Foto: Divulgação_Folhapress
Depois de revelar que recebeu por serviços prestados na campanha diretamente de um assessor do governador Marconi Perillo (PSDB), agora o jornalista Luiz Carlos Bordoni dá ao 247 o tom do que está disposto a trazer à tona: a caixa-preta da comunicação do governo goiano
Vassil Oliveira_Goiás 247 – Luiz Carlos Bordoni quer falar. Garante que tem muito o que falar. E vai falar. Vai abrir o sigilo da história dos marconistas que o atacam. É só convocá-lo para a CPI do Cachoeira, que ele estará lá, quando e na hora que quiserem. Foi o que reafirmou ao 247 neste domingo. Ele está na Bahia, a serviço, em local de difícil conexão com a internet, e volta nesta segunda-feira, 4, à noite. Aí erguerá a voz, do jeito que ele sabe fazer.
E se antes Bordoni tinha como motivação o esclarecimento da verdade sobre depósito feito na conta de sua filha – e que na verdade foi para pagamento por serviços prestado à campanha de Marconi Perillo (PSDB) em 2010 –, agora ele vai fazê-lo também para desmascarar os que hoje o agridem, principalmente nas redes sociais, em ação orquestrada pelo Palácio das Esmeraldas e a partir de seu bunker da comunicação.
São os mesmos que antes o bajulavam, elogiavam, até lhe puxavam o saco. Eles os conhece um por um. Conhece a história oficial e a não oficial. Quer falar de tudo.
Desde que deu entrevista ao jornalista Fernando Gallo, do Estadão, Bordoni é alvo de uma campanha agressiva de marconistas tentando desqualificá-lo. Ele, que já foi processado por defender em artigo o tucano Marconi Perillo, vê-se agora na situação de ser achincalhado por gente que é bem paga por Marconi para fazer isso e de ser chamado de mentiroso pelo mesmo próprio.
A mentira está registrada na nota em resposta às primeiras declarações de Bordoni. Dizia: “As afirmações do sr. Luiz Carlos Bordoni em relação à campanha do governador Marconi Perillo são mentirosas e irresponsáveis.” E ainda: “Quem deve explicações sobre o depósito em sua conta corrente é o favorecido. Estranhamos o fato de o sr. Bordoni, na falta de uma explicação plausível que justifique o crédito na conta corrente de sua filha, fazer circular esta versão fantasiosa, querendo incriminar a campanha do governador Marconi Perillo.” Pois é: se Bordoni “deve” explicações, está “pagando”, contando tudo que sabe.
Nas redes sociais é onde o governo Marconi montou uma das mais agressivas frentes de ataque na guerra que deflagrou contra todos que discordam ou criticam a administração estadual ou o governador. Entre os alvos principais estão justamente jornalistas. A “rede de proteção e ataque”, no entanto, é conhecida, e mais ainda por Bordoni, que tem décadas de história em Goiás e viu literalmente nascer muitos dos que hoje o atingem.
Neste domingo, 3, ele voltou a falar ao Estadão (leia aqui). Já deu dicas do que pode levar à CPI. “Eu disse que queria esclarecer a situação de um depósito envolvendo o nome da minha filha e consequentemente o meu nome. Simplesmente contei a história de como foi feito o depósito. Inclusive houve um segundo depósito para completar os R$ 90 mil”, contou.
Bordoni falou também que vai solicitar que seja quebrado o sigilo telefônico seu e de sua filha, e que também o façam com o telefone do assessor particular do governador, Lúcio Gouthier Fiúza. Detalhe: Marconi Perillo, que tanta disposição tem mostrado em ir à CPI do Cachoeira, até agora nada falou sobre quebrar os seus sigilos, embora inclusive o 247 tenha mostrado que esta é uma das questões em aberto para esclarecimento da verdade.
“Se for para estabelecer a verdade, eu vou a qualquer lugar para defender o meu nome e o da minha filha”, avisa Bordoni, o que reafirmou ao 247 acrescentando que essa disposição se estende a contar não só na CPI mas em todos os espaços que encontrar. É fato que até agora ele não tem se negado em nenhum momento a falar com quem o procura.
“Não temo os poderosos, não. Por que tentar imputar a mim a pecha de mentiroso, de irresponsável? Quer dizer que durante as campanhas que eu fiz eu era o bom e o maravilhoso, e agora eu sou o mentiroso e o irresponsável? Talvez então eu tenha sido mentiroso e irresponsável ao pedir voto para ele?”
Eis a questão posta por Bordoni, que garantiu ao Estadão: tratou do valor por seu trabalho na campanha com quem defendeu: Marconi Perillo. Em pessoa. O mesmo que agora o ataca. Em pessoa.
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