quarta-feira, 12 de junho de 2013

Longe se vai sonhando demais




Uma das mais belas canções das Gerais proclama, na sua letra, que “longe se vai sonhando demais”.  E foi tomando emprestada esta frase, que encerrei uma carta que escrevi para minha filha, quando ela foi morar em outra cidade.

Naquele momento, quando ela se lançava no seu primeiro voo, queria demonstrar que não é a ambição, muito menos a busca desenfreada pelo sucesso e pelo dinheiro, que determina o quanto seremos felizes na vida. O que nos move em direção a felicidade são os nossos sonhos. 

E não é possível sonhar verdadeiramente, se o coração não estiver transbordando de sentimentos nobres como solidariedade, humildade, responsabilidade e compaixão. Muito menos se não alimentar a capacidade de se indignar diante de injustiças e de preconceitos, abundantes numa sociedade que adora alimentar a hipocrisia.

Não posso esconder o orgulho que sinto quando percebo que aqueles que Deus me confiou a missão de orientar, assimilam estes princípios.

Para provar tudo isso, Ana Luíza mostrou que quando se acredita nos próprios sonhos e não se entrega ao comodismo, agindo com determinação, o resultado será sempre a vitória. Por isso, ela comemora agora a tão desejada vaga numa universidade estrangeira. Na mais antiga universidade do mundo e considerada uma das melhores da Itália, a Universidade de Bolonha.

A aprovação da sua candidatura a uma bolsa do revolucionário programa Ciência sem Fronteiras é a demonstração exata de que, quando a determinação e a oportunidade se encontram, o sonho se realiza.

O programa, considerado a “menina dos olhos” da Presidenta Dilma, já realizou o sonho de mais de 22.000 jovens do Brasil e até o final do próximo ano deve superar a marca de 100.000 jovens brasileiros estudando em vários países da Europa, Ásia, Oceania e América do Norte. A maioria deles, assim como minha filha, não teria como bancar os custos desta oportunidade.

A sociedade sempre reclamou, com razão, a necessidade de o país investir na qualificação dos seus jovens. Pois bem, aí está a resposta. Nos últimos dez anos, foi possível testemunhar a criação de 18 novas universidades federais e mais 126 campi federais no interior do país. Agora, um programa oficial leva jovens de todas as classes sociais para uma experiência no exterior que vai trazer incontestáveis ganhos para o país no futuro. Só não vê quem não quer.

Mas é certo também que a oportunidade não basta se não houver determinação. Por outro lado, a determinação será sempre capaz de provocar uma oportunidade.

Contudo, sei que essa oportunidade me brindará com a angústia provocada pela ausência e pela saudade, que só será amenizada pela certeza de que  é mais um sonho que se realiza.

Agora só me resta colocar em prática um ensinamento simples que aprendi com minha mãe. Colocar nas mãos de Deus tudo na vida. E é nas mãos Dele que coloco, não apenas o novo desafio da Ana Luiza. Mas todos os desafios que ela, João Pedro, Luiz Gustavo e Vinícius terão ao longo da caminhada. Que não tenham medo de sonhar e que busquem apaixonadamente a realização de cada sonho.

Afinal, como cantamos aqui em Minas, “sonhos não envelhecem”.

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