“Marcus Vinicius Furtado Coêlho, em
discurso de posse no Conselho da OAB, defendeu o financiamentopúblico de campanhas eleitorais como
forma de 'democratizar' as eleições
O novo presidente do Conselho Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho, afirmou
hoje (1º) que a criminalização da atividade política, além de grave, é o que dá
início a qualquer debate autoritário. “Não há democracia sem política”,
disse. “Todas as ditaduras são instaladas a partir da criminalização da
atividade política. Os maus feitos deverão ser denunciados por esta instituição
(OAB), mas sem jamais generalizar a crítica ao Congresso Nacional”, afirmou em
seu discurso de posse, na sede do conselho, em Brasília.
Coêlho foi eleito na noite de ontem por
64 dos 81 conselheiros federais da OAB e, logo após a contagem dos votos, disse
que a ideologia da Ordem dos Advogados do Brasil é a Constituição Federal e seu
partido é o estado democrático de direito.
Hoje o novo presidente defendeu o fim
do financiamento privado das campanhas eleitorais para cargos do Executivo e do
Legislativo e o diálogo entre a entidade e todos os poderes da
república. “Não podemos permitir que a disputa das eleições em nosso país
seja resolvida por quem tem mais poder econômico. Iremos lutar pelo
financiamento democrático dos pleitos eleitorais”, disse.
A reforma política, que prevê o
financiamento público das campanhas eleitorais no país e apoio à Lei
complementar 135, conhecida como Lei da Ficha Limpa, foram apontadas por Coêlho
como duas missões complementares da OAB.
Com o Congresso, o novo presidente
afirmou que a OAB deve ter uma relação de alto nível, para que se possa
alcançar vitórias consideradas por ele como essenciais para a categoria, disse,
exemplificando com a criminalização da violação às prerrogativas profissionais
dos advogados e a inclusão da advocacia no sistema tributário Simples, por
exemplo.
Com o Judiciário, Coêlho disse que a
OAB deve procurar manter um bom relacionamento, mas que a entidade não vai
aceitar a implementação do processo eletrônico judicial "da maneira como
vem sendo feito". “Não podemos transformar uma bela iniciativa, que é o
processo eletrônico, em algo que se implanta de forma açodada, mais parecendo
criação de biografias de presidentes de tribunais”, disse.
Coêlho é formado pela Universidade
Federal do Piauí com pós-graduação pela Universidade Federal de Santa Catarina.
É doutorando em Direito Processual pela Universidade de Salamanca, na Espanha.”
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