domingo, 9 de outubro de 2011

A entrevista vazia de Aécio

Luis Nassif


O PSDB teria adotado a estratégia correta, de definir um nome para as próximas eleições e apostar antecipadamente todas as fichas nele, não fosse um detalhe: o nome escolhido, Aécio Neves, não está pronto.

A entrevista ao Estadão é reveladora. Aécio não é portador de novas ideias, nova visão de país. Seu discurso é oco, um amontoado de clichês sem ideias mais elaboradas. Parece mais um garotão contando prosa do que um candidato a estadista.

Não conseguiu avançar além de nenhum dos clichês de campanha. Fala do legado de FHC, a fantasia das reformas (todo político vazio defende reformas genéricas, sem especificar conteúdo), critica o aparelhamento da máquina.

São declarações frutos de pesquisa de opinião. Só que a pesquisa olha o passado, o bordão que o eleitor conhece e da forma mais simplificada possível. As pesquisas não se baseiam em visões estruturadas de nada. Colhem apenas frases soltas. Cabe ao estudioso recolher as frases soltas e desenhar um todo lógico. Ao Estadista, cabe ir muito além da percepção atual dos eleitores.

Aécio se limita a repetir as frases escolhidas pela pesquisa. Ou seja, não chega sequer ao primeiro estágio, de elaborar um modelo sobre o presente. Menos ainda se mostra capaz de descortinar o futuro.


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