terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Marcos Coimbra: Se querem o Lula, é pouco.




Para o sociólogo e presidente do instituto Vox Populi, a nova denúncia contra o ex-presidente não apresenta fatos novos. “Há meses que existe a acusação de que Lula sabia, era o chefe etc.”. E lembra que, até agora, não há provas. “Não tem nada como um Fiat Elba, no caso do Collor”

Minas 247 - Se a oposição ao governo Dilma Rousseff imagina que as denúncias divulgadas nesta terça-feira (11/12), envolvendo mais diretamente o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão, terão algum resultado junto à opinião pública, provavelmente vai errar novamente.

A opinião é do sociólogo e especialista em pesquisas de opinião (é presidente do Instituto Vox Populi), Marcos Coimbra. Ao 247, ele defende que o que foi divulgado ao longo do dia não trouxe novidades significativas. “O que se falou hoje já havia sido dito há alguns meses: ‘Lula sabia’, ‘Lula era o chefe’, essas coisas”, afirma Coimbra.
Mesmo a denúncia sobre os recursos depositados na conta da empresa de segurança de Freud Godoy (ex-assessor da Presidência e uma espécie de “faz-tudo” de Lula) são, na avaliação do sociólogo, requentadas. “Não sou especialista no assunto, mas creio que esse próprio Freud já havia confirmado há alguns anos ter recebido recursos, pois trabalhou na campanha eleitoral de 2002”, diz o sociólogo. “Quando falam em pagamento de ‘despesas pessoais’ do Lula, há uma diferença gritante. Não há um Fiat Elba, uma prova, como se dizia no caso Collor. É diferente alguém receber recursos de campanha por ter trabalhado na campanha e alguém que vai buscar dinheiro para pagar a feira de supermercado do chefe.”
Mas a profusão de denúncias contra Lula terá impacto significativo na opinião pública. Para o sócio do Vox Populi, a menos que se descubram fatos mais concretos, a resposta mais provável é negativa. “O ápice da campanha contra o Lula foi em 2005, época da divulgação do mensalão”, afirma. “Ainda assim, ele manteve-se bem na opinião pública. Tinha 25% a 30% de votos. Hoje, tem 70%.”

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