Foto: Divulgação_Folhapress
Desta vez, não é um carro, mas um jornalista chamado Luiz Carlos Bordoni que participou da campanha do governador e diz ter recebido recursos do esquema Cachoeira para trabalhar na corrida ao Palácio das Esmeraldas, por meio de uma empresa de fachada chamada Alberto & Pantoja; e agora?
Goiás 247 – Vinte anos atrás, na crise do impeachment do ex-presidente Collor, a prova definitiva foi uma singela Fiat Elba. O carro havia sido pago com recursos do caixa dois de campanha do esquema PC Farias. Desta vez, a na crise que atinge o governador de Goiás, Marconi Perillo, a Fiat Elba é um jornalista.
Ele se chama Luiz Carlos Bordoni e está no centro da polêmica envolvendo o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o contraventor Carlinhos Cachoeira. Ele é a testemunha que prova a ligação dos dois, uma ligação que tem as digitais na campanha eleitoral de 2010, quando o tucano foi eleito para o seu terceiro mandato à frente do Estado.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo traz entrevista exclusiva do repórter Fernando Gallo com Bordoni em que este afirma de forma direta que recebeu como pagamento por serviço prestado à campanha de Marconi, da Alberto e Pantoja, empresa fantasma que de acordo com a Polícia Federal era controlada por Cachoeira. O pagamento, de R$ 45 mil – referente à metade da conta – foi feito por um dos principais assessores do governador, Lúcio Fiúza Gouthier, depois de seis meses de atraso.
"O sr. Lúcio Gouthier me ligou perguntando o número da minha conta pra depositar esse dinheiro. Eu disse a ele que estava viajando, e que minha filha, que paga minhas contas e administra as minhas coisas, iria receber. Dei o número da conta dela para ele. De repente, essa conta foi passada para a Pantoja", afirmou Bordoni ao Estado. "O dinheiro foi depositado pela Pantoja na conta da minha filha. Era dívida de campanha do governador Marconi Perillo dos R$ 90 mil de saldo do trabalho que prestei a ele no programa de rádio na campanha de 2010."
Só pra lembrar: Lúcio Gouthier Fiúza é o assessor de Marconi Perillo que assinou documento afirmando ter recebido R$ 1,4 milhão pela casa do governador, que teria sido vendida para Carlinhos Cachoeira. Ele também é suspeito de ter recebido R$ 500 mil, que teriam sido enviados pelo braço direito de Cachoeira, Wladimir Garcêz, ao Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, em uma caixa de computador.
Também ao Estado, a assessoria de Marconi negou ter feito os pagamentos por meio da empresa. Luiz Carlos Bordoni diz que decidiu revelar o caso depois do questionamento na CPI direcionado à sua filha, Bruna Bordoni. Foi na conta dela que acabou depositado o valor de parte da dívida da campanha com o jornalista, responsável pelos programas de radio. “Prestei o serviço honestamente. Não vou deixar que ninguém venha avacalhar minha credibilidade por causa de Cachoeira",diz.
Para ler a reportagem do Estado de S.Paulo, clique aqui.
Sobre o assunto, Bordoni publicou em seu blog:
A VERDADE SOBRE O DEPOSITO
01. Em momento algum disse que o Sr. Marconi Perillo depositou dinheiro em minha conta.
02. Informei que o Sr. Lucio Gouthier Fiuza, encarregado de pagar os saldos de campanha, havia me ligado e pedido o numero de minha conta para depositar uma parcela de 45 mil reais, dos 90 mil remanescentes da campanha de 2010.
03. Disse a ele que estava viajando, que poderia depositar na conta da minha filha, que cuida dos meus assuntos. Passei a ele o numero da conta dela.
04. Ao contrario do que afirmam alguns imbecis, não fui eu quem depositou nada. O deposito foi feito, conforme consta em extrato, pela tal Pantoja et all. Não se pensou nunca em conferir o depositante, pois Lúcio dissera que iria fazê-lo.
05. Em momento algum questionei a honorabilidade do Sr. Governador, como alardeiam certos picaretas da mídia. Não fosse ele probo, jamais teria participado de suas campanhas.
06. Eu somente quis esclarecer a citação do nome de minha filha, durante inquirição do senador Demóstenes Torres e a ilação com o depósito de 45 mil reais feito na conta dela.
07. Apenas narrei a razão do depósito, pois nem mesmo nos sabíamos a origem do dinheiro e, em momento algum, disse ter o governador conhecimento disso.
08. Não e verdade que fui demitido pelo Paulo Beringhs. Eu saí por livre e espontânea vontade.
09. Ao contrário do que alardeiam badamecos e pistoleiras, estou muito bem da cachola, a ponto de saber onde e como encontrá-los.
10. Nada tenho contra a área de comunicação do governo, como alardeiam as piranhas insaciáveis.
11. Ao contrario de certos jornalistas que me hostilizam, não misturo alhos com bugalhos. Nasci independente e morrerei independente.
12. Neste mesmo blog, em “Questão de hombridade”, os senhores verão que fui o único a defender Sua Excelência neste tiroteio cerrado, coisa que nenhum de seus assessores fez. Calados também ficaram os seus bajuladores de plantão, sobejamente conhecidos.
13. Quis esclarecer o fato por que ele colocava sob suspeita a nossa dignidade – minha e de minha filha.
14. Aos que estão a me julgar e condenar, eu rio de todos. Em nenhum há estofo moral para tanto. Sem exceção.
15. Apenas agi para colocar as coisas no devido lugar, mas jamais com o intuito de prejudicar a quem quer que seja.
16. Sei que os canalhas vão tentar promover o meu linchamento, mas não os temo, pois tenho a verdade do meu lado.
17. Não se brinca com a moral alheia. Só os que não a tem ficariam omissos diante do ocorrido.
18. É conhecida a calhordice de tentar desacreditar os que podem causar danos. É o que estão querendo fazer comigo. Se dano houver pelo meu gesto, não foi intencional. Não tivessem nos provocado, eu não estaria aqui. Agora, dano a mim e aos meus eu jamais permitirei.
19. Num mundo onde os boquirrotos duvidam ate da virilidade do meu amigo Jesus Cristo, estou a ouvir o crocito dos corvos. Pobres genitoras que mal sabem a droga que pariram.
20. Não darei entrevistas sobre o assunto. O que tinha a dizer já foi dito.
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