sábado, 30 de junho de 2012

Declaração obtida por CPI mostra que Perillo dobrou patrimônio em 2011

Governador tinha no fim de 2010 R$ 1.548.227 em bens e direitos; valor saltou para R$ 3.182.549 no fim de 2011
Alana Rizzo e Fábio Fabrini - O Estado de S. Paulo
 
BRASÍLIA - No ano em que assumiu o governo de Goiás e, segundo investigações da Polícia Federal, vendeu uma casa ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o governador Marconi Perillo (PSDB) dobrou seu patrimônio com a compra de imóveis e cotas de participação numa empresa. Suspeito de negociar a mansão no Condomínio Alphaville diretamente com o contraventor e por valor maior que o declarado, o tucano omitiu as transações realizadas em 2011 em depoimento à CPI do Cachoeira. Ano após ano, ele justifica a entrada de capital em suas contas graças a débitos contraídos com um de seus secretários.
 
Os dados constam das declarações de Imposto de Renda (IR) de Perillo, remetidas à comissão, às quais o Estado teve acesso. Segundo os documentos, o governador tinha em 31 de dezembro de 2010 R$ 1.548.227 em bens e direitos, valor que salta para R$ 3.182.549 em 31 de dezembro de 2011, após a venda da casa, no Condomínio Alphaville.

Nota técnica enviada pela Receita à CPI pondera que não há indícios, pelas declarações, de variação "patrimonial a descoberto", o que será aprofundado nas apurações solicitadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e da comissão parlamentar.

As dívidas e ônus declarados somam R$ 2,2 milhões, sendo R$ 1,7 milhão de duas empresas em nome do secretário de Estado de Planejamento, Giuseppe Cecci. Uma delas, a Galula Empreendimentos e Participações, forneceu R$ 700 mil ao tucano em 2007, valor que vem sendo repetido pelo governador nas declarações ao Fisco.

A Diluca Hotelaria e Turismo emprestou mais R$ 570 mil a Perillo em 2008, cifra inalterada no IR referente a 2011. Não consta, no período, nenhum abatimento nos débitos.

Imóvel paulistano. Concluída a operação de venda investigada pela PF, o governador obteve R$ 800 mil em ações da empresa SCP Boa Esperança. Também comprou um apartamento de R$ 1,16 milhão para a filha, Isabella Jaime Perillo, no bairro Cerqueira César, área nobre da zona sul de São Paulo, próxima aos Jardins e à Avenida Paulista.

O governador usou um recurso comum para ocultar negócios: registrou o imóvel num cartório de Trindade, nos arredores de Goiânia, em vez de fazê-lo na capital de seu Estado, onde mora, ou na cidade em que ocorreu a compra.

A declaração ainda registra a aquisição de uma gleba de terras em Três Ranchos (GO) por R$ 14 mil, um investimento de R$ 101 mil na construção de uma casa em Palmeira de Goiás e outro, de R$ 32,8 mil, em melhorias na Fazenda Mateus Machado.

Em 2011, Perillo aumentou suas dívidas em R$ 839,7 mil. O grosso desse valor (R$ 580 mil) refere-se a pendência com o proprietário do apartamento vendido ao governador na capital paulista, André Luiz de Oliveira. Nesta sexta-feira, 29, o Estado não conseguiu contatá-lo.

As escutas da Operação Monte Carlo indicam que Perillo recebeu, em vez de R$ 1,4 milhão, como foi declarado à Receita, R$ 2,2 milhões pela venda da casa a Cachoeira. Além dos cheques emitidos por uma cunhada de Cachoeira, ele teria recebido R$ 500 mil em bois. Perillo nega. Em 2011, o governador declarou um rebanho de 1.488 cabeças. Segundo a Receita, ele vendeu 377.

Os dados da Receita mostram que o patrimônio do governador praticamente quintuplicou desde 2001, saltando de R$ 684 mil para os atuais R$ 3,1 milhões. Em 2011, ele recebeu R$ 240,5 mil de remuneração do governo de Goiás, o equivalente a R$ 20 mil mensais. Além disso, constam R$ 284 mil da atividade rural, R$ 158 mil de doação da mulher, Valéria Perillo, e R$ 552 mil de lucro pela suposta venda da casa a Cachoeira.

‘Caráter pessoal’. Em nota, o governador afirmou que sua evolução patrimonial é compatível com os rendimentos. O tucano negou ainda que tenha omitido informações à CPI. "Ele afirmou que seu patrimônio está declarado à Receita Federal", diz a nota do governo de Goiás. Sobre os empréstimos obtidos com o secretário Vecci, o texto afirma que todas essas operações têm "caráter pessoal".

Embora tenha adquirido vários bens no último ano, Perillo disse que não quitou os débitos porque não tinha como pagá-los. "É um assunto pessoal, que não diz respeito a suas atividades como governador", alegou o tucano, por meio da assessoria de imprensa do governo de Goiás. Perillo também se negou a informar as atividades da empresa SCP Boa Esperança e quem são seus sócios alegando questões pessoais.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Minas Gerais, literalmente, quebrou


O choque de gestão implantado por Aécio Neves corre o risco de se transformar em curto-circuito  "

Carlos Alberto Teixeira de Olivera, Brasil 247

O Estado de Minas Gerais está literalmente quebrado! Os dados foram publicados pela própria Assembleia Legislativa de MG revelam a realidade, mas o governo se recusa em aceitar a situação e age como se o problema não fosse com ele e, muito menos, dele.
A impressão que fica após a sua leitura é que o Choque de Gestão virou Curto-Circuito.
 
Precisamos ressalvar que temos uma baita crise econômica pela frente. Com um detalhe: ela já nos atingiu em cheio!
 
Não vou discorrer sobre isso, até porque já está nos jornais. E não adianta tampar o sol com a peneira. Ela já está aí.
 
Enquanto continuarmos pensando ser Minas uma ilha isolada, desconectada do País e do mundo, com os gravames da composição estrutural negativa da nossa produção, vamos continuar sendo uma economia de 5ª categoria, colonial, periférica e, pior, a reboque.
Minas não tem mais empresas de Minas, tem unidades produtoras aqui instaladas.

O que restou são empresas em Minas, sem nenhuma ou pouca/reduzida capacidade de decisão ou de tomada estratégica. De pouca expressão nacional.
 
Concluímos e vamos divulgar em breve, o XVI Ranking das Empresas Mineiras, quando analisamos mais de 3000 balanços de empresas estabelecidas aqui.
 
Percebo que não temos “nenhum projeto econômico de envergadura”, capaz de, pelo menos, provocar o início de uma inversão do status quo econômico com que somos prisioneiros seculares. Se bobearmos, vamos começar a comemorar com galhardia, pompa e circunstância, apenas e daqui pra frente, a inauguração de vários carrinhos de pipoca, de algodão doce etc – como se esses fossem soluções e caminhos gerais para o nosso Estado.”
Artigo Completo, ::AQUI::

Orlando Silva e o crime da Veja




quarta-feira, 27 de junho de 2012

"Pra São Benedito é a minha oração"

Santos Negros com Dani Lasalvia e Dércio Marques



Com o grupo Vozes Bugras

Morre o violeiro Dércio Marques




"Na cabeça do tempo eu plantei um Ipê Amarelo"


O Brasil e o mundo perderam hoje, às 8h, vítima de infecção generalizada, após cirurgia, o grande artista DÉRCIO MARQUES. Violeiro, cantor, intérprete e compositor – muito pouco para descrever a riqueza deste mestre mineiro de Uberlândia, cidadão do mundo, baluarte da cultura popular, da natureza bruta destas terras. O corpo será cremado em Salvador.

Marques ficou conhecido em Vitória da Conquista, principalmente, por dividir palco com Elomar Figueira em várias apresentações.

“Ah, Já Fiz Versos De Tributo, Hoje Só Somente Escuto,
Não Tributo Mais Ninguém; Cada Rosa Seu Perfume,
Ninguém Lava as Mesmas Mãos,
Ninguém Canta Com a Mesma Voz!
Ontem a Lua Foi Airosa, Toda Rosa Perfumosa,
Mas o Tempo Deu-me Tempo Prá Pensar
Ah, E Eu Seguisse a Cada Passo, Cada Traço Do Pincel,
Cedo ou Tarde Eu Ia Ver, Escorregar Na Tinta Fresca,
Me Mesclar Com a Cor Vermelha, Eu Iria Me Perder.”
(Dércio Marques)






"Olha o vento que brinca de dandar
Ele vem pra levar as andorinhas
E quem sabe a canção pra uma janela
Saciar o ipê que se formou
E roubar suas flores amarelas


Senhor vento
Eu não quero ser primeiro
Mas preciso uma ponga pelo ar
Quero ser bandoleiro como vós
No balanço do mar poder cantar

Vou levar o meu circo colorido
Vou armar bem pra além das ilusões
Vou contente acenar pro continente

E dandar nas porteiras das canções..."


Na Rio+20, Paraca divulga as Tecnologias Sociais e os bons resultados de seu uso

do site Minas sem censura

Como representante da Assembleia Legislativa de Minas Gerais na Cúpula dos Povos, evento paralelo ao evento da ONU – Rio+20, o deputado Almir Paraca (PT) levou ao conhecimento dos participantes o resultado do Ciclo de Debates “Rumo à Rio + 20 e à Cúpula dos Povos: tecnologias sociais, sustentabilidade e superação da pobreza”, por ele idealizado e realizado pela Comissão de meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da ALMG.

Dentre inúmeras atividades, o deputado participou do II Fórum Mundial de Mídia Livre, do lançamento da Plataforma da Tecnologia Social para a superação da pobreza, das discussões do FIB – Felicidade Interna Bruta, de políticas públicas para a juventude, diversidade cultural, proteção da biodiversidade, manejo de solo e proteção do patrimônio hídrico.

Segundo Paraca, o evento transformou-se numa oportunidade ímpar de colocar em foco a questão da sustentabilidade sob todos os prismas, inclusive o econômico, enfatizando-se a possibilidade de crescimento econômico, sem detrimento da preservação ambiental e da expansão das políticas sociais: “A Rio+20, uma proposta do então presidente Lula aceita pela ONU, chega em um momento em que necessitamos, mais do que nunca, harmonizar todos os aspectos da sustentabilidade humana na terra, para obtermos resultados eficientes e minimizar o desgaste ao ecossistema”.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Estadão: Coca-Cola vendida no Brasil pode causar câncer, aponta estudo



Coca-Cola no Brasil tem substância suspeita de causar câncer

Reuters

A Coca-Cola vendida em vários países, inclusive no Brasil, continua apresentando níveis elevados de uma substância química associada a casos de câncer em animais, e que já foi praticamente eliminada na versão do refrigerante comercializada na Califórnia, disse na terça-feira o Centro para a Ciência no Interesse Público, com sede nos EUA.
 
 
A entidade disse que amostras da Coca-Cola recolhidas em nove países mostraram "quantidades alarmantes" da substância 4-metilimidazole, ou 4-MI, que entra na composição do corante caramelo. Níveis elevados dessa substância foram relacionados ao câncer em animais.
 
 
Em março, a Coca-Cola e sua rival PepsiCo anunciaram ter pedido aos fornecedores do corante para que alterassem seu processo industrial, de modo a atender a uma regra aprovada em plebiscito na Califórnia para limitar a exposição de consumidores a substâncias tóxicas.
 
 
A Coca-Cola disse na ocasião que iniciaria a mudança pela Califórnia, mas que com o tempo ampliaria o uso do corante caramelo com teor reduzido de 4-MI. A empresa não citou prazos para isso.
Na terça-feira, a Coca-Cola repetiu que o corante usado em todos os seus produtos é seguro, e que só solicitou a alteração aos fornecedores para se adequar às regras de rotulagem da Califórnia.
 
 
Segundo o CCIP, amostras da Califórnia examinadas recentemente mostravam apenas 4 microgramas de 4-MI por lata da bebida. A Califórnia agora exige um alerta no rótulo de um alimento ou bebida se houver a chance de o consumidor ingerir mais de 30 microgramas por dia.
 
 
Nas amostras brasileiras, havia 267 microgramas de 4-MI por lata. Foram registrados 177 microgramas na Coca-Cola do Quênia, e 145 microgramas em amostras adquiridas em Washington.
 
 
"Agora que sabemos que é possível eliminar quase totalmente essa substância carcinogênica das colas, não há desculpa para que a Coca-Cola e outras empresas não façam isso no mundo todo, e não só na Califórnia", disse em nota Michael Jacobson, diretor-executivo do CCIP.
 
 
A FDA (agência de fiscalização de alimentos e remédios dos EUA) está avaliando uma solicitação do CCIP para proibir o processo que cria níveis elevados de 4-MI, mas disse que não há razão para crer em riscos imediatos aos consumidores.
 
 
Neste ano, um porta-voz da FDA disse que uma pessoa teria de consumir "bem mais de mil latas de refrigerante por dia para atingir as doses administradas nos estudos que demonstraram ligações com o câncer em roedores".
 
 
A Coca-Cola disse na terça-feira que continua desenvolvendo a logística para adotar o novo corante caramelo.
 
 
"Pretendemos ampliar o uso do caramelo modificado globalmente, para nos permitir agilizar e simplificar nossa cadeia de fornecimento e os sistemas de fabricação e distribuição", disse a empresa em nota.
 
 
Uma porta-voz não quis comentar os custos dessa mudança.
(Reportagem de Brad Dorfman)
Fonte: Estadão.com

O que é um tucano?

Emir Sader

Avis rara, animal político com grave risco de extinção, o tucano se diferencia dos outros animais.
Identifiquemos suas características, antes que seja tarde demais:


TucanoTucano

O tucano tem certeza que tem razão em tudo o que diz e faz.

O tucano lê a Folha de São Paulo cedinho e acredita em tudo o que lê.

O tucano nunca foi à América Latina, considera o continente uma área pré-capitalista e, portanto, pré-civilizatória.

O tucano considera a Bolívia uma espécie de aldeia de xavantes e a Venezuela uma Albânia.

O tucano nunca foi a Cuba, mas achou horrível.

O tucano foi a Buenos Aires (fazer compras com a patroa), mas considera a Argentina uma província européia.

O tucano considera FHC merecedor de Prêmios Nobel – da Paz, de Literatura, de física, de química, quaisquer.

O tucano considera o povo muito ingrato, ao não reconhecer o bem que os tucanos – com FHC à cabeça - fizeram e fazem pelo país.

A cada derrota acachapante, o tucano volta à carga da mesma maneira: ele tinha razão, o povo é que não o entendeu.

O tucano acha o povo malcheiroso.

O tucano considera que São Paulo (em particular os Jardins paulistanos) o auge da civilização, de onde deve se estender para as mais remotas regiões do país, para que o Brasil possa um dia ser considerado livre da barbárie.

O tucano mora nos Jardins ou ambiciona um dia morar lá.

O tucano é branco ou se considera branco.

O tucano compra Veja, mas não lê. (Ele já leu a Folha).

O tucano tem esperança de retomar o movimento Cansei!

O tucano tem saudades de 1932.

O tucano venera Washington Luis e odeia Getúlio Vargas.

O tucano só vai a cinema de shopping.

O tucano só vai a shopping.

O tucano freqüenta a Daslu, mesmo que seja por solidariedade às injustiças sofridas em função da ação da Justiça petista.

O tucano nem pronuncia o nome do Lula: fala Ele.

O tucano conhece o Nordeste pelas novelas da Globo.

O tucano dorme assistindo o programa do Jô.

O tucano acorda assistindo o Bom dia Brasil.

O tucano acha o Galvão Bueno a cara e a voz do Brasil.

O tucano recorta todos os artigos da página 2 da Folha para ler depois.

O tucano acha o Serra o melhor administrador do mundo.

O tucano acha Alckmin encantador.

O tucano tem ódio de Lula porque tem ódio do Brasil.

O tucano sempre acha que mereceria ter triunfado.

O tucano é mal humorado, nunca sorri e quando sorri – como diz The Economist sobre o candidato tucano - é assustador.

O tucano não tem espírito de humor. Também não tem motivos para achar graças das coisas. É um amargurado com o mundo e com as pessoas pelo que queria que o mundo fosse e não é.

O tucano considera a Barão de Limeira sua Meca.

O tucano acha o povo brasileiro preguiçoso. Acha que há milhões de “inimpregáveis” no Brasil.

O tucano acha a globalização “o novo Renascimento da humanidade”.

O tucano se acha.

O tucano pertence a uma minoria que acha que pode falar em nome da maioria.

O tucano é um corvo disfarçado de tucano.

Fonte: Blog do Emir Sader

Alta na criminalidade desnorteia Alckmin em SP

                      
Alta na criminalidade desnorteia Alckmin em SPFoto: Folhapress

Homicídios, roubos de veículos, de cargas, arrastões a restaurantes e edifícios, estupros, assassinatos de PMs, ônibus incendiados...; estatíticas de crimes crescem assustadoramente no maior Estado do País; polícias militar e civil descoordenadas; pcc presente; fica por isso, governador?

Marco Damiani _247 – O Estado de São Paulo das gestões Geraldo Alckmin (2001-2006 e 2011-...) intercaladas pelo governo de José Serra (2007-2010) está em alta. Em alta de insegurança. Estatísticas sobre criminalidade divulgadas na segunda-feira 25 pela Secretaria de Segurança Pública traduziram em números a sensação generalizada de medo social instalada na população, tanto na capital como no interior. Sob o impacto da morte em combate ou sob atentados e emboscadas de nada menos que 40 policiais militares desde o início do ano, quase duas dezenas de arrastões a restaurantes nos últimos tempos, mais de uma dezena a edifícios residenciais e no mesmo dia em que dois ônibus foram incendiados na periferia sob ordens, suspeita-se, dos chamados soldados do PCC – o Primeiro Comando da Capital --, as estatísticas confirmaram o que pode ser visto a olho nu.

- 16,3% a mais de homicídios;
- aumento de 16,7% nos casos de estupro;
- crescimento de 26% no roubo de veículos, e de 8,6% no de furtos;
- 10,9% a mais em roubo de cargas.

Os porcentuais se referem aos primeiros cinco meses deste ano. Os assassinatos crescem pelo terceiro mês consecutivo, enquanto os roubos aumentaram pelo quinto período seguido em relação a 2011. Na maior capital do País, bairros como a Lapa, por exemplo, que já foi um lugar para boa compra e venda de automóveis, hoje se destacam nos rankings de roubos a carros, com cerca de 500 ocorrências só este ano. Na região de Nossa Senhora do Ó, na zona norte, os crimes desse tipo cresceram 188% desde janeiro. Entre as 93 delegacias paulistanas, nada menos que 73 tiveram elevação no número de roubo a carros – e 60 apresentaram crescimento no registro de roubos de outros bens.

Não se conhece até agora, da parte do governador Alckmin, nenhum pronunciamento mais consistente, como o anúncio de um plano de ação, sobre a área de segurança. Depois de mais de 15 arrastões a restaurantes, o máximo que ele fez foi reforçar o policiamento na cidade especificamente no Dia dos Namorados e completar dizendo que a solução para a maré de invasões e saques a mão armada só poderia acontecer pela via da parceria. Nenhuma palavra sobre o fato de haver um largo distanciamento, neste momento, entre as polícias civil e militar do Estado, que, sempre com relações frias, na atual gestão do secretário Antonio Ferreira Pinto mal se ajudam.

O álbum de fotos de Maluf

Por Mônica Bergamo, na Folha (via Nassif)

A foto de Lula e do pré-candidato Fernando Haddad (PT-SP) com Paulo Maluf (PP-SP) vai disputar espaço no já recheado álbum do ex-prefeito de São Paulo. “Um homem de vida pública de dezenas de anos, como eu, tem foto com todo mundo”, disse Maluf à coluna ao ser lembrado que já foi clicado até com o santo padre.
Maluf, que por muito tempo sonhou com a Presidência da República, foi recebido em palácio por quase todos os presidentes do país -e a quase todos deu o seu apoio. “Eu tenho foto até com o Getúlio Vargas, minha querida.”

Maluf já subiu em palanques diversos. No segundo turno da eleição de governador de SP, em 1994, apoiou o tucano Mario Covas, com direito a foto e tudo (ver acima). Em 1998, recebeu o então presidente Fernando Henrique Cardoso na convenção do PPB que apoiou a reeleição. Faltava Lula.

Em sua galeria estão também Hebe Camargo, José Dirceu e Pelé.

Com Mário Covas - PSDB





Com FHC - apoiando a reeleição do Tucano





Com o Papa



Com Lula e Haddad




Com Zé Dirceu



Com Alckmin - apoiando o governador tucano



Com Sarney



Com Pelé



Com Hebe

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Os golpes e choques de Aécio

Os golpes e choques de Aécio

Minas sem Censura

Primeiro choque/golpe
 O blá-blá-blá semanal de Aécio Neves tem como mote a crise internacional e seus efeitos sobre a economia brasileira. O texto leva o título “(Des) Confiança” - FSP, 25/06/2012.

Citando estatísticas empresariais, Aécio descobre que há uma gigantesca crise econômica no mundo. E, apoiando-se na desconfiança do empresariado, ele confia que Dilma subestime tal crise. Ou seja, ele não critica os fundamentos da crise mundial.

E sua analítica rasa indica a novidade: é preciso baixar impostos e desonerar a carga previdenciária que recai sobre nossos capitães da indústria. Logo, nada de novo no discurso tucano.

Como alternativa presidenciável do PSDB, ele toma cuidado e não polemiza diretamente com a solução que é tentada no Brasil, desde Lula: enfrenta-se a crise apostando-se no crescimento.

Para o senador eleitoralmente radicado em Minas, mas – de fato – comensal em Paris, a receita é antiga: cortar gastos públicos com saúde, educação e segurança; baixar impostos, aumentando a margem de lucro dos empresários, para que estes gerem mais empregos (sic).

Para a maioria do povo, isso significa desemprego, arrocho salarial, queda na quantidade e na qualidade dos serviços públicos e ataque a direitos previdenciários.
Defensor de choques e golpes, é isso que ele propõe para enfrentar a crise.

Enfim, ele quer que Dilma aplique o receituário da recessão, que ela se desgaste com a população e que ele, com isso, ganhe a eleição. A rima pobre é coerente com a miséria intelectual e moral de seu raciocínio.

Como o espaço que o jornal paulista lhe destina é muito grande e ele não tem muito o que dizer, sua conclusão vem na forma de vaticínios toscos:

“Já passou a hora de percebermos que o presente e o futuro são faces indissociáveis da mesma moeda.”

CEJURA, Aécio?

“O país que seremos é o que estamos construindo. Vencer a crise que se agrava - e não perder outras oportunidades de desenvolvimento - requer reconhecer os problemas e enfrentá-los com realismo e coragem. Aqui e agora.”

Que horror!
Segundo golpe/choque
 
Até Aécio sabe que houve um acontecimento controvertido no Paraguai: a destituição do presidente Lugo, pelo congresso daquele país, por motivo de "mau desempenho de suas funções". Pretexto que teria derrubado FHC umas 10 vezes. Governos da Colômbia, Chile, Uruguai, Argentina, Bolívia, Equador, Venezuela e o do Brasil condenaram o rito sumário. A OEA também.
 
E o nosso pretendente à presidência da República Federativa do Brasil fica em silêncio. Ele, os "democratas" do DEM e do PPS não botaram reparo no golpe.
 
O silêncio dessa gente é esclarecedor. Enfrentando um governo com altos índices de aprovação e sendo uma oposição sem projeto, tucanos e tucanóides flertaram com o golpe no país vizinho. E sonham com esse atalho para alcançar seus objetivos.
Lembremo-nos: Aécio é chegado num choque! Por que não ser beneficiário de um golpe?

Contrabando ideológico do Paraguai

Paulo Moreira Leite
 
Começo a ficar preocupado com o debate em torno do golpe no Paraguai.

Meu receio é o contrabando ideológico, com idéias exóticas que podem ser trazidas ao Brasil e germinar por aqui.

Estou falando sério. É grande o número de comentaristas que dizem que a deposição de Fernando Lugo foi um processo dentro da lei e que, por essa razão, não pode ser comparado a um golpe de Estado.

Já li comparações inclusive com o impeachment de Fernando Collor. Teve até um professor universitário que disse isso no Rio Grande do Sul.

Vamos combinar que é feio reescrever a história, ainda mais a partir de fatos tão recentes.
Fernando Collor foi investigado por vários meses e considerado culpado pela Polícia Federal, que encontrou vários indícios de corrupção e troca de favores.

A CPI sobre PC Farias recolheu provas contra o tesoureiro e o presidente. Os auxiliares de Collor foram questionados, puderam se defender e acusar. Apareceu uma testemunha, com um cheque usado para comprar um carro para a primeira dama. E apareceram vários cheques-fantasma do esquema e suas conexões. A polícia federal descobriu um computador com a descrição gráfica do esquema financeiro. Estava tudo lá: quem recebia, quem pagava.

Depois de tudo isso, o Congresso votou o impeachment do presidente. O país estava convencido de sua culpa. Os estudantes foram às ruas pedir sua renuncia. Collor pediu apoio popular. Recebeu maiores protestos.

Ao contrário de Lugo, Collor não foi deposto. Renunciou. Lugo tinha apoio popular, a tal ponto que um dos motivos para a pressa dos golpistas era impedir a chegada de seus aliados a Assunção. É trágico: para dar um golpe contra o povo, correram de populares.

As acusações contra Collor não foram histórias que cairam céu contra um presidente fraco que, por falta de apoio parlamentar, foi despachado para casa.

Collor enfrentou um processo democrático, onde teve direito a ampla defesa.

Não tivemos nada disso contra Lugo. Não há um fiapo de prova de suas responsabilidades pelas 17 mortes num conflito agrária, que criou a comoção que ajudou os golpistas a derrubá-lo.

Os outros quatro episódios são acusações vagas e genéricas. Em nenhum deles a culpa de Lugo está demonstrada. Sequer é descrita. Estamos falando aqui de um arranjo político, uma oportunidade. Lugo era um presidente incômodo, com ideias de esquerda – bastante moderadas, por sinal – e seus adversários não quiseram perder uma chance de livrar-se dele.

É o poder oligárquico em sua expressão extrema, anti-democrática e absoluta – tão poderoso que pode cumprir um simulacro de democracia para pervertê-la.

Falar que se cumpriu o ritual democrático é o mesmo que dizer que o ditador Alfredo Stroessner, que governou o Paraguai por 35 anos, acumulou uma fortuna ilícita estimada em 5 bilhões de dólares e deixou uma lista de 400 desaparecidos políticos era um presidente legítimo porque de tempos em tempos promovia eleições que vencia com mais de 90% dos votos.

E é isso o que mais preocupa neste caso. O gosto pelo simulacro.

Vitima de um golpe de Honduras, Manoel Zelaya foi acusado de tentar avançar uma emenda constitucional para permitir a reeleição presidencial – não para ele, mas para seus sucessores. Nem a embaixada americana acredita que esse fato era motivo para seu afastamento. Em documentos enviados para Washington, a representação diplomática em Tegucigalpa explicava que se tratava de um golpe de Estado. Mas havia, em Honduras, um pretexto que, de forma distorcida e abusiva, foi usada para depor um presidente constitucional.

Contra Fernando Lugo não havia nem pretexto e mesmo assim ele foi derrubado, um ano e dois meses antes do fim de seu mandato.

Mas nossos golpistas adoram uma novilíngua. Em 64, quando João Goulart foi deposto, eles anunciaram que a democracia foi resgatada. Fizeram marchas para comemorar a liberdade…Vai ler os jornais e está lá assim: a democracia foi salva…A liberdade venceu…

Que horror, não?

Chico César e ...

Chico César e Xangai





Chico César e Maria Bethania







Chico César e Vanessa da Mata




Chico César e  Ana Carolina




Chico César e Daniela Mercury




Chico César e Jazz  Sinfônica




sábado, 23 de junho de 2012

Junho, o mês da quadrilha

"Estamos diante de uma guerra não convencional"


Em uma entrevista especial concedida à Carta Maior e aos jornais Página/12, da Argentina, e La Jornada, do México, o presidente do Equador, Rafael Correa analisa o que considera ser um dos principais problemas do mundo hoje: o poder das grandes corporações de mídia que agem como um verdadeiro partido político contra governos que não rezam pela sua cartilha. “Essa é a luta, não há luta maior. Estamos diante de uma guerra não convencional, mas guerra, de conspiração, desestabilização e desgaste”.

Carta Maior, La Jornada e Página/12
 
Representante de uma nova geração de líderes políticos da esquerda latinoamericana, o presidente do Equador, Rafael Correa, foi lançado para a linha de frente do cenário político mundial com o pedido de asilo político feito, em Londres, pelo fundador do Wikileaks, Julian Assange. Há poucas semanas, Assange entrevistou Correa e os dois conversaram, entre coisas, sobre um tema de interesse de ambos: as operações de manipulação conduzidas pelas grandes corporações midiáticas. Agora, durante sua passagem pela Rio+20, Rafael Correa voltou com força ao tema.

Em uma entrevista especial concedida à Carta Maior e aos jornais Página/12, da Argentina, e La Jornada, do México, Correa analisa este que considera ser um dos principais problemas do mundo hoje: o poder das grandes corporações de mídia que, na América Latina, agem como um verdadeiro partido político contra governos que não rezam pela cartilha dos interesses desses grupos. “Essa é a luta, não há luta maior. Estamos diante de uma guerra não convencional, mas guerra, de conspiração, desestabilização e desgaste”.

Na entrevista, Correa fala sobre o pedido de asilo de Assange, relata o debate sobre uma nova lei de comunicações no Equador e faz um balanço pessimista sobre os resultados da Rio+20.

Há um argumento segundo o qual a liberdade de imprensa é propriedade dos meios de comunicação empresariais. Imagino que essa não seja a sua opinião.

Correa: Não nos enganemos. Desde que se inventou a impressora a liberdade de imprensa, entre aspas, responde à vontade, ao capricho e à má fé do dono da impressora. Devemos lutar para inaugurar a verdadeira liberdade de imprensa que é parte de um conceito maior e um direito de todos os cidadãos, que é a liberdade de expressão, que defendemos radicalmente. No entanto, o poder midiático que faz negócios com o objetivo de ter lucro, até isso quer privatizar. Então, se eles têm tanta vocação para comunicar, como dizem, que o façam sem finalidades lucrativas, porque para mim isso é uma contradição.

Este é um grande problema na América Latina e também em nível planetário. Tenho tomado conhecimento que existem posições semelhantes às nossas, mas houve um tempo em que nos sentíamos muito sozinhos, quando fomos vítimas de um ataque tremendo por não abaixar a cabeça diante de um negócio muitas vezes corrupto e encoberto sob a capa da liberdade de expressão. Essa é a luta, não há luta maior.

Presidente, nestes dias foram divulgados telegramas pelo Wikileaks onde apareceram jornalistas equatorianos que eram considerados informantes pela embaixada dos Estados Unidos. Isso confirma as hipóteses levantadas quando o senhor foi vítima de um golpe de Estado.

Correa: As mentiras deles sempre acabam sendo derrubadas. Entidades que financiam esses empórios midiáticos, certas organizações que, em nome da sociedade civil, nos denunciam ante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a SIP, em todos os lados. Agora vemos que esses senhores são identificados via Wikileaks como informantes da embaixada (estadunidense). Wikileaks que nunca é publicado pela maioria da imprensa comercial. Não é só isso. Essa gente é financiada pela USAID, que vocês conhecem. A USAID financiou com 4,5 milhões de dólares a estes supostos defensores da liberdade de expressão, supostamente para fortalecer a democracia e a ação cívica. Na verdade, para fortalecer a oposição aos governos progressistas da América Latina. Os povos da região tem que reagir contra esse tipo de prática.

Independentemente da solicitação do senhor Assange – ele solicitou asilo político -, ele disse que quer vir para o Equador para seguir cumprindo sua missão em defesa da liberdade de expressão sem limites, porque o Equador é um território de paz comprometido com a justiça e a verdade. Isso que o senhor Assange disse é mais próximo da realidade do Equador do que as porcarias que o poder midiático publica todos os dias.

Sabemos que o senhor ainda não tomou uma decisão sobre a situação que está atravessando alguém que revelou informações secretas sobre conspirações dos Estados Unidos e está pagando com a prisão por ter trabalhado pela liberdade de imprensa.

Correa: Se, no Equador, alguém tivesse passado a centésima parte do que passou Assange, nós seríamos chamados de ditadores e repressores, mas como o que Assange divulgou afeta as grandes potências e isso evidencia uma moral dupla e como os Estados nos tratam por meio de suas embaixadas, então é preciso aplicar todo o peso da lei contra Assange. E o chamam de violador.

Eu não quero antecipar minha decisão. Recebemos o pedido de asilo, analisaremos as causas desse pedido e tomaremos uma decisão quando for pertinente. Ele está em nossa em nossa embaixada em Londres sob a proteção do Estado equatoriano.

É claro que há aqui uma dupla moral, uma para os poderosos e outra para os débeis, uma para os que querem manter o status quo e para sua imprensa, e outra para os governos que querem mudar esse status quo e para a imprensa alternativa. Todos os dias há julgamentos em países desenvolvidos contra jornais. Neste caso não há problema, porque isso é civilização, mas, processar em nosso país um jornal ou um jornalista é qualificado como barbárie. E não é verdade que nós criminalizamos a opinião, pois em nosso país todos os dias publicam tudo, todos os dias publicam que há falta de liberdade de expressão. Qualquer um pode dizer que o governo é bom ou mau, que é competente ou incompetente. Mas o que não pode se dizer em um meio de comunicação é que o presidente, ou qualquer cidadão, é um criminoso de lesa humanidade e que ele disparou sem aviso prévio contra um hospital, porque isso é calúnia, isso é delito em qualquer país.”
Entrevista Completa, ::AQUI::

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Paraguai: o elo mais fraco?



por Rodrigo Vianna

Em 1917, quando a Revolução explodiu na Rússia, os marxistas encontraram uma explicação rápida para o fato de o movimento comunista não ter surgido com mais força nos países centrais do Capitalismo (como se depreendia que deveria ocorrer, pelas teorias de Marx): a terra do Czar era “o elo mais fraco da cadeia”.

Nos anos 60, de certa forma, foi isso também o que levou Guevara a fazer guerrilha na Bolívia, em busca de outros vietnãs mundo afora. O país andino era um Estado (aparentemente) fragilizado, sem a força de uma burguesia brasileira ou argentina, sem a coesão política de Colômbia e Venezuela. Além disso, o povo boliviano tinha tradição de luta – como já se fizera notar nos anos 50 do século XX. Guevara terminou cercado e morto, porque o “frágil” Estado boliviano teve apoio dos EUA no combate ao foco guerrilheiro. Não funcionou na Bolívia a idéia do “elo mais fraco”.
Mas a direita parece ter aprendido com isso.

Frente ao movimento contínuo de governos à esquerda, eleitos nos últimos 15 anos na América do Sul, e mesmo na América Central, os setores conservadores (com apoio aparente dos seviços de inteligência dos EUA) passaram a atuar para derrubar, justamente, os “elos mais fracos”.

Fizeram isso depois de perceber que atacar Chavez – como se tentou em 2002 – poderia gerar uma reação ainda mais perigosa no Continente. Primeiro, atuaram em Honduras. Lá, um presidente de origem conservadora, virara aliado tardio da esquerda bolivariana. Mas faltava coesão e mobilização social à base de apoio de Zalaya. A direita deu o golpe, com aparência de legalidade. O presidente foi tirado de pijama de casa, e deportado. Os EUA prontamente “reconheceram” o novo governo. E Honduras entrou depois numa espiral de violência, em que o Estado foi retomado pelas forças mais conservadoras.

Agora, o “elo mais fraco” é o Paraguai. Lugo chegou ao poder sem maioria no Congresso (alô rapaziada que torce o nariz para as alianças de Lula e Dilma; sem aliança, Lula teria virado um Lugo em 2005), desgastou-se pessoalmente com escândalos sexuais. E a base social de seu governo – apesar de ter algum peso – parece ser a mais fraca do subcontinente, na comparação com Argentina, Venezuela, Equador, Bolívia, Brasil e Uruguai.

Há alguns anos, pessoas da minha família que moram em Assunção já haviam relatado o estranhamento geral no Paraguai com o tal EPP (uma guerrilha “misteriosa”, surgida em províncias de tradição agrária e que passou a atuar e espalhar o ‘terror” entre fazendeiros, justamente no governo Lugo). A mídia paraguaia tenta associar o EPP aos movimentos sociais históricos, que deram e dão apoio a Lugo. Cria-se assim uma gelatina confusa de “subversão” e ameaça à propriedade. Lugo seria associado a essa gelatina, essa é a base para o golpe parlamentar em curso.

Lugo é acusado – especificamente – de inação pelo confronto entre militantes sem-terra e a polícia, há poucos dias. Houve várias mortes. O confronto, registrado em imagens ricas e abundantemente distribuídas mundo afora, pode não ter sido “armado”. Não tenho provas para afirmar coisa parecida. Mas não me cheira bem. Sabemos que a CIA segue a atuar. O Wikileaks revela como opera a rede de informações (com apoio na mídia, inclusive brasileira, que tenta revereter a “onda vermelha” na américa do Sul). É fato que, à direita paraguaia, interessava sobremaneira ter um ou vários cadáveres à mão – para colocar na conta de Lugo. Como se o presidente, e não a histórica concentração de terras no país vizinho, fosse o cupado pelos confrontos agrários e a instabilidade no campo.

Um ex-bispo, acusado ao mesmo tempo de subversão e de traição ao princípio católico do celibato, parece ser o “elo mais fraco” perfeito para uma direita acuada na América do Sul.

O libelo acusatório contra Lugo é uma piada, parece escrito pelo professor Hariovaldo. Mas na Venezuela, em 2002, os discursos dos golpistas também pareciam uma piada. E, se não fosse a reação popular, Chavez estaria exilado ou morto.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Aécio encontra seu Maluf

                      
Aécio encontra seu MalufFoto: Edição/247

Mudança em Contagem, terceiro maior colégio eleitoral mineiro: o polêmico ex-governador Newton Cardoso (PMDB) abandona a candidatura do PC do B e fecha com os tucanos; acordo foi fechado com Danilo de Castro, articulador político de Aécio em Minas; precavidas, as partes não repetiram o erro de Lula com Maluf e evitaram posar para a posteridade


Minas 247 - Uma mudança que altera o quadro das eleições deste ano em Contagem e, de quebra, em toda Minas Gerais. O polêmico ex-governador de Minas Newton Cardoso está muito próximo de fechar apoio ao candidato do PSDB na cidade. A aliança, se confirmada, é surpreendente, já que Newton caminhava para fechar apoio ao PCdoB. Além disso, o ex-governador mineiro é inimigo político - ou era - do atual senador Aécio Neves, maior liderança dos tucanos em Minas Gerais. Precavidas, porém, as duas partes evitam repetir o erro cometido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao fechar o apoio do igualmente polêmico Paulo Maluf em São Paulo: nada de fotografias.


A foto de Maluf e FHC

Eduardo Guimarães

Não há paulista que não se lembre dos outdoors em que FHC, Maluf e o seu candidato a vice apareciam perfilados e sorridentes.
 
De onde vem a primeira pedra?

FHC fez sumir a foto que tirou com Maluf; Lula conseguiria?


A foto que emoldura este texto é rara. Foi preciso esforço para encontrá-la. E não foi achada em arquivo de algum órgão de imprensa, mas perdida em alguma página esquecida da internet. É de 1998, durante um dos vários encontros públicos que Fernando Henrique Cardoso e Paulo Maluf tiveram naquele ano. A foto de um deles foi parar em um outdoor que a campanha malufista ao governo do Estado espalhou pelas ruas de São Paulo.

Não há paulista que não se lembre dos outdoors em que FHC, Maluf e o seu candidato a vice, Luiz Carlos Santos, apareciam perfilados e sorridentes. Havia um outdoor daqueles em cada esquina. Todavia, na internet, onde a história mais recente do país está registrada em incontáveis milhões de fotos, não se acha uma só imagem de cena que agora que se deu com Lula poderá ser encontrada daqui a um século de tantas reproduções que já recebeu.

Àquela época, apesar de alguns raros textos jornalísticos terem tocado no assunto, nenhum veículo estampou a imagem de FHC e Maluf com destaque sequer parecido com o que foi dado à foto de Lula com Maluf tirada durante esta semana. É mais do que óbvio que há registros daquela imagem, ao menos pela imprensa. Porém, algum interesse levou a grande mídia a sumir com ela. Que interesse será, não?

Não acredito que Lula venha a tentar apagar esse momento de sua biografia – Lula não é dado a esse tipo de covardia. Mas, se quisesse, certamente não conseguiria. Não só por sua foto ao lado de Maluf, à diferença da de FHC com o mesmo Maluf, ter ido parar na primeira página dos principais jornais do país, mas, também, porque eles não fariam pelo petista o que fizeram pelo tucano.

Em benefício da memória do país é preciso corrigir tal distorção. Não tirando a foto de Lula e Maluf dos arquivos dos jornais, mas trazendo para a internet imagem que mostra FHC indo muito mais longe do que o petista ao apoiar a eleição do mesmo Maluf – e, ainda por cima, contra o candidato do PSDB que o enfrentava, Mario Covas. Não se pode permitir que a imprensa partidarizada e políticos covardes mutilem a memória do país.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Rio+20: Dilma põe erradicação da pobreza como meta

do UOL


A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, afirmou que a Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, é o momento para os chefes de Estado definirem o novo futuro. "Tempo é o recurso de maior escassez", disse. A presidente ressaltou como grande avanço a inclusão da erradicação da pobreza como objetivo maior da Conferência.

Dilma destacou que os países devem assumir responsabilidades: "o desafio que se apresenta é a perspectiva de futuro, mas a tarefa é agora". Ela acrescentou que "o futuro das próximas gerações aguarda nossas decisões".

"Seres humanos são o centro das discussões, a erradicação da pobreza é um princípio indissolúvel do desenvolvimento, junto com o ambiental e reformas estruturais capazes de tirar multidões de pessoas que vivem na pobreza e exclusão", explicou ao citar o lema brasileiro para o desenvolvimento sustentável: "crescer, incluir e proteger".

A renovação de ideias e processos também foi destaque na fala da presidente. Ela citou que mudanças de atitudes individuais e de empresas são importantes, assim como as decisões de governos. "O bem estar da geração atual não pode impactar no bem estar da geração seguinte".

Erundina - “Não vou mudar de lado: Haddad é o melhor candidato”


Apesar de ter desistido de concorrer como vice à Prefeitura de São Paulo, na chapa encabeçada por Fernando Haddad (PT), a deputada Luíza Erundina (PSB-SP) descartou a possibilidade de apoiar outro candidato: “Minha desistência não significa recusa ao Haddad ou ao projeto que ele representa. Nada me move ou me leva a sair deste campo onde eu sempre estive, que é o campo socialista. Eu não vou mudar de lado nunca”.

Brasília - Apesar de ter desistido de concorrer como vice à Prefeitura de São Paulo, na chapa encabeçada por Fernando Haddad (PT), a deputada Luíza Erundina (PSB-SP) descartou, nesta quarta (20), em coletiva à imprensa, a possibilidade de apoiar outro candidato nas eleições deste ano. “Minha desistência não significa recusa ao Haddad ou ao projeto que ele representa. Esse compromisso permanece, até porque é um compromisso com minhas bases em São Paulo. Nada me move ou me leva a sair deste campo onde eu sempre estive, que é o campo socialista. Eu não vou mudar de lado nunca”, esclareceu.

A deputada atribuiu sua desistência única e exclusivamente ao espaço que o partido deu ao presidente estadual do PP, deputado Paulo Maluf, com quem firmou aliança na última segunda (18). Sua renúncia, inclusive, foi anunciada após publicação, pela imprensa, de uma foto em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumprimenta Maluf, após visita à residência dele, no bairro Jardins, em São Paulo. “Não foi a foto em si, mas o simbolismo dela, o que ela representa. O fato do ex-presidente Lula, com a força que tem, com a popularidade que tem, ir à casa do Maluf. Uma pessoa só vai a casa da outra quando mantêm relações de amizade, relações de respeito mútuo”, observou.

Para Erundina, Lula errou ao aceitar se reunir com Maluf em ambiente privado e firmar uma aliança com ele, em troca de espaço na TV para a campanha de Haddad. “É um preço muito alto por uma coisa tão pequena. Mídia é importante, mas não é tudo em uma campanha. Caso contrário eu não teria me elegido há 22 anos”, disse. E, após reconhecer que não manteve contatos recentes com o ex-presidente, alfinetou: “Lula é sensível. A essas alturas ele já deve ter percebido o fora que deu”.

Erundina contou que, quando aceitou ser vice na chapa de Haddad, não foi informada das pretensões do PT em firmar aliança com o PP de Maluf. “A presença do Maluf só atrapalha, só desqualifica, só afasta as pessoas”.

Entretanto, admitiu que não é ingênua e que não descartava essa hipótese, principalmente em função das relações que os dois partidos mantém em âmbito nacional. “Eu estive na residência do Haddad, no domingo à noite, e ele minimizou o acordo com o PP e disse que estava esperando o retorno da direção nacional do PT. Eu achava que a aliança até poderia ser fechada, mas na sede de um dos partidos, de uma forma mais institucional”, justificou.

Para a parlamentar, Maluf representa o que há de pior para a política brasileira, por ser procurado pela Interpol e, principalmente, “pelo estrago que ele fez à democracia do país”. “Ele se alinhou com a ditadura, foi prefeito biônico e construiu cemitérios para desova dos corpos de militantes de esquerda que sumiram, que foram vítimas de tortura. Quando eu fui prefeita, nos identificamos uma vala clandestina, no Cemitério de Perus, com oito corpos de desaparecidos políticos da Ditadura Militar. Portanto, conviver com esta criatura não dá. Muito menos, fazer política com ele”, explicou.

Questionada se Maluf já não estaria morto politicamente antes da aliança, foi contundente. “Maluf é muito vivo. Ele parecia morto e enterrado, e por isso investiu pesado para ser resgatado pelo PT. O que ele quer, agora, é se higienizar ao lado de forças políticas que não o representam, porque nós estamos em pleno processo de revelação dos crimes da ditadura”, observou.

Provocada pela mídia, Erundina admitiu que considera a aliança com o PP uma “concessão de princípios”. Porém, afirmou que não irá permitir que sua desistência seja utilizada pelo campo da direita para prejudicar o projeto que o campo socialista, incluindo o PT e seu partido, têm para a prefeitura de São Paulo. “O Maluf tem muito mais a ver com o outro campo e só não está lá porque não aceitaram pagar o preço alto que ele cobrou: a Secretaria de Habitação de São Paulo”.

De acordo com ela, a decisão de deixar a chapa de Haddad foi, também, uma forma de preservar o projeto encabeçado por ele. “Se eu continuasse, teria que passar o tempo todo me justificando pela saia justa de estar ali junto com o Maluf. E isso atrapalha qualquer processo eleitoral. Foi uma decisão muito difícil, mas fiz o que julguei correto”, acrescentou.

Bob Fernandes: "O PT e Lula mais uma vez erraram"

Erundina faz PT lembrar do PT anti-Maluf


erundina Erundina faz PT lembrar do PT anti Maluf
Crédito: Alexandre Moreira/AE

Ricardo Kotscho

Em menos de uma semana, a ex-petista Luiza Erundina teve dois gestos de grandeza. Primeiro, ao aceitar entrar como vice na chapa do partido do qual tinha sido expulsa. Cinco dias depois, ao deixar o posto por discordar da forma como o PT fechou a aliança com o PP num pomposo beija-mão que levou Lula e Fernando Haddad à mansão de Paulo Maluf.

"É demais para mim", protestou Erundina, ainda na segunda-feira, ao ver as imagens do sorridente encontro nos jardins daquele que já foi o inimigo público número um do PT. Para quem conhece esta nordestina arretada de opinião própria, era previsível o desenlace, como comentei na mesma noite no Jornal da Record News.

Primeira prefeita eleita pelo PT em São Paulo, em 1988, Erundina derrotou Paulo Maluf. Para ela, mulher humilde e partidária, não tinha problema nenhum aceitar ser candidata a vice indicada pelo PSB para um cargo do qual já foi titular, mas subir num palanque de mãos dadas com Maluf era algo que sua dignidade não tolerava.

Foi isso o que ela comunicou ao presidente do partido, o governador pernambucano Eduardo Campos, sem dar margens para negociações. Com ela, não tem negócio: Erundina é do tempo em que tudo tinha limites.

Aos 77 anos, a deputada federal Luiza Erundina, que eu conheço e admiro desde os primórdios do PT, sabe que neste mundo poucos podem muito, a maioria não pode nada, ninguém pode tudo.

O jornalista Frederico Branco, um dos meus mestres na velha redação do "Estadão", me ensinou uma sábia lição, quando eu ia fazer alguma coisa errada: "Meu filho, tem coisa que pode e tem coisa que não pode". Simples assim.

Ficar de gracinha com Maluf, por exemplo, não pode. O problema com ele não é só de diferenças políticas e ideológicas. Acima de tudo, é moral e, mais do que isso, policial. Procurado pela Interpol em todo o mundo, acusado do desvio de milhões e milhões de dinheiro público, o dono da mansão não serve de companhia para quem passou a vida o denunciando.

Com seus gestos de grandeza em dois atos, Luiza Erundina lembrou ao PT de hoje dos tempos em que seus líderes chamavam o ex-governador e ex-prefeito cevado pela ditadura de "ladrão" e "nefasto", e a militância ia às ruas com as bandeiras vermelhas para denunciar as práticas do malufismo.

Mais parecendo um coadjuvante da sua própria campanha, o candidato Fernando Haddad, que nunca teve uma militância partidária, sentiu na própria pele ontem à noite os efeitos da entrada de Maluf e da saída de Erundina.

Logo após a desistência da candidata a vice, num encontro com militantes petistas na associação dos moradores de Vila Rica, na zona leste, segundo relato do repórter Bernardo Mello Franco publicado na "Folha" desta quarta-feira, o próprio Haddad deu a notícia no microfone : "A Erundina falou que vai nos apoiar, mas não vai ser mais a vice".

A frustração foi geral, como se pode constatar nas declarações de alguns militantes citados na matéria.
Josefa Gomes, 75, pensionista: "A gente fica muito decepcionada, né? O povo daqui ama a Erundina. Maluf, não, pelo amor de Deus".

Maria de Fátima Souza, 64, confeiteira: "Se for para perder a eleição, a gente tem que perder de cabeça erguida. Não com o Maluf. Eu sou limpa. Você acha que vou dar o braço a ladrão?"
Este é o PT velho de guerra, que pensa como Luiza Erundina, e nunca vai aceitar Paulo Maluf.