Uma das mais belas canções das
Gerais proclama, na sua letra, que “longe se vai sonhando demais”. E foi tomando emprestada esta frase, que
encerrei uma carta que escrevi para minha filha, quando ela foi morar em outra
cidade.
Naquele momento, quando ela se
lançava no seu primeiro voo, queria demonstrar que não é a ambição, muito menos
a busca desenfreada pelo sucesso e pelo dinheiro, que determina o quanto
seremos felizes na vida. O que nos move em direção a felicidade são os nossos sonhos.
E não é possível sonhar
verdadeiramente, se o coração não estiver transbordando de sentimentos nobres
como solidariedade, humildade, responsabilidade e compaixão. Muito menos se não
alimentar a capacidade de se indignar diante de injustiças e de preconceitos,
abundantes numa sociedade que adora alimentar a hipocrisia.
Não posso esconder o orgulho que
sinto quando percebo que aqueles que Deus me confiou a missão de orientar,
assimilam estes princípios.
Para provar tudo isso, Ana Luíza
mostrou que quando se acredita nos próprios sonhos e não se entrega ao
comodismo, agindo com determinação, o resultado será sempre a vitória. Por
isso, ela comemora agora a tão desejada vaga numa universidade estrangeira. Na
mais antiga universidade do mundo e considerada uma das melhores da Itália, a
Universidade de Bolonha.
A aprovação da sua candidatura a
uma bolsa do revolucionário programa Ciência sem Fronteiras é a demonstração
exata de que, quando a determinação e a oportunidade se encontram, o sonho se
realiza.
O programa, considerado a “menina
dos olhos” da Presidenta Dilma, já realizou o sonho de mais de 22.000 jovens do
Brasil e até o final do próximo ano deve superar a marca de 100.000 jovens
brasileiros estudando em vários países da Europa, Ásia, Oceania e América do
Norte. A maioria deles, assim como minha filha, não teria como bancar os custos
desta oportunidade.
A sociedade sempre reclamou, com
razão, a necessidade de o país investir na qualificação dos seus jovens. Pois
bem, aí está a resposta. Nos últimos dez anos, foi possível testemunhar a
criação de 18 novas universidades federais e mais 126 campi federais no
interior do país. Agora, um programa oficial leva jovens de todas as classes
sociais para uma experiência no exterior que vai trazer incontestáveis ganhos
para o país no futuro. Só não vê quem não quer.
Mas é certo também que a oportunidade
não basta se não houver determinação. Por outro lado, a determinação será sempre
capaz de provocar uma oportunidade.
Contudo, sei que essa oportunidade me brindará com a angústia provocada pela ausência e pela saudade, que só será amenizada pela certeza de que é mais um sonho que se realiza.
Contudo, sei que essa oportunidade me brindará com a angústia provocada pela ausência e pela saudade, que só será amenizada pela certeza de que é mais um sonho que se realiza.
Agora só me resta colocar em
prática um ensinamento simples que aprendi com minha mãe. Colocar nas mãos de
Deus tudo na vida. E é nas mãos Dele que coloco, não apenas o novo desafio da
Ana Luiza. Mas todos os desafios que ela, João Pedro, Luiz Gustavo e Vinícius
terão ao longo da caminhada. Que não tenham medo de sonhar e que busquem
apaixonadamente a realização de cada sonho.
Afinal, como cantamos aqui em
Minas, “sonhos não envelhecem”.
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