos bônus de contrato de publicidade do BB, que não tem conexão com caixa 2, embora propiciado por este. ESSES FORAM OS FUNDAMENTOS DE ROTINA PENAL NO PRIMEIRO BLOCO DA AÇÃO PENAL 470, DESCONECTADOS DAS ESPECULAÇÕES SOBRE AS LIGAÇÕES ENTRE NIVEL DE AUTORIDADE PÚBLICA E AUSÊNCIA PROVAS. AO CONTRÁRIO, TODAS AS AUTORIDADES PÚBLICAS CONDENADAS NO PRIMEIRO PACOTE DEIXARAM PROVAS SUFICIENTES E, ALGUMAS, BASTANTE TOSCAS, QUE NENHUM MELIANTE MEDIANAMENTE EXPERIMENTADO DEIXARIA DE EVITAR.
 
A INTERPRETAÇÃO do domínio do fato é a espinha dorsal para a condenação sem provas. Para tanto, o procurador insinuou e o relator apresenta repetidamente, em paralelo aos autos, um enredo perverso que ligaria todos os ilícitos, como se todos fossem uma mesma coisa, cujo Autor sem assinatura seria José Dirceu. A idéia é tornar aceitável a interpetação segundo a qual “quanto mais elevada for a posição do criminoso nas hierarquias sociais, mais fácil a ocultação de provas”, hipótese heurística defensável (embora não existam pesquisas que comprovem indubitavelmente que se trata de uma verdade, mesmo que apenas probabilística). Equivale a “não havendo provas, é forte indício de que há o mando de uma autoridade”. Além de ser contrária aos fatos na Ação Penal 470, a tese hipotética aceitável não se transforma na segunda senão por subterfúgio. Da proposição verdadeira de que todos os ímpares são números não se segue que todos os números são ímpares. Essa tentativa, se bem sucedida, é que fará deste um julgamento de exceção, ou seja, nunca mais se repetirá. Imagine o que não diriam os editorialistas diante da seguinte proposição: Fernando Henrique Cardoso locupletou-se durante a presidência precisamente porque não existem provas de que o fez. É o que se pretende fazer em relação a Dirceu: uma interpretação ad hominem, isto é, só vale para casos singulares. Fazer da ausência de provas uma “prova” de que houve crime é a evidência de que se trata de julgamento de exceção, vingativo.
 
A grande imprensa clama unanimemente por isso, mas não penso que os juízes estejam necessariamente se submetendo a ela. Acho, sim, que, neste caso, alguns juízes raciocinam como a grande imprensa. Por isso não se sentem pressionados, exceto o Lewandowski, claro. Eles sentem com absoluta convicção que o projeto do PT, Lula e Dirceu são um mal. Representou a quebra do monopólio do voto de classe média como fiel da balança eleitoral, a seduzir pés rapados que se elegem e os elegem. E se não há provas desse mal, é porque são diabólicos e não deixam rastro. Vai ser preciso condenar sem provas porque, no fundo, acham que estão certos.
 
Os ilícitos para os quais existem provas não podem ser somente conseqüência do caixa 2, do qual a justiça eleitoral é causa eficiente, ou da banal corrupção, por hábito ou oportunidade. Precisam estar dentro de um enredo maléfico, que parece impossível demonstrar. Isso, é claro, se o julgamento for até o fim do mesmo jeito. Se provarem que Dirceu afanou algum, é uma coisa, daí a “provar” um esquema perverso em que todos tinham consciência e cumplicidade no objetivo final, obscuramente definido como “permanecer no poder”, vai grande distância.
 
O objetivo partidário de permanecer no poder foi satanizado pelo procurador, pelo relator, pelo preconceito que sai pelos poros de vários dos juízes e pelo prefácio de oratória proferido por Celso de Mello antes de votar o primeiro pacote de julgamentos. Em discurso abstrato, sem nomes, mas cheio de adjetivos degradantes sobre autoridades públicas que cometem ilícitos – o que, de fato, me lembrou o IPM a que respondi, e era o clima da época, em que coronéis e tenentes, impunes, esbravejavam contra várias coisas das quais eu não podia ser acusado, pois não havia provas, chegando ao cômico (mas não ri na hora) de me acusarem, além de subersivo, de ser suspeito; acredite, fui acusado de ser suspeito e isso era crime! – o ministro decano estava na verdade manifestando desprezo a priori pela atividade política e pelo PT como partido político.
 
É fácil demonstrar que sem partidos políticos e parlamentos livres, nenhuma outra instituição é seguramente livre. Quando os partidos são fechados, a imprensa é censurada e o judiciário se acoelha. Tal acontece em todas as ditaduras e assim aconteceu no Brasil, durante o Estado Novo e durante a ditadura militar. Os advogados de presos e torturados políticos – Nilo Batista, Modesto da Silveira e a Rosa Maria Cardoso da Cunha, e que está na comissão da verdade, o falecido Heleno Fragoso, entre vários outros – sabem muito bem o que foi o rebaixamento silencioso do judiciário nesse último período. Quem garante a liberdade das demais instituições democráticas é um sistema partidário livre, não o contrário.

Para além do "mensalão"

 Por que tentam tentam ferir letalmente o PT?

 
Por Leonardo Boff

Há um provérbio popular alemão que reza: “você bate no saco mas pensa no animal que carrega o saco”. Ele se aplica ao PT com referência ao processo do “Mensalão”. Você bate nos acusados mas tem a intenção de bater no PT. A relevância espalhafatosa que o grosso da mídia está dando à questão, mostra que o grande interesse não se concentra na condenação dos acusados, mas através de sua condenação, atingir de morte o PT.

De saída quero dizer que nunca fui filiado ao PT. Interesso-me pela causa que ele representa pois a Igreja da Libertação colaborou na sua formulação e na sua realização nos meios populares. Reconheço com dor que quadros importantes da direção do partido se deixaram morder pela mosca azul do poder e cometeram irregularidades inaceitáveis. Muitos sentimo-nos decepcionados, pois depositávamos neles a esperança de que seria possível resistir às seduções inerentes ao poder. Tinham a chance de mostrar um exercício ético do poder na medida em que este poder reforçaria o poder do povo que assim se faria participativo e democrático.
 
Lamentavelmente houve a queda. Mas ela nunca é fatal. Quem cai, sempre pode se levantar. Com a queda não caiu a causa que o PT representa: daqueles que vem da grande tribulação histórica sempre mantidos no abandono e na marginalidade. Por políticas sociais consistentes, milhões foram integrados e se fizeram sujeitos ativos. Eles estão inaugurando um novo tempo que obrigará todas as forças sociais a se reformularem e também a mudarem seus hábitos políticos.

Por que muitos resistem e tentam ferir letalmente o PT? Há muitas razões. Ressalto apenas duas decisivas.

A primeira tem a ver com uma questão de classe social. Sabidamente temos elites econômicas e intelectuais das mais atrasadas do mundo, como soia repetir Darcy Ribeiro. Estão mais interessadas em defender privilégios do que garantir direitos para todos. Elas nunca se reconciliaram com o povo. Como escreveu o historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma no Brasil 1965,14) elas “negaram seus direitos, arrasaram sua vida e logo que o viram crescer, lhe negaram, pouco a pouco, a sua aprovação, conspiraram para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que continuam achando que lhe pertence”.
 
Ora, o PT e Lula vem desta periferia. Chegaram democraticamente ao centro do poder. Essas elites tolerariam Lula no Planalto, apenas como serviçal, mas jamais como Presidente. Não conseguem digerir este dado inapagável. Lula Presidente representa uma virada de magnitude histórica. Essas elites perderam. E nada aprenderam. Seu tempo passou. Continuam conspirando, especialmente, através de uma mídia e de seus analistas, amargurados por sucessivas derrotas como se nota nestes dias, a propósito de uma entrevista montada deVeja contra Lula. Estes grupos sepropõem apear o PT do poder e liquidar com seus líderes.

A segunda razão está em seu arraigado conservadorismo. Não quererem mudar, nem se ajustar ao novo tempo. Internalizaram a dialética do senhor e do servo. Saudosistas, preferem se alinhar de forma agregada e subalterna, como servos, ao senhor que hegemoniza a atual fase planetária: os USA e seus aliados, hoje todos em crise de degeneração. Difamaram a coragem de um Presidente que mostrou a autoestima e a autonomia do país, decisivo para o futuro ecológico e econômico do mundo, orgulhoso de seu ensaio civilizatório racialmente ecumênico e pacífico. Querem um Brasil menor do que eles para continuarem a ter vantagens.

Por fim, temos esperança. Segundo Ignace Sachs, o Brasil, na esteira das políticas republicanas inauguradas pelo do PT e que devem ser ainda aprofundadas, pode ser a Terra da Boa Esperança, quer dizer, uma pequena antecipação do que poderá ser a Terra revitalizada, baixada da cruz e ressuscitada. Muitos jovens empresários, com outra cabeça, não se deixam mais iludir pela macroeconomia neoliberal globalizada. Procuram seguir o novo caminho aberto pelo PT e pelos aliados de causa. Querem produzir autonomamente para o mercado interno, abastecendo os milhões de brasileiros que buscam um consumo necessário, suficiente e responsável e assim poderem viver um desafogo com dignidade e decência. Essa utopia mínima é factível. O PT se esforça por realizá-la. Essa causa não pode ser perdida em razão da férrea resistência de opositores superados porque é sagrada demais pelo tanto de suor e de sangue que custou.

domingo, 16 de setembro de 2012

Quem vai dar o golpe no Brasil?

Por Miguel do Rosário
 
Agora vocês entendem porque eu ataco tão violentamente a tese de que é possível governar sem base legislativa, sem força política? Essa é uma tese perigosíssima, sobretudo para a esquerda, que não tem apoio da mídia, e que apenas conta com apoio do empresariado enquanto a economia for bem. Há um setor do empresariado progressista, ligado à produção, mas há também um setor financeiro reacionário, corrupto, profundamente insatisfeito, por exemplo, com a concorrência dos bancos públicos e a determinação do governo de reduzir spread e juros.
 
Um país de economia diversificada como o Brasil, e com tantos recursos naturais, encontrará financiadores para qualquer aventura golpista, sendo que a estratégia pós-moderna é o golpe branco, por dentro da lei, baseado na manipulação da informação.
 
A guerra do Iraque, por exemplo, foi um golpe branco, um conluio entre a indústria bélica, mídia e setores do governo, para arrancar do contribuinte americano alguns trilhões de dólares. Conseguiram. A guerra pode ter sido um fiasco, e a mídia depois confessou que mentiu, mas o dinheiro foi embolsado pelos barões das armas. Do ponto-de-vista financeiro, portanto, a guerra foi um sucesso absoluto.
 
Recentemente, testemunhamos na América Latina dois golpes brancos: em Honduras e no Paraguai.
O do Paraguai, mais recente, chocou a opinião pública brasileira, mas contou com apoio da mídia (a nossa, e a deles também, claro) e de setores da direita (a nossa e a deles).
 
E agora vemos o Supremo Tribunal Federal realizando um julgamento não ortodoxo do mensalão, condenando sem provas, encarnando um estarrecedor tribunal de exceção. Confiram a entrevista com Wanderley Guilherme dos Santos para a Carta Capital.
 
No que toca à mídia, não faltará disposição. Esta é a razão do título do post, que é uma citação de um livro publicado por Wanderley em 1962, no qual ele analisa a situação política e prevê o que irá acontecer. Não quero acreditar em golpe no Brasil. Acho que não chegaremos a tanto, mas golpe é golpe justamente por ser uma surpresa. Ninguém contava com o golpe de 64, assim como não contavam em Honduras ou Paraguai. Um pouco de paranóia, se dosada com bom senso, não faz mal a ninguém.
 
A Veja desta semana traz uma reportagem bombástica de capa. Depois do julgamento sem provas, dos grampos sem áudio, agora temos uma entrevista sem entrevistado. A revista traz revelações dadas por Marcos Valério que não foram ditas por Marcos Valério, mas colhidas em depoimentos de parentes, amigos e associados. Ou seja, a velha e boa fofoca ganhou status de entrevista e matéria jornalística. PS: Marcos Valério não apenas não deu a entrevista como não confirmou as informações nela contida.
Sabe o que é pior? As pessoas acreditam. Lembro que uma vez eu li uma matéria sobre uma pesquisa de cientistas ingleses, que descobriram que as pessoas tendem a acreditar mais em fofocas do que em seus desmentidos.
 
A reportagem ataca, obviamente, Lula, que é uma espécie de vilão-mor da Veja. Ela ocorre na mesma edição em que se publica uma resenha do último livro do blogueiro da revista, Reinaldo Azevedo, intitulada, muito criativamente, País dos Petralhas II.
 
O objetivo da matéria é criar um fato bombástico para repercutir nas primeiras páginas dos jornais de domingo, constará do Fantástico, e pautará os grandes órgãos de imprensa, aliados nessa estratégia. Faltando pouco mais de 20 dias para a eleição municipal, a Veja tenta levar Serra, candidato à prefeitura de São Paulo, para o segundo turno.
 
Não se trata de considerar Lula um intocável. Mas não se pode pautar a agenda política de um país com base em fofocas. Se Marcos Valério tem alguma coisa a dizer, que o diga de sua própria boca, e prove.
 
Nesse momento em que a direita se vê cada vez mais enfraquecida, não podemos baixar a guarda, porque o bicho se torna mais feroz quando está acuado. A esquerda tem de se fortalecer, ampliar sua base legislativa, fortalecer as instituições, e construir, paulatinamente, um sistema de comunicação mais democrático. O Brasil se tornou grande demais para ficar à mercê de meia dúzia de barões da mídia.
 
Para isso, o governo tem de fazer um PAC da Internet, investindo o que for necessário, urgentemente, para elevar a banda em todo país, porque somente a internet pode libertar o país do risco de um golpe branco midiático. Este PAC deveria conter os seguintes pontos:
  1. Consolidar, de uma vez por todas, uma banda larga de alta potência em todo país, ao custo menor possível.
  2. Incentivar a criação de canais de TV exclusivos de internet.
  3. Incentivar a criação de websites, blogs e portais jornalísticos e culturais, que sejam independentes de corporações. Sei que já existem milhares de websites e blogs independentes, mas quase nenhum é profissional. Para isso, entrará o investimento do poder público. Temos de fazer leis que obriguem municípios, estados e União a patrocinarem a mídia independente – a partir de critérios republicanos, evidentemente.
O Leviatã midiático está mais desesperado – e por isso perigoso – do que nunca. O novo lance da Veja deve nos preparar para o que virá em 2014. Em 2010, sofremos na pele o risco de um retrocesso brutal por conta da aliança entre grande mídia e oposição conservadora. Essa é a razão pela qual eu não acredito em aventureiros solitários. A guerra política não é para adolescentes mimados. Governos de esquerda, ou aliados à esquerda, tem de ser fortes, com base legislativa sólida e confiável, ancorado em processos consolidados de articulação política entre partidos, sindicatos, movimentos sociais, empresariado e sociedade civil. Se não for assim, se não agirmos com inteligência e coesão, estaremos expondo nosso povo a um risco que ele não merece correr.
 
Lula foi um grande estadista, mas o importante não é o indivíduo. É o projeto político. Esse projeto deve ser assegurado, porque a democracia, em si, não muda muita coisa, o que muda é a luta política no interior da democracia. A luta para assegurar crescimento econômico, empregos, juros baixos, mais investimentos em infra-estrutura, e aprimoramento constante dos serviços de educação e saúde oferecidos pelo poder público.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Bancários aprovam greve nacional

 

Banqueiros - http://www.marciobaraldi.com.br/
Por Altamiro Borges

Em assembleias realizadas ontem à noite em todo o país, os bancários aprovaram por unanimidade a deflagração de uma greve nacional por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira. A categoria rejeitou a ridícula proposta de reajuste salarial apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que prevê a reposição da inflação e apenas 0,58% de aumento real. Os bancários exigem 10,25% de reajuste – as perdas inflacionárias do último ano, mais 5% de aumento real.

A categoria também reivindica aumento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a adoção do salário mínimo do Dieese, de R$ 2.416,38, e vale alimentação de R$ 622. “Os seis maiores bancos, que empregam mais de 90% da categoria, lucraram R$ 25,2 bilhões no primeiro semestre deste ano, mas fizeram uma proposta que não valoriza os salários dos trabalhadores”, explica Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Sistema Financeiro (Contraf-CUT).

Bancos mantêm os altos lucros
Para Emanoel Souza, presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feeb-Base) e dirigente da CTB, a decretação da greve “é necessária para desmascarar os banqueiros, que adotaram o discurso de que não é possível conceder aumento real por conta da redução dos juros imposta pelo governo federal. Isto é um verdadeiro absurdo, pois a redução dos juros beneficia a população e não afeta o rendimento dos bancos, cada vez mais bilionário”. Ele também criticou o desrespeito dos banqueiros nas negociações.
A argumentação de Emanoel Souza é corroborada pela própria Associação dos Executivos Financeiros (Anefac). Segundo uma notinha publicada hoje na Folha – a mídia rentista evita dar manchete para este tipo de assunto –, a queda dos juros não afetou os lucros dos banqueiros. “O estudo da Anefac revela que entre junho de 2002 e junho de 2012 a média dos juros bancários desceu de 47% para 31,1% ao ano – queda de 15,9 pontos percentuais. No mesmo período, o chamado ‘spread’ bancário recuou apenas 3,7 pontos”.

domingo, 9 de setembro de 2012

Ranking da corrupção no Brasil


Aécio, Cervantes e o silêncio da mídia

Por Antônio Mello, em seu blog:

Posso estar enganado, mas, tirando as postagens, facebookadas e tuitadas não li uma linha sobre o vídeo que se espalhou na internet outro dia, onde um suposto Aécio Neves aparecia trocando as pernas e dando gorjeta de R$ 100 aos garçons do Cervantes, um restaurante que tem como carro chefe seus sanduíches, no que seria a boca do lixo de Copacabana.

Afinal, era ou não Aécio?

Hoje, como passei por lá e frequento o Cervantes há décadas, embora não seja assíduo, resolvi confirmar a história. Conversei com uns conhecidos e, sim, era Aécio no vídeo e etc.

Como acho que o problema do Aécio não é o que ele faz à noite no Rio (desde que não dirija de cara cheia), mas o que ele não fez no governo de Minas, que deixou quebrado, posto essa confirmação apenas para aqueles que queriam saber se, afinal, era ou não Aécio no vídeo - coisa que a mídia corporativa não fez, mesmo com tantos repórteres na folha de pagamento.

Será que se as imagens fossem do Lula o comportamento seria o mesmo?

Os velhinhos assassinos


 
Urariano Mota, Direto da Redação
Na semana passada, ao ler no site da Folha a notícia “Justiça determina abertura de ação penal contra militares por crimes na ditadura”, atravessou o meu espírito uma reprovação. Já no primeiro parágrafo se anunciava:

“Militares que atuaram na repressão durante o regime militar (1964-85) responderão a ação penal por supostos crimes cometidos durante a ditadura”.

Por que e como supostos crimes? Não bastam as seguidas e cumulativas provas, de testemunhas, de documentos, e até entrevistas de réus confessos, para retirar o véu da dúvida? Mas continuava a notícia:

A Justiça Federal em Marabá (685 km de Belém) aceitou denúncia do Ministério Público Federal e determinou a abertura de ação penal contra o coronel da reserva Sebastião Rodrigues Curió (foto acima) , 77, e contra o tenente-coronel da reserva Lício Maciel, 82”.

Depois disso, atravessaram o espírito dois espantos. O primeiro foi ver o quanto o assunto justiça e ditadura havia sido o mais comentado e enviado no site em 30 de agosto. O segundo foi conhecer o gênero e grau de comentários que sob a reportagem se abrigavam, dos raivosos defensores do golpe de 64 aos mais complacentes e pacifistas, sempre na velha fórmula: para quê tanta confusão, se tudo é morto e passado?

Não vem ao caso aqui mostrar o paradoxo de quem argumenta que, por um lado, a história da ditadura é ultrapassada, e por outro, manter a feroz defesa do regime que não mais existe, como se os anos da guerra fria estivessem em uma geladeira. Do necrotério de 1970, talvez. Importa mais agora, entre os comentários cordatos, um apelo que li dirigido aos brasileiros de bons corações, nesta esperta frase:

“Um deles tem 77 anos, o outro tem 82. Não adianta ficar prendendo ex-coronel que fez crimes na ditadura civil-militar. Nossa ditadura foi a mais branda da América Latina, não que eu esteja tentando justificá-la, mas ficar revogando a lei da Anistia pra prender velhinhos é no mínimo covardia. Não sabia que a esquerda queria se vingar de vovôs”.
Artigo Completo, ::AQUI::

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A resposta dura de Dilma a FHC

 
Acostumado a espalhar suas teses ressentidas na grande imprensa, FHC dessa vez se deu mal. O artigo que publicou no final de semana com críticas a herança que Lula deixou para Dilma recebeu uma dura resposta da Presidenta. Veja abaixo a íntegra da nota oficial:
 
"Citada de modo incorreto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado neste domingo, nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, creio ser necessário recolocar os fatos em seus devidos lugares.
 
Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.
 
Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.
 
Recebi um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.
 
Recebi um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.
 
Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro."
 
Presidenta Dilma Rousseff