sábado, 28 de setembro de 2013

Unesco reconhece vida e obra de comunista como patrimônio da humanidade

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O argentino nascido em Rosário, Província de Santa Fé em 14 de Junho de 1928, Ernesto Che Guevara fez de sua vida uma das maiores contribuições para a libertação dos povos da América latina e do mundo.

Agora a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, reconhece os escritos do revolucionário como Patrimônio da Humanidade. Os documentos foram incluídos no Programa de Memória do Mundo. Este programa que possui em seu registro 299 documentos e coleções dos cinco continentes agora conta com 431 manuscritos do Che, 567 documentos sobre sua vida e obra, assim como uma seleção de materiais iconográficos, cinematográficos, cartográficos e objetos para museu. Para Juan Antonio Fernández, presidente da Comissão Nacional Cubana da Unesco, esta decisão reconhece a “contribuição do Che ao pensamento revolucionário latino-americano e mundial, que o converteram em símbolo de rebeldia, de liberação e internacionalismo”.

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O exemplo do guerrilheiro heroico ultrapassa as barreiras do tempo e até hoje inspira os revolucionários do mundo. Che, como era carinhosamente chamado entre os guerrilheiros do movimento 26 de Julho, ficou conhecido por utilizar de suas próprias atitudes para demonstrar como deve se comportar um revolucionário frente a diversas situações, seja da vida cotidiana, seja no front de batalha. Ernesto nunca se recusava a uma tarefa e defendia que um revolucionário deve estar onde a revolução necessita. Enquanto Ministro da Indústria foi um grande entusiasta do trabalho voluntário como emulação comunista, ele próprio se dedicou durante anos ao trabalho voluntário na produção, uma vez por semana.



Sobretudo, Che era um internacionalista e ao cumprir com suas tarefas em Cuba, foi construir a revolução no mundo. Passando pela África e por fim voltando à América Latina o guerrilheiro foi assassinado na Bolívia sob orientação e apoio da CIA em 9 de outubro de 1967. Ainda assim, Che vive, nas lutas dos povos do mundo para libertarem-se da opressão. Suas ideias estão mais vivas do que nunca. Seu exemplo arrasta milhões todos os anos para as lutas. Sobre Che, não há melhores palavras do que as de seu amigo e camarada Fidel quando diz, “Se queremos um modelo de homem, um modelo de homem que não pertence a este tempo, um modelo de homem que pertence ao futuro, de coração digo que esse modelo, sem uma mancha em sua conduta, sem uma só mancha em suas atitudes, sem uma só mancha em sua atuação, esse modelo é Che! Se queremos expressar como desejamos que sejam nossos filhos, devemos dizer com todo o coração de veementes revolucionários: queremos que sejam como Che!”

(Esta matéria foi publicada na versão impressa do Jornal A Verdade n°153)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

IGREJA DA AMÉRICA LATINA

D. Demétrio Valentini

Dentro de poucos dias, no início de outubro, vai se reunir a Comissão de Cardeais, nomeada pelo Papa Francisco, para ajudá-no no governo da Igreja. 

Sua composição obedeceu ao critério de representatividade.  Todos os cinco continentes estão incluídos. Mas chama a atenção o fato do continente americano ter três representantes, sendo dois da América Latina.

Sendo o Papa latino-americano, resulta evidente uma constatação, que vai se confirmando sempre mais. A Igreja da América Latina está sendo colocada em destaque.

Em primeiro lugar pelo próprio fato do papa ser latino-americano. Não é por acaso que isto aconteceu. Sua atuação surpreendente aguça a curiosidade de muitas pessoas que procuram entender o que levou a Igreja da América Latina a oferecer um papa tão surpreendente como está sendo o Papa Francisco.

Por sua vez, o próprio Papa vem demonstrando uma intenção de colocar a serviço de toda a Igreja, valores que são próprios da Igreja da América Latina.

Esta empreitada do Papa Francisco, de valorizar a caminhada de nossa Igreja, se realiza em três frentes.

Em primeiro lugar, recorrendo à fecunda experiência eclesial da Conferência de Aparecida, realizada em 2007, onde o então Cardeal Bergoglio teve atuação destacada, como coordenador da equipe de redação. Não é exagerado afirmar que a Conferência de Aparecida foi a experiência eclesial mais forte, vivida pelo Cardeal Bergoglio antes de ser eleito papa.

Não é por acaso que, vindo para o Rio de Janeiro para o encontro mundial com os jovens, o Papa Francisco fez questão de vir também para o Santuário de Aparecida, onde se realizou a Conferência.  Vindo ao encontro dos jovens do mundo, ele quis encontrar também a jovem Igreja Latino Americana, que agora é convidada a oferecer seu dinamismo juvenil, para que a Igreja retome vigor, especialmente lá onde ela parece mais extenuada pelo peso dos séculos.

Outra frente de valorização da Igreja da América Latina se constitui no empenho de superação de preconceitos e de temores, provenientes da maneira de fazer  uma teologia que servisse de suporte para a caminhada pastoral, sobretudo das comunidades eclesiais.

E´ muito significativo o fato do jornal oficial do Vaticano, o L´Osservatore Romano, ter publicado nestes dias diversos textos do famoso teólogo Gustavo Gutierrez, tido como fundador da “Teologia da Libertação”. Durante muito tempo pairaram suspeitas sobre possíveis equívocos que esta teologia poderia suscitar. O fato pode agora ser tido como positivo, pois forçou os teólogos a uma dupla atenção, para aprimoram sua produção teológica, que finalmente para a ser mais reconhecida pela própria Igreja.

Uma terceira frente, em favor da valorização do testemunho cristão e eclesial da América Latina, está na decisão do Papa Francisco, de retomar o processo de canonização de Dom Oscar Romero, martirizado em 1980, no auge dos confrontos políticos e sociais existentes então em quase todos os países da América Latina.

Por pressões políticas, este processo de canonização tinha sido arquivado. Agora o Papa Francisco ordenou que fosse retomado com urgência.

São sinais dos tempos. A Igreja ganhou não só  um papa, vindo do “fim do mundo”, como ele mesmo falou, e como na prática os europeus continuam olhando para nós. Mas o novo Papa traz consigo a rica caminhada da Igreja da América Latina, que ele deseja colocar ao alcance de todos

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A escola dos militantes do ódio

Por Bepe Damasco, em seublog:

Dia desses li um interessante artigo do Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, sobre o perfil reacionário, grosseiro, intolerante e calhorda dos leitores dos sites da grande mídia que comentam suas notícias. Nogueira chega a dizer que se um estrangeiro, por exemplo, tomasse o caráter do povo brasileiro pelos comentaristas de UOL, G1, Globo.com e congêneres tomaria um susto e teria de nós a pior impressão.

Felizmente, essa banda abjeta da classe média cevada pelo PIG está longe de expressar o pensamento médio da população brasileira. Mas é verdade também que nunca antes na história deste país tantos homens e mulheres perderam completamente a vergonha de manifestar na internet as teses mais extremistas e xenófobas na política, o preconceito mais execrável e a visão mais desumana sobre adversários políticos.

Na verdade, eu nunca imaginei que o seio da população brasileira abrigasse tamanha quantidade de descerebrados e mesmo de nazifascistas. Dia sim, outro também, essa gente baba de ódio nas redes sociais e nos sites de notícia a tudo que lembre o PT, Lula, Dilma, esquerda e movimentos sociais.

Por falta de um mínimo de informação qualificada, civilidade e educação, eles fogem do debate como o diabo da cruz. Aprisionados num mundo paralelo à realidade, se expressam, em geral, em linguagem chula, típica das trevas e do submundo da política. Sem nenhum pudor e respeito às famílias e amigos dos que elegem como inimigos, vibram na internet com doenças e mortes de petistas.

No momento em que escrevo, seguro o ímpeto de citar algumas mensagens desses corvos e abutres sobre casos concretos de lideranças do PT enfermas ou mortas. Melhor poupar meu estômago, meu fígado e minha saúde. Prefiro lembrar que concepções tão sombrias de vida não nasceram assim do nada, nem tiveram como parteiras esta ou aquela conjuntura política.

Está na cara que essas cabeças de merda foram forjadas através da leitura amiúde dos Reinados Azevedo, Augusto Nunes e Mainardis da vida, mestres da intolerância e do antipetismo patológico. Na certa, recebem também na veia fortes doses diárias de Jabour, Merval e Noblat e aplaudem os artigos de Marco Antonio Villa e de Olavo de Carvalho. Sobre economia, se envenenam sobre a situação e os rumos do país com as previsões sempre furadas e a torcida contra o Brasil de Miriam Leitão e Ronaldo Sardemberg.

Para essa alcateia feroz produzida pelo PIG, não existe cidadão, mas sim consumidor. Já as cotas raciais e sociais são verdadeiros palavrões e o Bolsa Família é um programa eleitoreiro do PT, feito sob medida para estimular a vagabundagem. Ah, eles só admitem enfrentar a complexa questão das drogas com repressão, porrada e cadeia. Também defendem com todo o ardor a redução da maioridade penal e a pena de morte.

Acham ainda que o grande mal do Brasil é a corrupção na política, mas não hesitam em subornar um guarda ou sonegar impostos. E são contra o financiamento público das campanhas eleitorais porque seus "gurus" da mídia de direita dizem que essa mudança só beneficiaria o PT. Sem-teto, sem-terra, causa indígena ? Bando de desocupados, chamem a polícia.

E pensar que muitas crianças, adolescentes e jovens estão sendo criados e educados por famílias com esses valores. Que tristeza!

sábado, 21 de setembro de 2013

As redes sociais e os cretinos

Considero a internet uma das maiores criações da história da humanidade. Até pouco tempo atrás não se poderia imaginar que com um simples clique você estaria conectado com uma pessoa em qualquer lugar do mundo. Era impossível prever que a informação chegaria até você em tempo real e em quantidade e variedade abundantes, ao contrário daquela infeliz espera pelo jornal do dia, que no interior só chegava ao final da tarde.

Como se não bastasse toda essa revolução, a internet propiciou a criação de outra inovação: a interação das pessoas nas chamadas redes sociais. Este espaço passou a ser usado para dialogar, debater e compartilhar sonhos, ideias, pensamentos, cultura, entretenimento, enfim um espaço capaz de promover uma marcante e inédita interação entre pessoas.

As redes sociais acabaram se tornando também um espaço democrático de debate político e de manifestações as mais variadas possíveis. Recentemente, foi o principal instrumento de mobilização popular, gerando uma surpreendente onda de manifestações pelo país.

Pois bem, como um confesso defensor das redes sociais, não poderia também deixar de reconhecer seus efeitos colaterais. E um deles é a exibição orgulhosa da cretinice.

Neste sentido, assim como é uma ferramenta importante para espalhar e democratizar a informação, se tornou também um lugar ideal para espalhar a mentira, já que poucas pessoas se preocupam em conferir se a fonte daquela informação é confiável. Essa prática acabou criando um espaço de confronto e agressões, abrindo uma “avenida” para grupos reacionários devidamente organizados e com grande capacidade de envolver também aqueles que nunca assumiram qualquer compromisso com a sociedade, mas que se sentem verdadeiros ativistas com um teclado na mão e uma confortável cadeira no quarto.

Não é raro entrar em uma das redes sociais e se deparar com postagens que revelam intolerância religiosa ou política. Farto também é o arsenal dos cretinos para disseminar o preconceito racial, homofóbico, religioso ou de classe. Alguns contribuem com esse circo de maldades e ódio por incapacidade de fazer qualquer análise crítica e compartilham o que vê pela frente. Outros porque são cretinos mesmo. Fazem questão de alimentar e espalhar todo tipo de ódio, seja ideológico, repetindo táticas do fascismo e do nazismo, seja racial com insinuações recheadas de um humor sinistro, seja homofóbico normalmente baseado em um moralismo religioso hipócrita, ou de classe numa clara repulsa ao forte movimento de inclusão vivenciado no Brasil nos últimos anos.

Recentemente, um conhecido blogueiro progressista, militante incansável de causas sociais, que tem uma filha deficiente foi alvo de ofensas e ameaças a ele e sua filha, através de comentários em seu próprio blog e pelo twitter. Também são inúmeras as ameaças fascistas contra nordestinos, gays, pobres, deficientes, militantes políticos, blogueiros e jornalistas sérios. Muitas vezes o ódio revelado nas postagens desse tipo de gente assusta, porque encontra nas redes sociais um ambiente propício para sua proliferação.


Certo é que a internet sozinha não é capaz de promover golpes ou revoluções, mas é decisiva para impulsionar ou impedir processos sociais ou políticos de mudanças. Nesse novo ambiente, levará vantagem quem se apropriar com mais competência desses espaços virtuais. Os cretinos e os reacionários já apresentaram suas armas. Aqueles que lutam contra o preconceito, as desigualdades e as injustiças precisam se mobilizar melhor e de maneira cada vez mais eficiente. Quem levará vantagem nessas novas lutas contemporâneas? 

Zé Geraldo Caldas

domingo, 8 de setembro de 2013

O adeus de Gushiken

Os telefonemas para o quarto de Luiz Gushiken, no Hospital Sirio Libanes, são atendidos por sua esposa. Com voz cansada, transmite os recados para o marido e seleciona as visitas que ainda irá receber.

Gushiken ministra, ele próprio, as doses de morfina para diminuir a dor e poder manter suas últimas conversas com amigos.
Ontem, segundo a jornalista Mônica Bérgamo, reuniu-se com José Dirceu, Aloizio Mercadante e dirigentes sindicais, fez um balanço de sua vida e do PT e considerou o julgamento do "mensalão" uma fase heróica, colocando o partido sob "um ataque sem precedentes".
Dirigente sindical, Gushiken teve papel central na defesa dos fundos de pensão contra os prejuízos causados pelo acordo com o Banco Opportunity, de Daniel Dantas. Foi alvo de campanha implacável na mídia, com denúncias frequentes - e jamais comprovadas - sobre o uso das verbas da Secom. Fora do poder, sua casa sofreu ataques suspeitos e chegou a ser incluído na AP 470 pelo procurador geral Antonio Fernando de Souza - que, posteriormente, já aposentado, ganharia um megacontrato da Brasil Telecom, controlada pelo banqueiro e que entrou na criação da Oi-Telemar.
Seu nome foi retirado da ação pelo relator Joaquim Barbosa.
Como Secretário de Comunicação do governo Lula, Gushiken não chegou a ser um executivo operacional, mas sempre esteve aberto às boas ideias. Partiu dele a criação do Projeto Brasil 2020, visando instituir uma área de discussões acadêmicas sobre o Brasil. Antes da eleição de Lula, teve participação ativa no Instituto da Cidadania, que inaugurou as grandes discussões do partido sobre temas nacionais.
Entra para a história como um dos construtores do PT.
Da Coluna de Mônica Bérgamo
Gushiken, em estado grave, chama Dirceu, Genoino e Mercadante em hospital
Monica Bergamo
Luiz Gushiken, ex-ministro da Comunicação de Lula, chamou amigos para visitá-lo no hospital Sírio-Libanês. Internado em estado grave por causa de um câncer, mas lúcido, ele próprio ministrava as doses de morfina para controlar a dor e decidia quando ficava acordado para conversar com os antigos companheiros.
JULGAMENTO
José Genoino o visitou na quarta. Na noite de quinta, Gushiken reuniu em seu quarto José Dirceu, Aloizio Mercadante e dirigentes sindicais como o presidente da CUT, Vagner Freitas. Calmo, fez um balanço de sua vida e do PT. Segundo um dos presentes, disse que o julgamento do mensalão é uma "fase heroica" do partido, que em sua opinião estaria sofrendo um ataque sem precedentes.

LIÇÃO
De acordo com a mesma testemunha, Gushiken deu uma "lição de política e uma aula sobre a vida. Demonstrou não ter mágoa, tristeza nem remorsos". No fim da visita, emocionados, todos tiraram fotos ao lado do ex-ministro. Um cinegrafista registrou toda a cena para um documentário que está fazendo sobre Gushiken.

domingo, 1 de setembro de 2013

TONHÃO: Enfim o início da revolução que precisamos



Calado no meu canto, tenho observado atentamente e tirado as minhas conclusões, a respeito da vinda de Médicos Cubanos para atuarem no Brasil.

Alguns meios de comunicação, tem mostrado as ações do capitalismo no setor de saúde, apontando claramente que a dominação está por toda parte, muitas vezes fazendo com que as pessoas se esqueçam que somos todos irmãos e que devemos em todos os setores, buscar a união entre todos os seres.

Fiquei emocionado com as matérias que vi na televisão, onde repórteres corajosos e comprometidos, mostraram médicos batendo ponto em hospitais e postos de saúde e saindo imediatamente para  outras instituições, deixando pacientes esperando para serem atendidos.

Nestes momentos, é que é reforçada a necessidade de pedirmos perdão aos demais seres que habitam o planeta, que embora pareçam inocentes e indefesos seguem seus caminhos na manutenção da vida na terra.

Estive em Cuba por duas vezes, sendo que na primeira vez, tive a oportunidade e o privilégio de conhecer de perto o sistema de saúde Cubano.

Sistema este ancorado em palavras que deveriam ser a base da vida dos humanos:
SOLIDADRIEDADE – CARINHO – TERNURA - RESPEITO

Aqui esquecemos disto e caminhamos somente na direção do imediatismo, no agora, e pensando em nós mesmos.

Tenho a certeza que os médicos Cubanos, trarão para o Brasil, os medicamentos que mais precisamos, que são medicamentos que curarão as almas dos Brasileiros.

Pelo meu entendimento, forças invisíveis e desconhecidas, encaminharam ao governo brasileiro esta idéia que vai revolucionar o Brasil e o seu povo.

O tempo como única realidade concreta no universo, vai nos mostrar isto.

Antônio Eustáquio Vieira – Tonhão

Biólogo – Especialista em Educação Ambiental – Gestão Ambiental – Gestão de Cidades e Planejamento Urbano