Embora o crescimento tenha sido baixo nos dois primeiros anos do governo atual, a sensação econômica é positiva; segredo está num estudo do Boston Consulting Group, que mostra o Brasil como país que mais gerou ganhos de bem-estar entre 150 nações, em razão da distribuição de renda
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247 – Quem olha friamente os números do PIB (soma de todos os bens e serviços produzidos no País), pode achar que a economia brasileira vai mal entre os Brics. Relatório da OCDE divulgado nesta terça-feira 27 aponta que o crescimento nacional será o menor entre os países do bloco, formado por Rússia, Índia, China e África do Sul, além do Brasil. Enquanto deveremos fechar o ano com crescimento de, no máximo, 1,5%, a previsão para a China é de 7,5%, seguida da Índia (4,4%), Rússia (3,4%) e África do Sul (2,6%).
Nos dois primeiros anos do governo Dilma Rousseff, a economia andou de lado, registrando o chamado "PIB caranguejo", com lentidão no crescimento. No entanto, a sensação geral é de bem-estar. O País
registrou em outubro, por exemplo, o menor desemprego em 10 anos. O índice no mês passado caiu para 5,3%, ante 5,4% em setembro, atingindo o nível mais baixo desde 2002, de acordo com o IBGE. Ao mesmo tempo, o Instituto apontou que houve crescimento da renda da população: subiu 0,3% de setembro para outubro e 4,6% ante outubro de 2011, atingindo R$ 1.787,70.
Qual o segredo?
Um levantamento feito pela consultoria internacional Boston Consulting Group (BCG) e divulgado nesta terça-feira 27 mostra que o Brasil foi o país que melhor utilizou o crescimento econômico conquistado nos últimos cinco anos para elevar o padrão de vida e o bem-estar da população. O estudo comparou indicadores econômicos e sociais de 150 países, cujo ranking o Brasil lidera.
O estudo cita que, enquanto o PIB brasileiro cresceu a um ritmo médio de 5,1% por ano entre 2006 e 2011, os ganhos sociais obtidos neste período equivalem aos de uma nação que cresceu 13% anualmente. Em comparação aos progressos recentes alcançados, o Brasil lidera, com 100 pontos, índice atribuído ao país que melhor se saiu nesse critério de avaliação.
Trecho do texto do relatório esclarece que o desempenho brasileiro se deve principalmente à distribuição de renda. "O Brasil diminuiu consideravelmente as diferenças de rendimento entre ricos e pobres na década passada, o que permitiu reduzir a pobreza extrema pela metade", diz o estudo.
O levantamento cita também o programa Bolsa Família, criado na administração de Lula pelo governo federal e que condiciona ajuda a famílias pobres à ida de crianças na escola. "Ao mesmo tempo, o número de crianças na escola subiu de 90% para 97% desde os anos 90", diz mais um trecho do relatório.
Aprovação e vitória em 2014
Os números explicam parte do ótimo desempenho de Dilma. A aprovação de seu governo passou de 50% para 62% em setembro último, segundo o Ibope. Este é o melhor percentual desde o início do mandato. A presidente também tem uma enorme aprovação pessoal da população: 77% registrado em setembro, mantendo o índice de junho.
Em seu primeiro levantamento voltado para 2014, o instituto aponta que Dilma deve conquistar a reeleição já no primeiro turno, com 26% dos votos, vencendo até mesmo de Lula, que teria 19%. Os dois são colocados bem à frente dos potenciais oponentes: José Serra aparece com 4%, à frente do senador mineiro Aécio Neves, com 3%, e de Marina Silva, com 2%.
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