domingo, 14 de outubro de 2012

Serra tenta fazer de São Paulo a capital mundial da homofobia

Eduardo Guimarães

 
Toda eleição de que José Serra participa é a mesma coisa: por não ter o que oferecer como administrador ele desanda a traficar preconceito e ignorância, drogas que tenta fazer a população consumir de forma a esquecer a discussão – vital em processos eleitorais – sobre os problemas e os projetos administrativos a que os políticos devem dar respostas.
 
Devido aos fracassos nos quais suas gestões sempre desembocam, Serra adotou essa muleta política. Para tanto, aliou-se a picaretas que exploram a fé religiosa de incautos de forma a enriquecerem. E que, para tanto, instigam preconceito contra homossexuais.
 
A pregação desses picaretas criou hordas de fanáticos que passam a usar até a violência física para oprimir a livre e legítima manifestação da orientação sexual de outros cidadãos, os quais o fanatismo pretende que dissimulem a própria natureza para não “incomodarem” quem dissente de suas opções de vida.
 
De 2010 para cá, devido ao incentivo de Serra à intolerância religiosa, no Estado em que ele tem maior força eleitoral explodiram os ataques violentos a homossexuais. Nesse contexto, a cidade de São Paulo se transformou na capital nacional da homofobia, sendo a Avenida Paulista o palco principal desse tipo de violência.
 
Com a explosão de ataques a homossexuais na capital paulista, o governo federal vem agindo no sentido de educar crianças nas escolas a fim de que não se tornem adolescentes e adultos violentos, tentando assim minimizar a pregação em templos religiosos que termina por estimular esse tipo de comportamento.
 
Na eleição municipal deste ano, ao constatar que a população paulistana rejeita seu caótico legado administrativo, o candidato tucano apela novamente ao estratagema que fez explodir a intolerância e a violência em São Paulo há dois anos.
 
Eis que ressurge no cenário político um “pastor” homofóbico cuja pregação constitui sugestão de agressão física a homossexuais e que explora tentativa do governo federal de conter a violência tentando fazer seus “fiéis” acreditarem que esse governo, através de seu então ministro da Educação, tentou induzir crianças a se tornarem homossexuais.
 
Enquanto isso, imprensa e autoridades assistem impassíveis à atuação criminosa de um candidato que, com sua pregação, induz até crimes de morte.
 
Jornais como Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, bem como a revista Veja, repercutem a acusação cientificamente descabida de Serra e de seus aliados de que o candidato Fernando Haddad, enquanto ministro, teria tentado induzir crianças a fazerem sexo homossexual.
 
É uma aberração, esse discurso. A ciência já provou, sem a menor sombra de dúvida, que ninguém pode ser induzido a gostar do sexo oposto ou do mesmo sexo. A sexualidade humana, conforme todos os estudos comprovam, depende de fatores inconscientes, alheios à vontade racional do indivíduo.
 
Graças a Serra e à grande imprensa, São Paulo vai se tornando território hostil a homossexuais, ficando carimbada como a capital brasileira da ignorância e do preconceito. Além de instalar o caos na saúde, na educação, no transporte e na segurança, Serra ainda envergonhará a cidade diante do mundo caso eleja alguém com esse discurso medieval.

Nenhum comentário:

Postar um comentário