Para o sociólogo e presidente do
instituto Vox Populi, a nova denúncia contra o ex-presidente não apresenta
fatos novos. “Há meses que existe a acusação de que Lula sabia, era o chefe
etc.”. E lembra que, até agora, não há provas. “Não tem nada como um Fiat Elba,
no caso do Collor”
Minas
247 - Se a oposição ao governo Dilma Rousseff imagina que
as denúncias divulgadas nesta terça-feira (11/12), envolvendo mais diretamente
o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão, terão algum
resultado junto à opinião pública, provavelmente vai errar novamente.
A opinião é do sociólogo e
especialista em pesquisas de opinião (é presidente do Instituto Vox Populi),
Marcos Coimbra. Ao 247, ele defende que o que foi divulgado ao longo do dia não
trouxe novidades significativas. “O que se falou hoje já havia sido dito há
alguns meses: ‘Lula sabia’, ‘Lula era o chefe’, essas coisas”, afirma Coimbra.
Mesmo a denúncia sobre os recursos
depositados na conta da empresa de segurança de Freud Godoy (ex-assessor da
Presidência e uma espécie de “faz-tudo” de Lula) são, na avaliação do
sociólogo, requentadas. “Não sou especialista no assunto, mas creio que esse
próprio Freud já havia confirmado há alguns anos ter recebido recursos, pois
trabalhou na campanha eleitoral de 2002”, diz o sociólogo. “Quando falam em
pagamento de ‘despesas pessoais’ do Lula, há uma diferença gritante. Não há um
Fiat Elba, uma prova, como se dizia no caso Collor. É diferente alguém receber
recursos de campanha por ter trabalhado na campanha e alguém que vai buscar
dinheiro para pagar a feira de supermercado do chefe.”
Mas a profusão de denúncias contra Lula terá
impacto significativo na opinião pública. Para o sócio do Vox Populi, a menos
que se descubram fatos mais concretos, a resposta mais provável é negativa. “O
ápice da campanha contra o Lula foi em 2005, época da divulgação do mensalão”,
afirma. “Ainda assim, ele manteve-se bem na opinião pública. Tinha 25% a 30% de
votos. Hoje, tem 70%.”
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