quarta-feira, 9 de outubro de 2013

As primeiras crises do casamento de Marina e Eduardo

Ainda deveria ser uma lua de mel, mas o casamento mais comentado do ano começa a viver as primeiras crises. Aliás, essas crises precoces são muito próprias dos casamentos por interesse.

Depois de sacudir a política no último final de semana com a surpreendente adesão a candidatura de Eduardo Campos, Marina Silva deixa claro nas entrevistas divulgadas nesta quarta-feira (09/10), que não pretende ser uma mera coadjuvante. Ela coloca lenha na fogueira e, sem papas na língua, embaralha as cartas de novo.

Primeiro, ela manda o Ronaldo Caiado, amigo de Eduardo Campos, procurar o caminho de casa. Ela diz textualmente: “O Caiado e eu somos tão coerentes que, se a aliança prosperar comigo, ele mesmo vai pedir para sair, se é que não está pedindo”.

Marina também deixou claro que sua candidatura não está completamente descartada e diz que “nós dois somos possibilidades e sabemos disso”.

Ao contrário do pragmatismo do PSB e do Eduardo Campos, Marina procura manter a coerência, detona as alianças do pernambucano e reafirma que prefere “perder ganhando, que ganhar perdendo”, repudiando as negociatas do governador pernambucano, que envolveram a família Bornhausen, Heráclito Fortes, Caiado e outras raposas que Marina costuma chamar de gente da “velha política”.

Outra surpresa foi a declaração de apoio ao deputado Reguffe, do PDT, para o governo do Distrito Federal, em detrimento da candidatura de Rodrigo Rollemberg do PSB de Eduardo Campos. Rollemberg foi um dos padrinhos do casamento e esperava o apoio da ex-senadora.

Como se não bastasse tudo isso, alguns "marineiros" lançaram uma campanha na internet, que está proliferando rapidamente com o mote "Entre nessa campanha você também. Não quero Eduardo Campos, quero Marina Silva. Curta e Compartilhe!"

No sentido oposto, um dos principais articuladores do Rede Sustentabilidade, o marineiro Luciano Zica, abandonou o projeto alegando incoerência na decisão verticalizada de Marina Silva, contrariando um aspecto considerado essencial no estatuto do partido que é a horizontalidade das decisões. Ele disse que tomou sozinho a decisão de sair do Rede. “Fiz igualzinho Marina: não discuti com ninguém”.

Resta saber como Eduardo Campos vai conseguir administrar sua praticidade, própria dos políticos tradicionais, com o ímpeto “sonhático” de Marina Silva e seus verdadeiros seguidores.

Na política, assim como no xadrez, um lance aparentemente genial, pode revelar minutos depois, fragilidades que podem ser fatais.

O jogo continua e promete muitas surpresas e emoções.

Nenhum comentário:

Postar um comentário