domingo, 29 de abril de 2012

O esgoto

Por Zé Geraldo

O vazamento de várias gravações da PF, neste final de semana, provocou um mau cheiro insuportável no país. O que foi revelado antes já era repugnante, mas agora expõe, a céu aberto, todo o esgoto que subsidiou a atuação da oposição e da mídia durante todo o governo Lula e o início do governo Dilma.
O crime organizado, capitaneado pela trinca de bandidos Cachoeira/Demóstenes/Marconi e pela revista Veja, fabricou sucessivos escândalos com o objetivo de desestabilizar o governo e impedir os avanços sociais e econômicos do país.

As ações orquestradas pela quadrilha começavam com a arapongagem do Cachoeira, que trabalhava em sintonia com a Veja. O panfleto semanal publicava uma denúncia, muitas vezes sem qualquer prova ou indício, a Globo repercutia, Demóstenes e comparsas ecoavam no congresso e depois todos, hipócritas, arrotavam um discurso moralista, como paladinos da ética.
A máscara caiu. A revelação de que desviavam milhões de reais dos cofres públicos, principalmente no estado de Goiás, demonstra os verdadeiros interesses dos mafiosos.


E a mídia ainda tentou e está tentando confundir. Falaram que o governador do DF era o tal número 1. Pois bem, agora gravações apontam que o tal número 1 pode ser o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo (veja aqui e aqui). Todos os indícios já indicavam isso. O bicheiro foi preso em uma casa que estava em nome do governador e ele disse que não sabia que tinha vendido para o bandido. Agora se descobre que Marconi recebeu dinheiro dentro de uma caixa de computador e que teve conversas afetuosas com o bandido.
O papel da mídia foi fundamental para a quadrilha durante todo o tempo. Desde o tal mensalão até a recente sucessão de quedas de ministros. Estão tentando, desde as denúncias de Roberto Jefferson, transformar um esquema de caixa dois no maior escândalo da República. Não se pode passar a mão na cabeça de quem adotou práticas ilegais de financiamento de campanha. Mas só os ingênuos e os desinformados acreditam que o episódio teve a dimensão que a mídia atribuiu. Sabe-se agora, que tudo começou como uma vingança de Cachoeira e Demóstenes, que queriam que o senador fosse Secretário Nacional de Justiça (veja aqui). E mais, que tudo foi combinado entre a quadrilha e a imprensa.
As gravações comprovam a sintonia fina entre a organização criminosa e seu braço midiático, a revista Veja (comprovação aqui e aqui). As matérias eram diretamente combinadas entre o editor chefe Policarpo e o chefe Cachoeira (mais provas aqui) .
Os tentáculos da máfia eram longos e alcançaram vários estados, inclusive Minas Gerais. Até o “bom moço” Aécio terá dificuldades pra se manter incólume diante do escândalo. Bancou pessoalmente uma parente do Cachoeira no governo estadual e ainda xingou um repórter que fez uma pergunta sobre o episódio (veja aqui e aqui). Não está acostumado com o debate democrático, já que controla com mão de ferro a imprensa mineira há vários anos.
Mas apesar de todo o mau cheiro que exala deste esgoto, o momento é para otimismo. Está comprovado que a internet acabou definitivamente com o poder de manipulação da grande imprensa. Durante cerca de trinta dias não publicaram nenhuma linha sobre o escândalo, enquanto, nos blogs, as informações já eram divulgadas. Com o tempo, não conseguiram mais esconder e tentaram manipular. Mais uma vez fracassaram. Agora, ameaçam retaliar se forem convocados para se explicarem.

De pouco adiantará, pois o momento é para a verdadeira faxina. Afinal, depois da fracassada CPI do Banestado, esta é a maior chance da história para passar o país a limpo. E como disse o ex-presidente Lula “doa a quem doer”.


Veja outros links:


Demóstenes, sobre grampo de Dirceu: “Aí é ótimo, fantástico”



Cachoeira montou a invasão do Hotel Nahoum



Intimidades, entre Veja e o bicheiro


Como Cachoeira pautava a revista Veja


Como Cachoeira utilizava a Veja


Como Cachoeira utilizava a Veja (2)

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