Contraventor pagava salário extra de até R$ 15 mil a secretários do governo Marconi Perillo e houve ameaça de paralisação quando os pagamentos foram interrompidos; dinheiro vinha da Construtora Delta
247
Oficialmente, o governador de Goiás se chama Marconi Perillo. Foi eleito em 2010, pelo PSDB, e ocupa seu terceiro mandato à frente do Palácio das Esmeraldas.
Os documentos da Polícia Federal, no entanto, revelam que havia um governo paralelo em Goiás. E ele era comandado por Carlos Cachoeira.
De acordo com as investigações, o bicheiro e sócio da Construtora Delta pagava um salário adicional a alguns colaboradores de Marconi Perillo. Entre eles, Edivaldo Cardoso, que se afastou da presidência do Detran/GO, e João Furtado de Mendonça Neto, que continua à frente da secretaria de Segurança Pública.
De acordo com a PF, o ganho extra de Edivaldo seria de R$ 15 mil mensais; o de Neto, de R$ 10 mil. A origem dos recursos seria a construtora Delta.
As informações fazem parte do anexo 4 do inquérito tornado público pelo Brasil 247. Estão na página 133 e são chocantes. Na conversa, de 15 de julho do ano passado, Edivaldo Cardoso relata a Carlos Cachoeira que os negócios da Delta estão travados porque teria havido atraso nos pagamentos.
De acordo com a interpretação da Polícia Federal, o secretário de Segurança Pública de Goiás pretendia receber seus atrasados dos meses de abril e maio do ano passado (leia aqui a transcrição completa). Caso contrário, deixaria de atender a Delta, que, no governo Perillo, saltou do zero para contratos de mais de R$ 450 milhões.
Na realidade o relatorio da PF,no tópico específico sobre o governador,termina com a menção expressa de que não há elementos que justifiquem uma investigação policial sobre a pessoa do Marconi.E mais, o que existe quando seu nome aparece em gravações, são menções que deixam claro que algumas pessoas a ele se referiam em circunstancias que mais parecem que estão usando o nome dele do que qualquer outra coisa.
Tanto é que o Governador aparece falando nas gravações apenas uma unica vez,em conversa de 15 segundos,onde ele liga para cumprimentar o Sr Cachoeira pelo aniversario, pratica comum entre politicos.No mais, desde que se elegeu, recebeu este senhor em uma audiência oficial para tratar de assunto de interesse da área farmacêutica.
Teve dois ou três encontros sociais,o que é absolutamente comum pois o Sr. Cachoeira era uma pessoa que era recebida por todos e frequentava todas as rodas de Goiás.
As pessoas ligadas ao Governo, que comprovadamente mantinham relações que possam ser consideradas suspeitas, foram afastadas,sem que isto implique em pre julgamento,e assim continuara agindo o Governador .
Cumpre ressaltar que em virtude de nota absolutamente falsa,publicada em outro blog,que dizia ter havido entrega de dinheiro no Palácio, coisa que nem a Polícia e nem o Ministário Páblico afirmaram,o Governador pediu-me que entrasse com uma inusitada representação junto ao Procurador Geral da Republica solicitando que fosse determinada a abertuira de um inquérito para que ele seja investigado.
Ou seja, estamos em um momento tão delicado que um Governador tem que pedir a abertura de um inquérito contra si para provar sua inocência em virtude exatamente da divulgação de notícias sem fundamento mínimo na realidade e sequer nas investigações.
A interpretação rasteira de um 'tira hermeneuta' serve de base para outras interpretações descontextualizadas, e aos poucos este inquérito vai servindo a interesses que não o da Justiça."
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