quarta-feira, 16 de maio de 2012

"Como se eles morressem de novo e sempre a cada dia"

Lágrimas da ex-prisioneira política torturada e atual presidente da República Dilma Roussef marcaram a instalação da Comissão da Verdade, composta por sete integrantes escolhidos pessoalmente por ela. Eles terão dois anos para investigar crimes políticos cometidos no Brasil no período de 1946 a 1988. O evento contou com a presença dos ex-presidentes Lula, FHC, Collor e Sarney.
Abaixo, o trecho final do discurso emocionado da presidenta:

A ignorância sobre a história não pacifica, pelo contrário, mantêm latentes mágoas e rancores. A desinformação não ajuda apaziguar, apenas facilita o trânsito da intolerância. A sombra e a mentira não são capazes de promover a concórdia. O Brasil merece a verdade. As novas gerações merecem a verdade, e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia.

É como se disséssemos que, se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulo, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca mesmo, pode existir uma história sem voz. E quem dá voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la. Atribui-se a Galileu Galilei uma frase que diz respeito a este momento que vivemos: "a verdade é filha do tempo, não dá autoridade."

Eu acrescentaria que a força pode esconder a verdade, a tirania pode impedi-la de circular livremente, o medo pode adiá-la, mas o tempo acaba por trazer a luz. Hoje, esse tempo chegou.

O vídeo abaixo tem os melhores trechos do discurso histórico da Presidenta

"A verdade não morre por ter sido escondida."

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