quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O SANEAMENTO EM PARACATU

“Os grandes feitos nestes 15 anos”

Por Jueli Cardoso

Na audiência pública convocada pela Comissão de Assuntos Municipais da Assembléia Legislativa de Minas surgiram fatos e lembranças que mostram claramente a evolução do saneamento básico em Paracatu. Antes, desde que a COPASA assumiu o sistema, faziam pequenas obras que não conseguiam suprir a demanda de água, faziam pequenas redes de esgoto para jogar os efluentes nos córregos e não encaravam de frente o problema. Até que, por volta dos anos 1995/96, aconteceu o início do caos da falta de água. Anos de fortes secas, recursos hídricos em franca diminuição nos córregos, racionamento de água no centro da cidade e falta d’água de até três dias na maioria dos bairros da periferia com o povo carregando latas na cabeça para abastecer minimamente suas necessidades.

Neste quadro foi quando o então Deputado Almir Paraca propôs lutar junto com a população e conseguiu, aliado com várias outras lideranças, trazer a obra do sistema de captação e tratamento do Santa Izabel. Foi um alívio para a população! Aí iniciaram-se as grandes obras de saneamento no município.

O INICIO DE UM PLANO

Quando o PT e partidos aliados entraram na prefeitura, com Almir prefeito, a partir de 97, iniciamos um plano para resolver o problema de saneamento na cidade. Sabíamos da importância do assunto para o povo. Sanear significava fazer saúde e resolvemos contrariar a máxima de que obra enterrada não dava votos, debruçando na busca das soluções. Sonhávamos com 100% de água e esgoto tratados e brincávamos que no caso do esgoto, como muita gente possuía fossas em casa, deveríamos atingir uns 98%. Era uma grande meta!.. E para cumpri-la?!.. teríamos que ir à luta!... E fomos!..

Acontece que estas grandes obras não se resolvem em 4 anos. Quando Almir Paraca saiu da prefeitura deixou o projeto pronto, as verbas arrumadas e a obra dos emissários de esgoto já licitada e iniciada com as tubulações de concreto depositadas ao longo do Córrego Rico. A Estação de Tratamento de Esgoto-ETE projetada, já fazia parte do planejamento de aporte de recursos da COPASA para dar inicio imediatamente após a construção dos emissários. O prefeito que entrou teve o trabalho apenas de fiscalizar as obras ao longo de todos os córregos da cidade e desapropriar o terreno para a ETE.

Além disso foram realizadas redes de esgoto em vários bairros, construído canalizações de grotas e córregos, resolvendo problemas históricos que se tornaram folclore na repetição das sucessivas promessas dos políticos em campanha.

Vale lembrar ainda da solução do Aterro Sanitário com toda a infra-estrutura pronta e os maquinários adquiridos, esperando apenas a licença ambiental definitiva para iniciar a operação.

E DEPOIS?...

De lá para cá pouca coisa foi feita. A COPASA continuou com seu lento crescimento vegetativo. Ritmo que se tornou mais devagar ainda devido à falta de novo contrato de concessão com o Município. Fato este que se arrastou por quase 4 anos, sem nenhuma obra, sem nenhum investimento. Até mesmo os buracos que abriam não reparavam com esmero.

Em 2008 sai o novo contrato Estado/Município com a COPASA sendo a empresa contratada para operar o sistema. Sem novidade alguma notamos que a espera não valeu a pena. A Prefeitura aceitou todas as imposições do Estado e não agregou quase nada de benefícios além da obrigação que a empresa tem de fazer o saneamento. Lembramos que existia, desde sempre, locais críticos que já eram grandes problemas que precisavam ser urgentemente saneados, tais como a grota do Bairro JK e N.S.de Fátima, trechos do Bairro Alto do Açude, término do Rasgão de Mestre Campos e vários pontos de lançamento de esgoto nos córregos.

O que a Prefeitura fez?!....... Pegou os R$ 1.080.000,00 (um milhão e oitenta mil reais) que a COPASA repassou ao Município e investiu em recapeamento de asfalto. Mas espere aí !... Essa verba não era para saneamentos urgentes conforme prioridades discutidas que constam do cronograma do próprio plano de saneamento apresentado no contrato?!... Respondem os representantes da Prefeitura: ... mas lá tinha também o item de recapeamento!...

Aí está a diferença da obra enterrada com a obra maquiada para ficar bem visível!.. Dispensa-se mais comentários.

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