"Cláusula de consciência" poderá ser alegada pelos jornalistas quando reportagens estiverem em desacordo com seus princípios; donos dos veículos, naturalmente, não gostam da medida do governo de Cristina Kirchner
247 - Há, na Folha de S. Paulo desta terça, uma reportagem interessante sobre as transformações do setor de comunicação na Argentina. Duas senadoras da base kirchnerista, Nanci Parrilli e Liliana Fellner, apresentaram ao Congresso um projeto de lei que incorpora ao Estatuto do Jornalista Profissional uma "cláusula de consciência".
Na prática, a medida liberta os jornalistas de seus patrões, uma vez que todo profissional que se sentir pressionado a escrever sobre um tema ou uma posição editorial que não corresponda a suas convicções éticas ou morais não terá de fazê-lo. E a empresa jornalística fica proibida de punir ou demitir o profissional. Segundo as senadoras, a nova lei garante a "liberdade ideológica e o respeito à pluralidade de pensamento dos jornalistas".
No entanto, o patronato argentino desaprova. De acordo com Daniel Dessein, presidente da comissão de liberdade de imprensa da Adepa, associação equivalente à ANJ no Brasil, a medida "torna-se mais um instrumento de avanço contra a imprensa e os negócios jornalísticos independentes". Ele afirma ainda que a lei é prejudicial aos negócios jornalísticos.
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