Desde o fim da ditadura, a direita, envergonhada, vinha se
escondendo em guetos de onde disparava seus ataques sem, no entanto, nenhuma
exposição que pudesse identificá-los como militantes conservadores. Poucos
animavam se assumir como direita.
No entanto, a explosão das redes sociais, com a possibilidade
de exercitar sua militância no conforto da poltrona da sua sala, animaram
os reacionários, que espalham suas ideias pela rede com rapidez e eficiência.
Alguns ícones do reacionarismo midiático como Reinaldo
Azevedo, Augusto Nunes, William Waak, Míriam Leitão, Arnaldo Jabor, Eliane
Cantanhede, um tal Luiz Carlos Prates e até a insossa Rachel Sheherazade, se
transformaram em verdadeiros ídolos dos neo reacionários. Servem de inspiração
e fonte para os ataques a qualquer iniciativa que possa significar algum avanço
social, cultural e humano.
Recentemente, a “jovem” apresentadora do SBT, Raquel
Sheherazade, chegou a conceder uma entrevista com elogios às propostas de Marcos
Feliciano e as posições de Reinaldo Azevedo (a quem chamou de fofo) além de se
assumir como de direita. Seus comentários, pobres de conteúdo, ricos de
preconceito e visceralmente reacionários servem de combustível para alguns
fundamentalistas religiosos, recalcados políticos e hipócritas travestidos de
revoltados, que exibem uma indignação seletiva e visivelmente parcial.
No manual dessa gente estão algumas agressões às conquistas
sociais dos últimos anos, o racismo, a homofobia e o ódio, ingredientes que vão
engrossando o caldo de uma onda fascista nas redes sociais.
Como todo discípulo de Goebbels, a âncora do SBT, seus
colegas de imprensa e seguidores usam a mentira como principal arma no jogo político.
Com a proximidade da Copa do Mundo, estes arautos do falso
moralismo se mobilizarão ainda mais, na perspectiva que um fracasso retumbante
do evento possa significar o fim do ciclo de avanços sociais.
Não terão o menor pudor em marcar gols contra, mesmo que isso
possa representar um significativo prejuízo para a imagem do país. Ignoram o
evidente saldo positivo que a Copa está trazendo e trará ao Brasil, com a
geração de empregos, as obras de mobilidade urbana, a atração de turistas
estrangeiros e o consequente aumento na arrecadação de impostos, que poderão
ser reinvestidos nas principais demandas populares.
Formando um contraponto a esse movimento conservador, alguns
blogueiros progressistas transformaram a defesa dos avanços alcançados nos
últimos anos em uma bandeira de luta. Liderados por jornalistas como Paulo
Henrique Amorim, Luiz Carlos Azenha, Eduardo Guimarães, Nogueira Jr. Paulo
Moreira Leite, Mino Carta, Altamiro Borges e intelectuais como Emir Sader e
Leonardo Boff, construíram uma verdadeira trincheira no combate a enorme onda
conservadora que se formou nas redes sociais.
Mas a esquerda militante das ruas ainda não descobriu a
importância de ocupar as redes sociais e não se manifestam com a mesma
intensidade dos reacionários.
O risco é que a onda provocada pelo extremismo de direita
continue se propagando, vire um tsunami e comprometa as duras conquistas dos últimos anos.
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